Nesta sexta-feira (22), o Movimento dos Atingidos por Barragens vive um momento de dor e revolta no estado do Pará. A integrante da coordenação regional do movimento em Tucuruí Dilma Ferreira Silva foi assassinada junto com integrantes de sua família – por enquanto, ainda não há detalhes sobre o número de vítimas ou o motivo do crime.
Dilma foi atingida pela construção da usina hidrelétrica de Tucuruí, viu sua cidade ser alagada com a abertura das comportas, e vivenciou o descaso total no processo de reparação, passaram 30 anos desde o começo da obra sem nenhuma compensação.
Em 2011, Dilma participou de audiência com a então presidenta da República Dilma Rousseff na entrega de um documento que reivindicou uma política nacional de direitos para os atingidos por barragens e atenção especial às mulheres atingidas.
«O que nos dá força é o movimento, é a luta para não deixar o que aconteça com os outros», explica Dilma, ao ser questionada sobre o motivo que a fez entrar no Movimento dos Atingidos por Barragens em entrevista para o portal Amazônia, na ocasião da luta em Brasília com a realização do Encontro Nacional das Mulheres do MAB em 2011.
Segundo informações preliminares, a militante do Pará teria sido assassinada junto com seu esposo e outros familiares. Para o MAB, o assassinato da nossa Dilma é mais um momento triste para a história dos atingidos por barragens, que hoje celebravam o Dia Internacional da Água. Exigimos das autoridades a apuração rápida deste crime e medidas de segurança para os atingidos por barragens em todo o Brasil.
Águas para vida, não para morte!