Argentina: As Marias da CLOC-VC – Nota V Assembleia CLOC LVC

14 de abril de 2015

mariasclocc.jpgHoje, certamente é um marco histórico na luta das mulheres de toda América Latina, ao ritmo da canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, composta ainda em 1978, Maria Maria, está sendo realizada a V Assembleia de Mulheres da CLOC – Via Campesina, são mais de 300 mulheres das mais diversas organizações camponesas e indígenas de 23 países. O evento faz parte da VI Congresso da CLOC – Via Campesina que está acontecendo em Buenos Aires (Argentina), depois de ter sido realizado em anos anteriores no Equador, na Guatemala, no México, no Brasil e no Peru.

Em algum momento do dia me peguei a pensar, quem são essas Marias! De onde elas vêm! O que fazem no seu dia a dia! Movida por esta energia que nos contagia, me largo nessa busca.

Natalia Landiva é ativista de Direitos Humanos e vem do Equador. Ela nos explica que em sua prática diária tem acompanhado os processos de resistência e luta pela terra e território, “acompanhamos casos de violação dos Direitos Humanos a Alimentação, os quais está muito ligado as questões como o acesso à Terra ao Território e a Água”.

Já Anyelen do Movimento Nacional Campesino Indígena vem da região central da Argentina, onde tem se dedicado aos estudos em Agroecologia. Da mesma forma que Carmem Rodrigues vem do Uruguai, onde pertence a Rede de Mulheres Rurais. “Sou camponesa e em minha prática diária, trabalho com gado, fazendo parte da rede á três anos, onde sempre procuro participar de atividades assim como está”, explica a camponesa uruguaia.

Yeniler Angélica Meireles é delegada da Associação Campesina Del Valle Del Rio Cimitarra, Rede Agroecológica Nacional de Colômbia, país de sua origem. “Em meu dia a dia cumpro o papel do que chamamos de Gestão de Alianças e Cooperação, e sou integrante da Comissão Internacional da Associação, nessas duas organizações, nosso trabalho é buscar aliados políticos e financeiros”, explica Yeniler, que ainda destaca ser essa tarefa que vai dar condições para se fazer as mais diversas ações de sua organização. Katherine Cabrera por sua vez, vem da Republica Dominicana e faz parte da Confederação Nacional das Mulheres do Campo. “Em meu dia a dia tenho trabalhado com a juventude camponesa, principalmente com as jovens e atualmente estamos começando a articulação com a juventude a nível de Caribe, para que Cuba, República Dominicana e Haiti possam participar desse desafio” destaca a jovem dominicana.

Gloria Ajpí Jalja vem da Bolívia, onde é Diretora de Comunicação da Confederação Sindical Única dos Trabalhadores Campesinos de Bolívia. “Eu trabalho com o tema de comunicação, e agora estamos inaugurando nossa rádio, estamos fortalecendo nossa página na Web e também produzindo alguns vídeos sobre as atividades que realizamos” explica a comunicadora boliviana. E, Yuly Del Pilar Quispe Cusacani, vem do Peru e compões a delegação da Federação Nacional de Mulheres Camponesas, Artesãs, Indígenas, Nativas e Assalariadas do Peru. Em sua prática diária explica a jovens que, “em minha região temos vários espaços de jovens, os quais estamos articulando e por outro lado, também estudo, estou terminando a Escola de Antropologia, por outro lado, no lugar onde vivo tenho o cargo de presidenta, creio que sou a presidenta mais jovens de todas as zonas, de onde busco fazer a mudança por meio trabalho mesmo”, explica a jovens peruana.

Rosiéle Cristiane Ludtke do Brasil começa assim, “sou camponesa, mãe, avó, estudante militante e dirigente do MPA, Movimento dos Pequenos Agricultores” destaca a camponesa brasileira. Ela divide seu dia a dia em várias atividades, parte na militância, onde desempenha diversas atividades desde a Assistência Técnica e Desenvolvimento Rural voltado para a Agroecologia, “onde o foco principal é a diversificação da produção e a produção de alimentos saudáveis, nesse trabalho a gente faz dias de campo, reuniões, visitas nas propriedades camponesas e a gente incentiva principalmente as mulheres a fazer o trabalho da diversificação, porque são elas as responsável pela produção de alimentos e de colocá-lo na mesa das famílias, assim como trabalhamos com Moradia Rural, crédito e também no coletivo de mulheres, onde fazemos um trabalho de estudo e formação política e mais ações prática”, explica a camponesa do MPA, que faz questão de destacar que ainda exerce seu papel social quanto camponesa, produzir comida diversificada, onde tem deste a produção vegetal até pequenos animais e ainda está estudando, cursando mestrado em Agroecologia.

Por sua vez, Yazmin Lopes é de Honduras e representa o Conselho de Desenvolvimento Integral da Mulher Camponesa, que é articulado a CLOC – Via Campesina. “Meu trabalho é organizar as mulheres camponesas, porém temos também nossas áreas de trabalho que é as hortaliças e jardim botânico trabalhando desde a Soberania e a Agroecologia, assim como a medicina natural ou medicinas alternativas, assim como a formação política, para que as companheiras possam ir se apropriando de seus direitos, de sua realidade, de sua região e país”, conta a jovem camponesa hondurenha.

Da mesma forma que Alice Froidevaux vem da Suíça e está fazendo uma tese de doutorado em Sociologia sobre o Movimentos Camponeses, sobretudo na América Central e trabalha com o tema Como se organizam as organizações camponesas, mais além das fronteiras nacionais, “é por isso que estou aqui, de visita, na Assembleia das Mulheres para ter essa experiência e conhecer mais o trabalho da CLOC – Via Campesina”, explica a estudante do Centro Latino Americano Suíço.

E por fim, assim como disse uma companheira por meio de uma intervenção na planária: Ser mulher indígena, camponesa, pobre é sinônimo de ser revolucionária. Como na canção, ser mulher, ser Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta, uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta.

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