Na manhã desta segunda-feira (12) uma tubulação de mineroduto rompeu no município de Santo Antônio do Gama, na região da Zona da Mata de Minas Gerais. O rompimento atingiu o ribeirão Santo Antônio, que integra a Bacia do Rio Doce, já contaminada com a lama da Barragem de Fundão rompida em 5 de novembro de 2015 e que pertence a Samarco, Vale e BHP Billiton.
“O duto que rompeu tem menos de 6 anos de construção semelhante a situação da Samarco é uma obra recente que mostra como a aposta na expansão desmedida causa danos irreversíveis à sociedade”, declara Letícia Faria, da coordenação estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
O duto de 529 quilômetros, pertence à mineradora Anglo-American e integra ao Sistema Minas-Rio, que transporta minério de ferro do município de Conceição do Mato Dentro (MG), ao porto de Açu, na cidade de São João da Barra (RJ). “O MAB já vem denunciando o descaso da Mineradora na região. A região já apresenta escassez de água e agora um manancial foi atingido com minério que contém materiais pesados”, denuncia a representante.
A captação de água feita pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), foi interrompida na cidade de Santo Antônio do Gama. O rio Santo Antônio é afluente do Rio Casca, que passa por doze municípios e deságua no rio Doce. Por fotos divulgadas por moradores, o Ribeirão apresenta cor avermelhada.
“Eis que mais uma vez está provada de uma maneira trágica e criminosa que a mineração da forma que está organizada será somente fonte de exploração desmedida, destruição da natureza e das condições de trabalho e saúde das populações”, afirma Leticia Faria.
Neste mês de luta internacional pelos direitos dos atingidos, devemos reafirmar na linha do Fórum Alternativo Internacional da Agua (FAMA) que é preciso questionar profundamente este modelo que coloca água em dutos misturados com amido unicamente para garantir lucros para uma grande empresa. E o resultado são tragédias como estas que devem ser denunciadas e estas empresas combatidas.