Brasil: Três mil mulheres marcharão de Campinas a São Paulo

Imprensa, MST

Cerca de 250 mulheres da Via Campesina se somam às mulheres de várias organizações a partir desta segunda-feira (8/3). Entre os dias 8 e 18 de março, a Marcha Mundial das Mulheres organizará sua 3ª Ação Internacional no Brasil. Neste período, 3 mil mulheres de todas as regiões do país farão uma caminhada entre dez cidades, de Campinas a São Paulo, para dar visibilidade à luta das mulheres brasileiras e reivindicar mudanças em suas vidas. A ação começa no Dia Internacional das Mulheres com um grande ato público no Largo do Rosário, às 16h, no centro de Campinas, e termina em São Paulo no dia 18, em um ato na Praça Charles Miller.

 
O lema das mobilizações é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e suas reivindicações se baseiam em quatro campos de ação: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos; paz e desmilitarizaçã e violência contra as mulheres.
 
Esta ação faz parte de uma grande mobilização internacional que vai até o dia 17 de outubro. Estão programadas atividades em 51 países, entre eles Canadá, Colômbia, França, Espanha, entre outros. O encerramento será em Kivu do Sul, na República Democrática do Congo.
 
Trajeto e programação
A marcha passará por dez cidades paulistas: Campinas, Valinhos, Vinhedo, Louveira, Jundiaí, Várzea, Cajamar, Jordanésia, Perus e Osasco.
Além da caminhada pela manhã, no período da tarde as mulheres participarão de atividades de formação sobre diversos temas, entre os quais: trabalho doméstico; saúde da mulher e práticas populares de cuidado; sexualidade, autonomia e liberdade; educação não sexista e não racista; economia solidária e feminista; soberania alimentar, Reforma Agrária e trabalho das mulheres no campo; agroecologia; biodiversidade, energia e mudanças climáticas; políticas de erradicação da violência doméstica e sexual; tráfico de mulheres e direito ao aborto (veja a programação completa abaixo). As atividades de formação serão conduzidas pelas próprias marchantes.
 
Durante o trajeto está previsto um ato público na cidade de Várzea (13/3), em que será lançado um livro sobre o histórico do dia 8 de março. As mulheres também promoverão panfletagens, batucada e demais intervenções junto à população das cidades por onde passarão.
 
A Ação contará ainda com duas participações especiais. No dia 11, em Louveira, a feminista brasileira, radicada na França, Helena Hirata, debate o trabalho das mulheres e a autonomia econômica. E em Perus, no dia 16, Aleida Guevara, médica cubana e filha de Ernesto Che Guevara, fala sobre paz e desmilitarização.
 
Números e equipes
Participam da marcha 3 mil mulheres vindas de 25 estados: AC, AL, AM, AP, BA, CE, DF, GO, MA, MG, MS, PA, PB, PE, PI, PR, RJ, RN, RO, RR, RS, SC, SE, SP e TO. São várias delegações em cada estado, contando também com mulheres de diversos movimentos sociais como MST, CUT, Contag, Consulta Popular, UNE, MAB e MMC.
 
A Marcha será construída integralmente pelas mulheres, que serão divididas em equipes de cozinha, limpeza, infra-estrutura, segurança, comunicação, formação e cultura, saúde, água e creche. A cozinha será fixa e o transporte das três refeições será feito por caminhões. Além das equipes, as delegações se revezarão para os trabalhos de limpeza dos alojamentos e cozinha. As mulheres ficarão alojadas em ginásios e tendas e chegarão marchando às cidades.
 
Serão utilizados 50 mil litros de água potável e consumidas uma tonelada de feijão, duas de arroz, uma de carne moída, além de outros alimentos como macarrão, legumes e frutas.
 
Reivindicações e plataforma política
As reivindicações da Ação estão baseadas em quatro eixos que concentram temas chave para a vida das mulheres em todo o mundo. São eles: autonomia econômica das mulheres; bens comuns e serviços públicos; paz e desmilitarização; e violência contra as mulheres.
A marcha também pretende demonstrar sua solidariedade à população do Haiti após o terremoto que atingiu o país em janeiro. Haverá coleta de contribuições para a reconstrução da ação das mulheres da Marcha no Haiti e do movimento feminista do país.

Trabalhadoras da Via Campesina denunciam o Trabalho Escravo no RJ

Hoje (08/03), às 10hs, trabalhadoras da Via campesina e do Comitê de Erradicação do Trabalho Escravo marcham na BR-101, rumo à Usina Capim, em Ururaí, Campos dos Goytacazes.  As mulheres da Via Campesina Brasil aproveitam o Dia Internacional da Mulher para denunciar o trabalho escravo. Trazendo a bandeira “Mulheres camponesas na luta contra o agronegócio e contra a violência: por reforma agrária e soberania alimentar”, o dia 8 de março é decretado como o Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras, com manifestações em todo o Brasil.
 
Em 2009, o estado do Rio de Janeiro liderou os índices de resgate de trabalhadores em situação análoga ao escravo. Foram 715 trabalhadores resgatados pelo Ministério Público do Trabalho, num total de 4.283 em todo o Brasil. A expansão do setor sucroalcooleiro tem intensificado a super exploração do trabalho e no estado do Rio de Janeiro, em especial na região de Campos dos Goytacazes.
 
Os trabalhadores são aliciados em regiões com grande desemprego rural, como no Vale do Jequitinhonha, sob promessa de falsos salários e condições de trabalho e trazidos ao estado. As principais usinas, nas quais foram resgatados trabalhadores, são as do Grupo Othon e do Grupo J. Pessoa, todas na região norte do Rio. Ainda, no ano passado, uma trabalhadora morreu queimada no canavial da Coagro, na mesma região.
 
Abaixo segue o Manifesto da Via Campesina Brasil.
 
Mulheres camponesas na luta contra o agronegócio e contra a violência:
por reforma agrária e soberania alimentar
 
Março de 2010
 
Nós mulheres, campesinas, ribeirinhas, extrativistas, indígenas, quilombolas e sem terra, denunciamos neste 08 de Março DIA DE LUTA DAS MULHERES, a extrema gravidade da situação do campo brasileiro. Não nos subordinaremos a este modelo capitalista e patriarcal de sociedade, concentrador de poder, de terras e de riquezas.
Nos mobilizamos, para enfrentar a crise política, econômica, social e ambiental, criada pelas elites que controlam o Estado brasileiro: o capital financeiro internacional e as empresas transnacionais.
 
Por isso, DENUNCIAMOS:
 
O AGRO E O HIDRO NEGÓCIO SÃO INSUSTENTÁVEIS: os monocultivos, com destaque para a cana, soja e eucalipto causam um forte desequilíbrio ambiental, sérios problemas sociais, gerando graves conseqüências para a humanidade, através do uso intensivo de venenos. É um modelo que se apropria e domina a água, a terra, as fontes de energia, os minérios, as sementes e toda biodiversidade. Exerce controle das sementes, através dos transgênicos, que provoca o aumento de doenças, especialmente em mulheres e crianças. Avança sobre os recursos naturais, com a ganância de aumentar seus lucros sobre as florestas, na Amazônia e no que resta do Cerrado, da mata atlântica, do bioma pampa e do semi-árido nordestino.
SUPER-EXPLORAÇÃO DO TRABALHO: os grandes lucros deste modelo são obtidos através de baixos salários, precarização, ameaça constante de desemprego e condições semelhantes de trabalho escravo. É esta super-exploração, do trabalho que permite que a mercadoria fruto deste modelo, seja uma das mais baratas e competitivas do mundo.
FINANCIAMENTO DO ESTADO: este modelo é beneficiado através de investimento público que tira dos pobres em forma de impostos e passa os recursos para os ricos. Sem esses recursos, o governo não consegue investir em educação, emprego, saúde, direitos previdenciários, habitação e reforma agrária. É o modelo mais rentável para os capitalistas, e o mais dependente dos investimentos públicos.
Por gerar divisas em dólar, o governo e o Estado lhe dão total amparo. Em especial, em linhas de crédito: o agronegócio recebe mais de 65 bilhões de reais por ano dos bancos públicos. E com isenção dos impostos de exportação. Exportar apenas matéria prima não desenvolve o país, nem distribui renda a todos e todas.
ALIANÇA CRIMINOSA: Há uma aliança entre os capitalistas e os grandes proprietários de terra com as empresas transnacionais que controlam o fornecimento dos insumos industriais -adubos, fertilizantes, venenos e máquinas- controlam o preço e o mercado de cada produto.
CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DA LUTA: nos últimos tempos, o Estado tem utilizado todo aparato policial, o poder judiciário e a mídia para defender as empresas, o agronegócio e a propriedade privada e criminalizar as lutas sociais. A criação da CPI do MST é a prova de que querem acabar com o direito constitucional de fazer luta.
Exigimos que o governo tenha coragem de pautar uma CPI para as empresas do Agronegócio e que o governo tenha também a CORAGEM de implantar o nosso Projeto de Reforma Agrária, uma dívida histórica com os trabalhadores, num país cuja herança é de cinco séculos de latifúndio!
Reafirmamos a luta como única saída para as transformações sociais! E nós temos direito de lutar!
 
Nos mobilizamos para defender, a agroecologia, a biodiversidade, a agricultura camponesa cooperada, a produção de alimentos saudáveis, a Reforma Agrária, os direitos previdenciários, a saúde e educação gratuita e de qualidade para todos. Para defender a terra, a água, as sementes, a energia e o petróleo como bens da natureza a serviço dos seres humanos.
Por um mundo sem violência contra as mulheres – Nossa luta também é pelo fim de toda forma de violência cometida contra as mulheres. A violência está alicerçada no machismo, no modelo de sociedade patriarcal e capitalista, que nos coloca como mercadorias e objetos, e outras formas de mercantilização do nosso corpo, além da exploração da nossa força de trabalho não remunerada.
Temos o direito de decidir sobre os rumos de nossas vidas e de nossa sexualidade. A violência contra a mulher precisa acabar no nosso país e devemos construir uma sociedade onde todos e todas tenham o direito de viver com dignidade.
E para isso, convocamos todo o povo brasileiro a ir á luta. E nos unir para construir um novo projeto de desenvolvimento que beneficie o povo brasileiro e que seja alicerçado por novos valores e novas relações sociais.
Seguiremos lutando e organizando as mulheres, os homens, a juventude trabalhadora, as crianças para defender os nossos direitos de viver no Brasil justo, igualitário, soberano e sem VIOLENCIA contra as mulheres!
 
VIVA 08 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DE LUTA
DAS MULHERES TRABALHADORAS!
 
VIA CAMPESINA BRASIL

Camponesas lutam contra agronegócio e a violência contra a mulher

Imprensa, MST

Somando-se à luta feminista durante este 8 de março, as mulheres da Via Campesina se mobilizam por todo o país para denunciar os malefícios do agronegócio contra a vida e o trabalho das camponesas. Atos, protestos e atividades de formação e estudos já acontecem desde este fim de semana em todas as regiões do País.

A Jornada de Luta contra o Agronegócio e contra a Violência: por Reforma Agrária e Soberania Alimentar pretende resgatar o 8 de março como o Dia Internacional de Luta das Mulheres Trabalhadoras e questionar o modelo de desenvolvimento imposto pelas empresas transnacionais, pelos bancos, pelo governo e pelo Estado para o campo brasileiro. Neste ano são comemorados os 100 anos do 8 de março.  “Defendemos alternativas viáveis como a agroecologia, a agricultura camponesa cooperada, a produção de alimentos saudáveis. A Reforma Agrária continua sendo uma medida democratizante e importante para a implantação destas propostas”, afirma Marina dos Santos, coordenadora nacional do MST.

Em São Paulo, a Via Campesina participa da 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres. De 8 a 18 de março, mobilizações nacionais simultâneas de diferentes tipos, formas, cores e ritmos marcarão o centenário da Declaração do Dia Internacional das Mulheres.

No Paraná, cerca de 1.000 camponesas ocupam a Usina Central do Paraná desde as seis horas da manhã na cidade de Porecatu (norte do Paraná). O ato denuncia a monocultura da cana e o trabalho escravo.

No Ceará, mais de 400 mulheres estão em frente à indústria química Nufarm, no Novo Maracanaú, Região Metropolitana de Fortaleza. Elas fazem protesto contra a fábrica, oitava maior produtora de agrotóxicos do mundo.

Em Pernambuco, cerca de 180 mulheres reocuparam, pela quinta vez, a Fazenda Uberaba, no município de Bonito, brejo pernambucano. As manifestantes montaram acampamento ontem (7/3) junto com suas famílias. Em 2004, homens armados perseguiram militantes do MST acampados próximos à fazenda. Um dos homens foi identificado como filho da proprietária da área que mantinha pistoleiros fortemente armados.

Na Paraíba, na manhã de hoje, cerca de 400 mulheres da Via Campesina marcham pelas ruas do município de Sousa, sertão da Paraíba. Elas denunciam o Grupo Santana e o grande nível de agrotóxicos que vêm usando em suas lavouras, alem da concentração de terras na região.
No Rio de Janeiro, hoje pela manhã, trabalhadoras da Via campesina e do Comitê de Erradicação do Trabalho Escravo marcham na BR-101, rumo à Usina Capim, em Ururaí, Campos dos Goytacazes.  As mulheres da Via Campesina Brasil aproveitam o Dia Internacional da Mulher para denunciar o trabalho escravo. Em 2009, o estado do Rio de Janeiro liderou os índices de resgate de trabalhadores em situação análoga ao escravo. Foram 715 trabalhadores resgatados pelo Ministério Público do Trabalho, num total de 4.283 em todo o Brasil.
No Rio Grande do Sul, trabalhadoras da Via Campesina, do MTD (Movimento dos Trabalhadores Desempregados), da Intersindical e do Levante da Juventude estão mobilizadas desde o dia 3/3. As manifestantes promoveram palestras e ocuparam a Delegacia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Porto Alegre. Elas ainda se somaram aos estudantes e trabalhadores urbanos no dia 4/3 para uma vigília na reitoria da UFRGS em protesto contra a votação do projeto do Parque Tecnológico.

Em Tocantins, mais de 800 mulheres da região Amazônica e demais movimentos populares do Estado do Tocantins farão uma caminhada em comemoração aos 100 anos de instituição do dia 8 de março. O protesto será em defesa da vida, pelos direitos humanos e pela soberania alimentar.

Já as mulheres do Mato Grosso promovem uma campanha de doação de sangue em frente aos correios e a Igreja Matriz, em Várzea Grande.  As mato-grossenses estão reunidas no Encontro Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Mato Grosso que será marcado por debates sobre a atual conjuntura, os impactos sociais, ambientais e econômicos do agronegócio e o papel da mulher na transformação da sociedade.

 
A Jornada
O atual modelo econômico não tem condições de gerar desenvolvimento e melhores condições de vida para a população, garantindo os direitos sociais e a Reforma Agrária. Segundo o Censo Agropecuário de 2006, a agricultura familiar é a responsável por 85% da produção de todos os alimentos. E é nela que trabalham 85% das pessoas do campo.

Além disso, poucas empresas no mundo controlam a produção de alimentos, desde a semente até a venda para o consumo. Em 2005, as dez maiores produtoras de semente controlavam cerca de 50% do mercado mundial. Com isto, as relações de trabalho, os direitos trabalhistas e previdenciários das mulheres e homens são violados constantemente.

 
A questão agrária continua sem solução: existem no Brasil 90 mil famílias acampadas e mais de quatro milhões de famílias sem-terra no País. A parcela de mulheres beneficiárias pela Reforma Agrária é baixa (12,6% em 1996; 13% em 2002 e 13,6% em 2003). Na Colômbia, esse índice chega a 45%. Segundo a FAO, somente 1% das propriedades rurais em todo o mundo estão em nome de mulheres.

Lanzan campaña: «Fin de la Violencia hacia las mujeres del campo y la ciudad»

En conferencia de prensa mujeres de la CLOC Vía Campesina en Guatemala lanzaron de forma oficial la campaña “Por el fin de la violencia hacia las mujeres del campo y la ciudad”.

El objetivo de la campaña es abordar diferentes temáticas que afectan cotidianamente la vida de las mujeres de diferentes edades, además contempla diferentes acciones para denunciar desde todos los espacios el modelo neoliberal de producción agrícola basado en los monocultivos, la agricultura de exportación y el abuso de productos químicos, que ha acabado con la vida de las familias que habitan en el área rural.

Las representantes de las mesa de Mujeres de la CLOC Vía Campesina indicaron que la campaña consistirá en diferentes estrategias para involucrar a hombres y mujeres de diferentes edades para accionar y provocar cambios en las distintas políticas de gobierno y que los cambios sean más allá de un simple discurso.

Julieta Wirsing delegada de la mesa indicó que cientos de mujeres de diferentes edades de la ciudad y del campo, continúan siendo víctimas de las desigualdades, violencia discriminación y racismo enraizado  por el mismo sistema.

Además, refirió que continúan su lucha en contra de las políticas neoliberales implementadas por quienes gobiernan el país en complicidad con los grandes empresarios y terratenientes.

Denunciaron que hasta el momento no existen políticas públicas para atender las demandas de las mujeres al contrario únicamente se han dado apertura a instituciones de gobierno que no han cumplido con sus compromisos facultativos para atender las demandas y propuestas desde las mujeres, así mismo indicaron que miles de mujeres del campo no tienen acceso a los servicios básicos, como salud, educación y justicia y mucho menos acceso a tierra para cultivar.

Asimismo denunciaron que las luchas y demandas de las mujeres organizadas han sido criminalizadas por el gobierno, señalaron la muerte de la compañera Evelinda Ramírez Reyes originaria de Chiquirines Ocós San Marcos, sucedido en el mes de enero cuando denunciaba los abusos cometidos por parte de Unión FENOSA al realizar cobros excesivos por servicios de energía eléctrica.

Las mujeres integrantes de la mesa de Mujeres de la CLOC Vía Campesina en Guatemala demandan acceso a la tierra, a los medios de producción, asimismo exigen al gobierno central se asigne presupuesto para que la política de ley de desarrollo Rural Integral sea implementada  y que el gobierno de la república apruebe de urgencia nacional la Ley de desarrollo rural integral planteada por la Alianza para el Desarrollo Rural Integral.

La Vía Campesina en Guatemala:

Integrada por: Coordinadora Nacional de Viudas de Guatemala (CONAVIGUA-MOJOMAYAS)

Coordinadora Nacional de Organizaciones Campesinas (CNOC)

Coordinadora Nacional Indígena y Campesina  (CONIC)

Comité de Unidad Campesina  (CUC)

 

32 ave “A” 14-46 zonas 07 Ciudad de Plata II

Tel. (502)  24381424 (502) 57855073

viacampesinaguatemala@gmail.com

www.cloc-viacampesina.org

Paraguay: solidaridad y defensa de la Madre Tierra

Con motivo de la conmemoración del 8 de marzo “Día Internacional de la Mujer”, invitan a participar de una serie de actividades para expresar, entre otros temas, la solidaridad con las mujeres de Haití y Chile que sufren las consecuencias del terremoto y plantear la necesidad de encarar acciones urgentes en defensa de la Madre Tierra. La actividad se desarrollará desde las 8 horas en la Plaza Italia de Asunción (Ygatimí entre 15 de agosto y 14 de mayo).
 
La jornada está organizada por la Coordinadora Nacional de Mujeres Rurales e Indígenas (CONAMURI), la Marcha Mundial de Mujeres, la Campaña 16 Días de Activismo contra la Violencia hacia las Mujeres – capítulo Paraguay, y la Coordinación de Mujeres del Paraguay (CMP).
 
El programa se inicia con una marcha denominada “Mujeres Solidarias en Defensa de la Madre Tierra” y partirá desde la plaza Italia hasta el Panteón Nacional de los Héroes donde se realizará un acto de recordación.
 
Posteriormente se trasladarán hasta la Sala Bicameral del Congreso Nacional donde a las 9 horas se prevé la realización de la Audiencia Pública sobre el Proyecto de Ley de Protección y Defensa de las Variedades Locales de Maíz. Esta actividad tiene como objetivo lograr compromisos de los/las parlamentarios/as para el estudio y aprobación del Proyecto de Ley.
 
Durante la tarde, a partir de las 17 horas en la Plaza Italia se desarrollará un Foro Abierto de Mujeres para abordar temas como la participación y protagonismo de las mujeres en el proceso de cambio y la violencia hacia las mujeres indígenas y campesinas como un tema pendiente. El Foro será transmitido por Radio ViVa 90.1 FM y las radios comunitarias integrantes de la Mesa Nacional de Medios Comunitarios.
 
Luego del Foro se brindará un homenaje a las mujeres victimas del terremoto en Haití y Chile y a aquellas que están contribuyendo a la reconstrucción de sus comunidades luego de la devastación que el sismo ha dejado en estos países. Prosigue la conmemoración con un ritual de “Perdón a la Madre Tierra” para señalar el daño que se sigue produciendo al planeta, lo que trae consigo el cambio climático que afecta muy fuertemente la vida de las mujeres.
 
Teatro: Guapas
 
La jornada del 8 de marzo se cierra con Guapas, una obra teatral con texto y dirección de Hugo Luis Robles, a cargo del grupo ansia Teatro. Muestra la historia de mujeres paraguayas, de diferentes estratos sociales, edades y necesidades, y la relación que tienen con su trabajo. Trata temas como el subempleo, el trabajo no convencional, el doméstico, la realidad de los vendedores ambulantes, entre otros.
 
Habrá también una recordación al 15º aniversario de la adopción de la Declaración de Beijing y la Plataforma de Acción, resultados de la Cuarta Conferencia Mundial sobre la Mujer celebrada en Beijing en 1995. En esta conferencia, se logró acordar varios puntos para eliminar la discriminación contra las mujeres, erradicar la pobreza y adoptar medidas para que las mujeres ocupen puestos estratégicos.
 
 
PROGRAMA
8 de Marzo, Día Internacional de la Mujer
 
7:30 Concentración en la Plaza Italia de Asunción
 
8:00 Marcha: Mujeres solidarias en defensa de la madre tierra
Partida desde la plaza Italia hasta el Panteón Nacional de los Héroes
 
9:00 Audiencia Pública sobre el Proyecto de Ley de Protección y Defensa
de las Variedades Locales de Maíz.
Sala Bicameral del Congreso Nacional
 
17:00 Plaza Italia. Foro Abierto de Mujeres sobre los temas: 1) Participación y
protagonismo de las mujeres en el proceso de cambio y, 2) La violencia
hacia las mujeres indígenas y campesinas, un tema pendiente.
Transmite: Radio ViVa 90.1 FM y emisoras integrantes de la Mesa
Nacional de Medios Comunitarios.
 
19:00 Homenaje a las mujeres de Haití y Chile.
Ritual de Perdón a la Madre Tierra
Lectura del Pronunciamiento / recordación 15º Aniversario de la
Conferencia Mundial de las Mujeres, Beijing 1995.
 
19:30 Obra teatral Guapas de Hugo Robles.

O manifesto das gaúchas

O Brasil é campeão mundial do uso de agrotóxicos, que são venenos muito perigosos usados na agricultura que provocam muitas doenças para produtoras/es e consumidoras/es e grandes impactos ambientais. Além disso, a maior parte dos produtos industriais que comemos é fabricada com soja transgênica que também causa muito mal à nossa saúde.
Mulheres do campo e da cidade unidas na luta contra o agronegócio e pela soberania alimentar

Neste mês em que se comemoram os 100 anos do 8 de março como dia internacional de luta das mulheres, nós trabalhadoras do campo e da cidade do Rio Grande do Sul estamos novamente nas ruas. Este ano nossa mobilização tem como principal objetivo denunciar para a sociedade que a maior parte da comida que chega a mesa da população brasileira não é alimento, é veneno.

O Brasil é campeão mundial do uso de agrotóxicos, que são venenos muito perigosos usados na agricultura que provocam muitas doenças para produtoras/es e consumidoras/es e grandes impactos ambientais. Além disso, a maior parte dos produtos industriais que comemos é fabricada com soja transgênica que também causa muito mal à nossa saúde.

E quem come esta comida envenenada? Somos nós, pobres. São as mulheres e homens trabalhadores que recebem baixos salários ou estão desempregados e escolhem os alimentos pelo preço não pela qualidade. São as pessoas sem terra, sem teto, que se alimentam graças às cestas básicas. Os ricos têm opção de comer produtos orgânicos, cultivados sem venenos.

Os agrotóxicos e os transgênicos não servem para matar a fome do povo, e sim para matar a fome de lucro das empresas do agronegócio, a maioria delas multinacionais. Esses produtos envenenam as terras, as águas e principalmente as pessoas.

Leite materno só é fonte de vida quando as mães comem alimentos saudáveis

Nesta mobilização estamos amamentando esqueletos para denunciar a população em geral, e principalmente às mulheres, que quando comemos comida envenenada e damos o peito aos nossos filhos ao invés de alimentarmos a vida transmitimos a morte.

As doenças causadas por agrotóxicos são transmitidas de geração para geração, e um dos modos de transmissão é através do leite materno. No entanto, o mesmo governo que faz campanhas para incentivar as mulheres a amamentar, financia o agronegócio que produz a comida envenenada para o povo pobre, contaminando o leite da maioria das mães brasileiras.

A gente não quer só comida

Nós mulheres que passamos boa parte de nossas vidas envolvidas no cultivo e/ou no preparo da comida para garantir saúde à nossa família estamos nas ruas para gritar em alto e bom som que gente não quer só comida, a gente quer alimento saudável, a gente quer soberania alimentar!
Para o agronegócio o lucro está acima da vida. O agronegócio faz mal a saúde do povo e do meio ambiente! E os governos estadual e federal que financiam o agronegócio estão usando o dinheiro público para bancar o envenenamento da população pobre, a contaminação de nossas terras e águas.

Estamos em luta contra

Contra o agronegócio, um modelo de produção agrícola que se sustenta na superexploração do trabalho das pessoas, na contaminação dos alimentos, na destruição de nossas riquezas naturais. Lutamos contra o uso de recursos públicos para financiar a contaminação do povo e do meio ambiente; Estamos em luta contra todas as formas de violência contra mulheres, incluindo a imposição de um padrão alimentar que não respeita os costumes alimentares e causa muitos males à saúde.

Estamos em luta por

Soberania Alimentar – com reforma agrária, com geração de emprego e vida digna para as populações camponesas, com agricultura ecológica que respeita a diversidade de biomas e de hábitos alimentares. Os governos se dizem preocupados com a segurança alimentar, querem que as pessoas tenham várias refeições por dia. Mas tão importante quanto a quantidade da comida é a qualidade do que comemos. Por isso não basta segurança alimentar, precisamos construir a Soberania Alimentar.

Mulheres da Via Campesina, do MTD, da Intersindical e do coletivo de mulheres da UFRGS.

Porto Alegre, março de 2010.

Situación, condición y posición de las mujeres cafetaleras organizadas de Honduras

Comunicación Vía Campesina en Honduras

 

 

Mujeres cafetaleras organizadas, con el apoyo de organismos cooperantes de Holanda, realizaron un  estudio, para hacer un diagnostico de Género en organizaciones de productores y productoras de café de honduras, inicialmente  el estudio pretendía hacer en los países de la región Centroamericana, pero hubieron muchos obstáculos y al final no se logró socializar un metodología de estudio regional.

 

 
En el caso de Guatemala solo se logró establecer la situación de las mujeres productoras de café a manera de aproximación, no así en Nicaragua que el estudio aún no ha  sido concluido y en El Salvador no se pudo concretar.
 
El estudio fue presentado este 4 de Febrero en Tegucigalpa y participaron mujeres y hombres de diversas organizaciones sociales así como representantes de las organizaciones cafetaleras hondureñas.
 
Los objetivos  básicos de este estudio según su  propia autora son:
 
-Brindar información sobre la situación y condición socioeconómica de la mujer cafetalera Organizada.
 
-Revisar el marco legal y de políticas actuales sobre género particularmente en el sector café y las organizaciones que representan al sector productor.
 
-Recomendar líneas estratégicas y de acción que promuevan la incorporación del enfoque de género en los diferentes niveles organizativos del sector.
 
Con los hallazgos encontrados se pretende generar un debate sobre cómo impulsar la integración de la perspectiva de género al interior de las organizaciones que representan a las y los productores.
 
Según Tatiana Lara, productora, dirigenta cafetalera y  autora del estudio dijo «es importante que las organizaciones asuman una perspectiva de género amplia, es decir que se establezcan mecanismos y sistemas de planificación, monitoreo y evaluación que examinen las condiciones de hombres y mujeres en cuanto al acceso a los bienes y servicios para subrayar las diferencias y luego hacer lo necesario para disminuir las desigualdades entre hombres y mujeres».
 
Este diagnostico o estudio se inició en el 2008, se divide en seis partes, primero una breve historia, luego se exponen las razones del por qué de este análisis de género en el sector cafetalero, después un breve marco conceptual y metodológico, se continúa con el planteamiento de los resultados y por último  las conclusiones y recomendaciones
 
La palabra género según la exponente no solo se refiere a la mujer, sino a las relaciones desiguales entre hombres y mujeres-
 
En el caso del café se estima que un 60% de las mujeres participan en las labores en la cadena de producción, pero este trabajo no se valoriza ni se compensa de manera igualitaria.
 
En Honduras el  café es el principal rubro agrícola de exportación y tiene una gran impacto social y económico e ahí otra razón de por qué este estudio.
 
El estudio en honduras se centró especialmente en el departamento de La Paz, donde  se encuentra la mayor cantidad de mujeres cafetaleras organizadas, después de este estudio la meta es iniciar trabajos para implementar eficientemente las políticas cafetaleras. «Luego con este diagnóstico se pretende visibilizar donde estamos las mujeres y que estamos haciendo», explico Tatiana.
 
Las estadísticas muestran que de 100% productores de café, el 16% son mujeres, sin embargo no están registradas como tales.
 
Datos estadísticos muestran que el rubro del café genera unos 594 millones de dólares anuales y aporta un 43% al producto interno bruto agrícola y representa el 23% del total de las exportaciones del país, este se siembra en 15 de los 18 departamentos, en 213 de los 298 municipios del país por tanto honduras es un país cafetalero, aunque la política agrícola desconoce esto.
 
Son más de 100 mil familias en el área rural que dependen directamente del café, generando más de un millón de empleos directos e indirectos por lo que es un sector vital para la economía del país.
 
Mirtha Kennedy representante del centro de Estudios de la Mujer Hondureña dijo “creo que mas allá de las razones de eficiencia las mujeres somos seres humanos y no necesitamos más requisitos para que seamos incorporadas, estamos trabajando hombro a hombro con los hombres produciendo y aportando a la economía de este país y no tenemos que justificar más por qué debe haber un enfoque de género.
 
«Cuando hablamos de género primero hay que problematizar qué ha pasado con las políticas de género, las unidades de género, las políticas transversales de género de las que hace años venimos hablando. Es necesario que las organizaciones cúpulas tengan políticas transversales de género. Esto significa  cambiar cultura institucional, crear nuevos reglamentos, crear prácticas institucionales diferentes y otras  medidas más.
 
«Creo que hay avances ya por parte de nosotras las mujeres, estamos pelando por nuestros derechos, pero hay sectores donde hay un poco más de atraso como es el caso del sector café que es uno de los sectores más importantes y uno de los más feminizados”.
 
Edith Villanueva productora de café y miembra directiva de una de las organizaciones cafetaleras más fuertes del departamento de La Paz expresa “para nosotras es bueno saber que la membrecía de mujeres ha aumentado en la producción de café, también cada día son más las mujeres dueñas de su finca; esto nos da sentido de pertenencia a nosotras, el ser dueña de nuestra propia parcela nos aumenta las obligaciones; pero nos satisface  nuestro ego, pero hace falta que nos dejen participar en los espacios de toma de decisión. Creemos que se deben fortalecer las capacidades de las mujeres mediante  educación, pero no solo que nos enseñen a leer y escribir, sino a adquirir otros conocimientos para aumentar nuestras capacidades”.
 
Por su parte el representante del Instituto Hondureño del Café (IHCAFE) Dagoberto Suazo dijo «son unos 80 mil productores y productoras de café, pero miles de ellos y ellas están invizibilizados, este problema no es solo de las mujeres sino de hombres también, el productor y la productora de café viven en la pobreza; sin embargo el intermediario o exportador viven en la riqueza esto debemos superarlo. Es por ello que considero muy importante que se desarrollen este tipo de estudios para buscar alternativas al problema», concluyó.

Se aproxima el V Congreso de las Organizaciones del Campo

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Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo, CLOC

«Levántate América, madre de tantas raíces, continente de la esperanza, tierra del futuro, tierra de Martí, tierra de Zapata, tierra de Mama Tingo, tierra de Mariátegui, tierra de Sandino, tierra de Bolívar, tierra de Bartolina Sisa, y de tantos héroes y heroínas, de las luchas del los pueblos campesinos, indígenas y afrodescendientes a quienes rendimos desde aquí nuestro homenaje”.

Ecuador, tierra de Dolores Cacuango,  de Tránsito Amaguaña, Mardoqueo León,  pueblo heredero y continuador de las luchas por las  transformaciones sociales, se prepara para recibir a mil delegadas y delegados de las diversas organizaciones campesinas a nivel continental  para este octubre próximo en el marco del V Congreso de la Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo, CLOC. El V Congreso de la CLOC se realizará del 8 al 16 de Octubre en Quito, en las instalaciones de la Universidad Central del Ecuador. En este espacio se realizará también la IV Asamblea de Mujeres del Campo y la III Asamblea de la Juventud.

Cabe señalar,  que este  V Congreso es el resultado de un proceso de lucha, evaluación y formación continental de un año de preparación que iniciamos en abril de 2009 en la Habana, Cuba y que fue fortaleciéndose  aun más en la reunión a nivel continental e internacional con la Vía Campesina mantenida en el mes de Octubre de 2009 en Quito. Este espacio es un desafío para retomar la articulación de la lucha continental. Es una ocasión para llegar a definiciones políticas y orgánicas,  será un lugar  de fortalecimiento de alianzas estratégicas; de integración de nuevas organizaciones nacionales y sub regionales.

Hoy por hoy, nuestro continente pasa por un nuevo período histórico de cambios que todavía no están muy claros, lo podríamos definir como una etapa de crisis, compleja y muy difícil para toda la clase trabajadora en América Latina. Y es en este escenario  donde planteamos  la necesidad de pararnos y reflexionar sobre lo que está pasando, con el fin de  para tener mayor  claridad acerca de qué camino seguir, comprender con profundidad cómo se está moviendo el tablero de la lucha de clases en nuestro continente y  en el mundo. Existe una hegemonía del capital, controlado por los bancos y por las grandes empresas transnacionales que buscan instalarse en el continente y seguir saqueando y explotando nuestras  riquezas naturales, la energía, la telefonía, los minerales, el agua, la tierra, etc. Ellos, las transnacionales,  ya no precisan instalar una fábrica con el nombre en inglés y explotarnos con bajos salarios,  los métodos de explotación del capital ahora son mucho más sofisticados. Empresas transnacionales como Monsanto, Bunge, Cargill  son las mismas en todo el mundo, explotando y expulsando comunidades enteras de sus tierras, campesinos, indígenas y afrodescendientes.

Son parte de esa alianza del capital que impulsa ese modelo de producción llamado agronegocio, en donde predomina el industria agrícola mediante el  uso intensivo de máquinas, producción de granos para la exportación, utilización de venenos y agrotóxicos, trabajo esclavo y sobreexplotación de los trabajadores y las trabajadoras. Quieren un campo sin campesinos, este modelo de agricultura industrial perversa es además  el principal responsable de la destrucción del medio ambiente y de la crisis climática que estamos viviendo, pues solo genera desigualdades sociales y económicas.

Esta es la  atmósfera en que estamos viviendo, que es de enfrentamiento permanentes entre dos proyectos en disputa: por un lado el proyecto del capital, insaciable en su ansia de acumular riquezas y explotar al pueblo, y por otro lado, el proyecto popular en construcción que se sostiene en otra base de desarrollo social, económico, cultural y de soberanía de los pueblos.

Es en estas condiciones   adversas  en el que estamos preparando nuestro V Congreso. En cada país, las organizaciones miembros de la CLOC/VC deben crear una comisión del Congreso que garantice colectivamente todas las diligencias necesarias para la preparación del congreso. Cada región también debe organizar encuentros de preparación. Como pueden ver, este es un proceso colectivo, de reflexión, estudio, luchas, formación, movilización que deberá caracterizar todo el proceso de preparación. Vamos a revisar nuestro reglamento, nuestra estructura de funcionamiento, y preparar nuestro plan de acción para el próximo período. El momento político exige que nos fortalezcamos como CLOC/VC, ya que como sabemos, los enemigos de los pueblos son comunes en cualquier parte del mundo  por lo tanto es necesario que las salidas también que sean comunes. Por eso la consigna de La Vía Campesina es: Globalicemos la Lucha, Globalicemos la Esperanza!

En este proceso de preparación del V Congreso, necesitamos avanzar en la concientización del pueblo, en la organización popular y hacer grandes movilizaciones conjuntas y unitarias en todos los países agudizando las contradicciones de clase. Esperamos que todas las organizaciones y que nuestra militancia haga de ese proceso una gran escuela de formación, con mucha mística y que refleje esa gran minga de construcción colectiva. Con este espiritu, e señalando nuestra estrategia presente y futura de lucha, definimos colectivamente el lema de nuestro V Congreso:

V Congreso de la CLOC
Contra el saqueo del capital y del imperio
Por la  tierra y la soberanía de nuestros pueblos
América Lucha

Nuestros Objetivos para este V Congreso son:

•    Propiciar la integración regional latinoamericana
•    Fomentar el internacionalismo y recuperar la mística al interior de la CLOC sobre este tema
•    Fortalecer la campaña por la No violencia en contra las mujeres
•     Fomentar la articulación campo-ciudad y el establecimiento de  alianzas con otros sectores, promoviendo la participación de nuevas organizaciones nacionales. Articular intelectuales orgánicos en temas específicos
•    Potencializar la  participación de la juventud en las organizaciones locales y nacionales
•    Ampliar la CLOC con nuevas organizaciones nacionales.

Entre Nuestras Líneas Estratégicas están:
•    Rechazo a la criminalización de las luchas sociales en algunos países
•    Resistencia a la militarización de nuestro continente y rechazo a la instalación de bases militares en nuestros territorios
•    Contribución a la configuración de otros modelos de desarrollo como parte de una propuesta regional, alternativos al modelo hegemónico, tomando elementos de propuestas como el SUMAK KAUSAY de la cosmovisión indígena
•    Defensa y promoción de la pequeña agricultura campesina, contribuciones a la conformación de modelos agrícolas alternativos
•    Apoyo a los procesos de integración de nuestros pueblos en las distintas regiones y países
•    Formulación de respuestas al cambio climático, identificación de los responsables.
•    Defensa de la biodiversidad, especialmente de la agrobiodiversidad campesina, garantizando el libre flujo de las semillas
•    Impulso a procesos permanentes de formación política de las bases
•    Ampliación de la campaña por la No violencia  en contra de las mujeres
•    Combate permanente a los Agronegocios y a los modelos de producción y consumo que fomentan
•    Establecimiento de sistemas de comunicación eficiente
•    Generar condiciones para la participación de la Juventud

Información:
Contacto continental:
Natalia Paulino
clocviacampesina@gmail.com
Tel. (593) 083164467
Contacto en Ecuador:
Viviana Rojas
clocomunicacion@gmail.com
Tel. (593) 080824079

V Congreso de la CLOC

Nuestro V Congreso se efectuará del 8 al 16 de Octubre en  Quito, Ecuador,  en el marco del mismo se realizará la IV Asamblea de Mujeres del Campo y la III Asamblea de la Juventud.

Este V Congreso es el resultado de un proceso de lucha, evaluación y formación continental de un año de preparación que iniciamos en abril de 2009 en la Habana, Cuba y que fue fortaleciéndose  aun más en la reunión a nivel continental e internacional con la Vía Campesina mantenida en el mes de Octubre de 2009 en Quito, Ecuador.

Este espacio es desafío para retomar la articulación de la lucha continental. Es un área para definiciones políticas y orgánicas, nuestro desafío masivo  es que  podamos movilizar a  1 000 delegados/as; pues será un lugar  de fortalecimiento de alianzas estratégicas; de integración de nuevas organizaciones nacionales y sub regionales; de fortalecimiento de las organizaciones desde la base y a nivel nacional.

 

 

Nuestra Consigna es:

CONTRA EL SAQUEO DEL CAPITAL Y DEL IMPERIO; POR LA TIERRA Y LA SOBERANIA DE NUESTROS PUEBLOS, AMÉRICA LUCHA!

Objetivos del V Congreso:

·       Propiciar la integración regional latinoamericana

·       Fomentar el internacionalismo y recuperar la mística al interior de la CLOC sobre este tema

·       Fortalecer la campaña por la No violencia en contra las mujeres

·        Fomentar la articulación campo-ciudad y el establecimiento de  alianzas con otros sectores, promoviendo la participación de nuevas organizaciones nacionales. Articular intelectuales orgánicos en temas específicos

·       Potencializar la  participación de la juventud en las organizaciones locales y nacionales

·       Ampliar la CLOC con nuevas organizaciones nacionales.

Nuestros Principios:

·       Carácter anticapitalista, antineoliberal y antiimperialista

·       Solidaridad  permanente con Cuba

·       Apoyo a la movilización y lucha de masas, entendiendo a la movilización como un proceso participativo, autónomo, formativo y permanente

·       Soporte al fomento de la participación de organizaciones nacionales

·       Compromiso permanente con la construcción del socialismo en América y el mundo

Nuestras Líneas Estratégicas:

·       Rechazo a la criminalización de las luchas sociales en algunos países

·       Resistencia a la militarización de nuestro continente y rechazo a la instalación de bases militares en nuestros territorios

·       Contribución a la configuración de otros modelos de desarrollo como parte de una propuesta regional, alternativos al modelo hegemónico, tomando elementos de propuestas como el SUMAK KAUSAY de la cosmovisión indígena

·       Defensa y promoción de la pequeña agricultura campesina, contribuciones a la conformación de modelos agrícolas alternativos

·       Apoyo a los procesos de integración de nuestros pueblos en las distintas regiones y países

·       Formulación de respuestas al cambio climático, identificación de los responsables.

·       Defensa de la biodiversidad, especialmente de la agrobiodiversidad campesina, garantizando el libre flujo de las semillas

·       Impulso a procesos permanentes de formación política de las bases

·       Ampliación de la campaña por la No violencia  en contra de las mujeres

·       Combate permanente a los Agronegocios y a los modelos de producción y consumo que fomentan

·       Establecimiento de sistemas de comunicación eficiente

·       Generar condiciones para la participación de la Juventud

De nuestros Congresos

·       El I Congreso se realizó en Perú en 1994  y su consigna fue “Unidos en las defensas de la vida, la tierra, el trabajo y la producción.

·       El II Congreso fue en Brasil y la consigna fue “Unidos contra el Neoliberalismo, por la Tierra, la Vida y Producción

·       El  III Congreso fue en México en 2001 y la consigna fue “Soberanía Alimentaria por un futuro sin hambre. Fuera la OMC de la agricultura”

·       El IV Congreso fue en el 2005 en Guatemala y su consigna fue “Una década de lucha, unidos contra el saqueo imperialista. Rendirnos ¡Jamás! Por la vida, la tierra, los territorios y la soberanía de nuestros pueblos”.

Declaración Final del Foro Mundial sobre Soberanía Alimentaria (2002-01-01)

2002-01-01
La Habana, Cuba, 7 de septiembre del 2001

Declaración Final del Foro Mundial sobre Soberanía Alimentaria

Por el derecho de los pueblos a producir, a alimentarse y a ejercer su soberanía alimentaria

Del 3 al 7 de septiembre del año 2001, nos reunimos en La Habana, Cuba, 400 delegadas y delegados de organizaciones campesinas, indígenas, asociaciones de pescadores, organizaciones no gubernamentales, organismos sociales, académicos e investigadores de 60 países de todos los continentes en el Foro Mundial sobre Soberanía Alimentaria.

Este Foro se realizó en Cuba con la convocatoria de su Asociación Nacional de Agricultores Pequeños y un conjunto de movimientos y redes internacionales, organizaciones y personas comprometidas con las agriculturas campesinas e indígenas, la pesca artesanal, los sistemas alimentarios sustentables y el derecho de los pueblos a alimentarse. Es también un reconocimiento al esfuerzo de un país del Tercer Mundo que a pesar de sufrir por más de cuatro décadas el ilegal e inhumano bloqueo impuesto por los Estados Unidos y el uso de los alimentos como arma de presión económica y política, ha sido capaz de garantizar el derecho humano a la alimentación de toda su población a través de una política de Estado coherente, activa, participativa y de largo plazo sobre la base de una profunda reforma agraria, la valorización y apoyo de los pequeños y medianos productores y la participación y movilización de toda la sociedad.

Nos reunimos para analizar por qué cada día aumenta el hambre y malnutrición en el mundo, por qué se ha profundizado la crisis de la agricultura campesina, indígena, la pesca artesanal, los sistemas alimentarios sustentables, por qué los pueblos pierden soberanía sobre sus recursos? Asimismo nos reunimos para construir colectivamente, desde la perspectiva de los pueblos y no de las corporaciones alimentarias transnacionales, propuestas y alternativas viables y estrategias de acción a escala local, nacional y mundial que reviertan las tendencias actuales y permitan impulsar nuevos enfoques, políticas e iniciativas capaces de asegurar un presente y un futuro digno y sin hambre para todos las mujeres y hombres del mundo.

Después de 5 años de la Cumbre Mundial de la Alimentación, 7 años de los acuerdos sobre agricultura de la Ronda de Uruguay del GATT (hoy OMC) y dos décadas de políticas neoliberales aplicadas por gran parte de los gobiernos, las promesas y compromisos para satisfacer las necesidades de alimentación y el bienestar nutricional para todos están muy lejos de haberse cumplido. Todo lo contrario, la realidad es que las políticas económicas, agrícolas, pesqueras y comerciales impuestas por el Banco Mundial, el FMI y la OMC, auspiciadas por las corporaciones transnacionales, han profundizado la brecha entre países ricos y pobres y dentro de ellos y la desigual distribución del ingreso; han agravado las condiciones de producción de alimentos y el acceso a una nutrición sana y suficiente para la mayoría de los pueblos, incluso de los llamados países desarrollados. En consecuencia, el derecho humano más elemental, el derecho a alimentarse y al bienestar nutricional contenido en la Declaración Universal de los Derechos Humanos, es letra muerta en la mayoría de los pueblos del mundo.

La sustentabilidad de los sistemas alimentarios no es una cuestión solamente técnica. Constituye un desafío que implica la más alta voluntad política de los Estados. La lógica de la ganancia genera una situación de insustentabilidad de los sistemas alimentarios al sobrepasar los límites a la producción permitidos por la naturaleza. La sustentabilidad de los sistemas alimentarios no es viable en el sistema actual de comercio y en el contexto de la liberalización promovida desde la OMC y los organismos financieros internacionales.

La esperanza de un nuevo milenio sin hambre se ha visto frustrada para vergüenza de toda la humanidad.

Las causas reales del hambre y malnutrición

El hambre, la desnutrición y la exclusión de millones de personas al acceso a bienes y recursos productivos tales como la tierra, el bosque, el mar, el agua, las semillas, la tecnología y el conocimiento, no son efecto de la fatalidad, de un accidente, de un problema de la geografía o de los fenómenos climatológicos. Ante todo son una consecuencia de determinadas políticas económicas, agrícolas y comerciales a escala mundial, regional y nacional que han sido impuestas por los poderes de los países desarrollados y sus corporaciones en su afán de mantener y acrecentar su hegemonía política, económica, cultural y militar en el actual proceso de reestructuración económica global.

Ante los planteamientos ideológicos neoliberales de dichas políticas:

– Afirmamos que los alimentos no son una mercancía más y que el sistema alimentario no puede ser tratado con la única lógica del mercado.

– Consideramos una falacia el argumento de que la liberalización del comercio agrícola y pesquero internacional garantiza el derecho a la alimentación de las personas.

– La liberalización comercial no posibilita necesariamente el crecimiento económico y el bienestar de la población.

– Los países subdesarrollados son capaces de producir sus propios alimentos y pueden serlo en el futuro.

– La concepción promovida por el neoliberalismo sobre las ventajas comparativas produce graves perjuicios para los sistemas alimentarios. Dentro de esta lógica, la importación de alimentos básicos tiende a desmantelar la producción doméstica para comprarlos «más baratos» a los países ricos, induciendo a la reorientación de sus recursos productivos a cultivos de exportación «más competitivos y de mayor valor agregado» para los mercados del Primer Mundo. Es una mentira que los países no deban preocuparse por establecer y conducir políticas de Estado que garanticen la seguridad alimentaria de sus ciudadanos. Los neoliberales argumentan que el supermercado global de los países exportadores les resuelve cualquier pedido sin problema alguno.

– Tratan de engañar a la ciudadanía cuando afirman que las agriculturas campesinas e indígenas y la pesca artesanal son ineficientes e incapaces de responder a las necesidades crecientes de producción de alimentos. Con esta afirmación se pretende imponer una agricultura y pesca industrial intensivas de gran escala.

– Denunciamos que cuando se argumenta que la población rural es excesiva en comparación con su aporte al producto interno bruto, de lo que se trata en realidad es de expulsar en forma brutal a la población rural de sus tierras, a las comunidades pesqueras de sus costas y áreas marítimas, privatizando sus recursos naturales.

– Rechazamos que la forma de hacer frente a las necesidades crecientes de alimentos en el mundo sea a través de la agricultura y la pesca de gran escala, industrial e intensiva.

– Nos quieren convencer que la única función de los campesinos, pescadores e indígenas es dar paso a la privatización de sus tierras y recursos naturales. Esto obliga, entre otros efectos, a la migración masiva a las ciudades o al extranjero para aumentar la oferta de mano de obra barata necesaria para incrementar la «competitividad» de los sectores dinámicos de las economías nacionales vinculados a la exportación y de las empresas transnacionales. Lo anterior a la vez que en los países desarrollados se agrava el desempleo y la exclusión laboral.

– Se intenta imponer el patrón alimentario de las corporaciones trasnacionales como el único viable, apropiado y correcto en un mundo global; se trata de un verdadero imperialismo alimentario que atenta contra la diversidad de las culturas alimentarias de los pueblos, sus identidades nacionales, culturales y étnicas.

– En esta perspectiva, las potencias hegemónicas usan los alimentos como arma de presión política y económica contra países soberanos y movimientos populares de resistencia.

– Todo lo anterior tiene lugar en el marco del debilitamiento sistemático de los Estados y de la promoción de falsas democracias que excluyen sistemáticamente el interés público y la participación real de la sociedad en general y de la población rural en particular en el debate, diseño, decisión, ejecución y control de las políticas públicas.

Las consecuencias de las políticas neoliberales

Las consecuencias de dichas políticas falsas y erróneas están a la vista: han aumentado las ventas y las ganancias de los poderes económicos de los países desarrollados mientras que los pueblos del Tercer Mundo han visto crecer su deuda externa y los sectores populares han aumentado sus niveles de pobreza, miseria y exclusión. La concentración del mercado agrícola internacional en unas cuantas empresas trasnacionales se ha acelerado mientras que aumenta la dependencia e inseguridad alimentaria de la mayoría de los pueblos.

Continúan subsidiando fuertemente a la agricultura y pesca de exportación en tanto que muchos gobiernos dejan totalmente desprotegidos a los pequeños y medianos productores que producen principalmente para el mercado interno.

Las políticas de subvenciones a la producción y subsidios a las exportaciones de los países desarrollados permiten que las trasnacionales adquieran productos a muy bajos precios para venderlos a precios mucho más altos a los consumidores tanto del sur como del norte.

Las políticas neoliberales hacia el campo, en realidad han impulsado un proceso de desruralización forzada de vastas proporciones y consecuencias dramáticas, una auténtica guerra contra las agriculturas campesinas e indígenas que, en algunos casos, llega a configurar un verdadero genocidio y etnocidio.

Las comunidades de pescadores artesanales han ido perdiendo cada vez más el acceso a sus propios recursos.

Con las políticas neoliberales, el hambre y la malnutrición crecen, no por ausencia de alimentos, sino por ausencia de derechos.

Somos testigos de ejemplos que permiten afirmar que la erradicación del hambre y la malnutrición y el ejercicio de la soberanía alimentaria duradera y sustentable son posibles. Asimismo, hemos visto en prácticamente todos los países infinidad de experiencias campesinas y indígenas de producción sustentable y orgánica de alimentos y de una gestión sustentable y diversificada de los espacios rurales.

Por todo lo anterior, los participantes en el Foro Mundial sobre Soberanía Alimentaria declaramos:

1. La soberanía alimentaria es la vía para erradicar el hambre y la malnutrición y garantizar la seguridad alimentaria duradera y sustentable para todos los pueblos Entendemos por soberanía alimentaria el derecho de los pueblos a definir sus propias políticas y estrategias sustentables de producción, distribución y consumo de alimentos que garanticen el derecho a la alimentación para toda la población, con base en la pequeña y mediana producción, respetando sus propias culturas y la diversidad de los modos campesinos, pesqueros e indígenas de producción agropecuaria, de comercialización y de gestión de los espacios rurales, en los cuales la mujer desempeña un papel fundamental.

2. La soberanía alimentaria favorece la soberanía económica, política y cultural de los pueblos.

3. La soberanía alimentaria de los pueblos reconoce una agricultura con campesinos, indígenas y comunidades pesqueras, vinculada al territorio; prioritariamente orientada a la satisfacción de las necesidades de los mercados locales y nacionales; una agricultura que tome como preocupación central al ser humano; que preserve, valore y fomente la multifuncionalidad de los modos campesinos e indígenas de producción y gestión del territorio rural. Asimismo, la soberanía alimentaria supone el reconocimiento y valorización de las ventajas económicas, sociales, ambientales y culturales para los países de la agricultura en pequeña escala, de las agriculturas familiares, de las agriculturas campesinas e indígenas.

4. Nos pronunciamos por el reconocimiento de los derechos, autonomía y cultura de los pueblos indígenas de todos los países como condición ineludible para combatir el hambre y la malnutrición y alcanzar el derecho a la alimentación para su población. La soberanía alimentaria implica el reconocimiento a la multietnicidad de las naciones y el reconocimiento y valorización de las identidades de los pueblos originarios. Esto implica, además, el reconocimiento al control autónomo de sus territorios, recursos naturales, sistemas de producción y gestión del espacio rural, semillas, conocimientos y formas organizativas. En este sentido, apoyamos las luchas de todos los pueblos indígenas y negros del mundo y nos pronunciamos por el respeto irrestricto a sus derechos.

5. La soberanía alimentaria implica, además, la garantía al acceso a una alimentación sana y suficiente para todas las personas, principalmente para los sectores más vulnerables, como obligación ineludible de los Estados Nacionales y el ejercicio pleno de derechos de la ciudadanía. El acceso a la alimentación no debe ser considerada como una compensación asistencialista de los gobiernos o una caridad de entidades públicas o privadas, nacionales o internacionales.

6. La soberanía alimentaria implica la puesta en marcha de procesos radicales de reforma agraria integral adaptados a las condiciones de cada país y región, que permitan a los campesinos e indígenas -considerando a las mujeres en igual de oportunidades- un acceso equitativo a los recursos productivos, principalmente tierra, agua y bosque, así como a los medios de producción, financiamiento, capacitación y fortalecimiento de sus capacidades de gestión e interlocución. La Reforma Agraria, en primer lugar, debe ser reconocida como una obligación de los Estados Nacionales donde este proceso es necesario en el marco de los derechos humanos y como una eficiente política pública de combate a la pobreza. Dichos procesos de reforma agraria deben estar controlados por las organizaciones campesinas -incluyendo el mercado de los arriendos-, garantizar los derechos individuales de los productores con los colectivos sobre los terrenos de uso común y articulados con políticas agrícolas y comerciales coherentes. Nos oponemos a las políticas y programas de mercantilización de la tierra promovidas por el Banco Mundial en sustitución de verdaderas reformas agrarias y aceptadas por los gobiernos.

7. Apoyamos la propuesta presentada por organizaciones de la sociedad civil, en 1996, para que los referidos Estados elaboren un Código de Conducta sobre el Derecho Humano a la Alimentación adecuada, que sirva efectivamente como instrumento para la implementación y promoción de este derecho. El derecho a la alimentación de los pueblos, incluido en la declaración de los Derechos Humanos y ratificado en la Cumbre Mundial de Alimentación en Roma, en 1996, por los Estados miembros de la Organización de las Naciones Unidas para la Agricultura y la Alimentación (FAO).

8. Proponemos la ratificación más rápida y la aplicación por un mayor número de países del Pacto sobre los derechos económicos, sociales y culturales adoptado por la Asamblea General de las Naciones Unidas en 1966.

9. En defensa del principio del derecho inalienable de los pueblos a la alimentación, proponemos la adopción por las Naciones Unidas de una Convención Mundial de Soberanía Alimentaria y Bienestar Nutricional, a la cual se subordinen las decisiones tomadas en los campos de comercio internacional y otros dominios.

10. El comercio alimentario internacional debe estar subordinado al propósito supremo de servir al ser humano. La soberanía alimentaria no significa autarquía, autosuficiencia plena o la desaparición del comercio agroalimentario y pesquero internacional.

11. Rechazamos toda injerencia de la OMC en la alimentación, agricultura y pesca y su pretensión de determinar las políticas nacionales de alimentación. Nos oponemos categóricamente a sus acuerdos sobre propiedad intelectual de organismos vegetales y otros seres vivos así como su intención de llevar a cabo una nueva ronda de negociaciones (la llamada Ronda del Milenio), incluyendo nuevos temas de negociación. Fuera la OMC de la alimentación.

12. Proponemos la creación de un nuevo orden democrático y transparente para regular el comercio internacional que incluya la creación de una corte internacional de apelación independiente de la OMC y el fortalecimiento de la UNCTAD como espacio de negociaciones multilaterales en torno a un comercio alimentario justo. De igual manera proponemos impulsar esquemas de integración regional desde las organizaciones de productores, fuera de los objetivos y parámetros neoliberales.

13. Demandamos el cese inmediato de las prácticas desleales de que establecen precios de mercado por debajo de los costos de producción y aplican subvenciones a la producción y subsidios a las exportaciones.

14. Nos pronunciamos en contra del ALCA, que no es mas que un proyecto estratégico hegemónico de Estados Unidos para consolidar su dominación sobre América Latina y el Caribe, ampliar sus fronteras económicas y asegurarse un gran mercado cautivo.

15. Apoyamos la reivindicación de las organizaciones campesinas y sociales de México por una suspensión de los acuerdos del TLCAN en materia agrícola.

16. Los recursos genéticos son el resultado de milenios de evolución y pertenecen a toda la humanidad. Por tanto, debe ser prohibida la biopiratería y las patentes sobre seres vivos, incluyendo el desarrollo de variedades estériles mediante procesos de ingeniería genética. Las semillas son patrimonio de la humanidad. La monopolización por unas cuantas empresas transnacionales de las tecnologías de creación de organismos genéticamente modificados (OGMs) representa una grave amenaza a la soberanía alimentaria de los pueblos. Al mismo tiempo, en virtud de que se desconocen los efectos de los OGMs sobre la salud y el medio ambiente, demandamos la prohibición de la experimentación a cielo abierto, producción y comercialización hasta que se pueda conocer con seguridad su naturaleza e impactos, aplicando estrictamente el principio de precaución.

17. Es necesario emprender una profunda difusión y valoración de la historia agrícola y de la cultura alimentaria en cada país, denunciando al mismo tiempo las imposiciones de patrones alimentarios extraños a las culturas alimentarias de los pueblos.

18. Manifestamos la decisión de integrar los objetivos de bienestar nutricional las políticas y programas alimentarios nacionales, incluyendo los sistemas productivos locales, promoviendo su diversificación hacia alimentos ricos en micronutrientes; defender la calidad e inocuidad de los alimentos consumidos por las poblaciones y la decisión de luchar por el derecho a la información para todas las personas, sobre los alimentos que consume, reforzando la reglamentación del etiquetado de los alimentos y el contenido de la publicidad alimentaria, ejerciendo el principio de precaución

19. La soberanía alimentaria debe asentarse en sistemas diversificados de producción, basados en tecnologías ecológicamente sustentables. Es necesario articular las iniciativas de producción y consumo sustentables de alimentos generadas en los niveles locales por los pequeños productores con el establecimiento de políticas públicas que contribuyan a la construcción de sistemas alimentarios sustentables en el mundo.

20. Demandamos una valorización justa para las comunidades campesinas, indígenas y pesqueras por la gestión sustentable y diversificada de los espacios rurales vía precios apropiados y programas de incentivos.

21. Al abordar los problemas de la alimentación en el mundo hay que tomar en cuenta la diversidad cultural que determina diversos contextos locales y regionales porque entendemos que el cuidado del medio ambiente y de la biodiversidad está en estrecha relación con el reconocimiento de la diversidad cultural.

22. Al desarrollo de sistemas alimentarios sustentables se hace necesario integrar la problemática nutricional, como ejemplo la exigencia por regular el manejo de los agrotóxicos.

23. Reconocemos y valoramos el rol fundamental de las mujeres en la producción, recolección, comercialización y transformación de los productos de la agricultura y las pesca y en la preservación y reproducción de las culturas alimentarias de los pueblos. Respaldamos la lucha de las mujeres por el acceso a los recursos productivos, por su derecho a producir y a consumir la producción local.

24. Los pescadores artesanales y sus organizaciones no renunciaremos a nuestros derechos sobre el libre acceso a los recursos pesqueros y a que se establezcan y protejan las zonas de reserva de uso exclusivo para la pesca artesanal. Igualmente exigimos el reconocimiento de los derechos ancestrales e históricos sobre la zona costera y aguas interiores.

25. Deben ser revisadas las políticas y programas de ayuda alimentaria. No han de ser un factor de inhibición del desarrollo de capacidades locales y nacionales de producción de alimentos, ni favorecer la dependencia, la distorsión de los mercados locales y nacionales, la corrupción y la colocación de excedentes de alimentos nocivos para la salud, en particular sin OGMs.

26. La soberanía alimentaria únicamente es posible conquistarla, defenderla y ejercerla a través del fortalecimiento democrático de los Estados y de la autoorganización, iniciativa y movilización de toda la sociedad. Se requieren políticas de Estado de largo plazo, una efectiva democratización de las políticas publicas y la construcción de un entorno social solidario.

27. Condenamos la política norteamericana de bloqueo a Cuba y otros pueblos y el uso de los alimentos como arma de presión económica y política contra países y movimientos populares. Esta política unilateral debe cesar inmediatamente.

28. La soberanía alimentaria es un concepto ciudadano que concierne al conjunto de la sociedad. Por esta razón el diálogo social debe abrirse a todos los sectores sociales implicados.

29. La consecución de la soberanía alimentaria y la erradicación del hambre y la malnutrición es posible en todos los países y para todas las personas. Manifestamos nuestra decisión de continuar luchando contra la globalización neoliberal, manteniendo e incrementando una activa movilización social, construyendo alianzas estratégicas y asumiendo decisiones políticas firmes.

30. Se acuerda hacer una llamado para desplegar una intensa actividad y una amplia movilización en torno de los siguientes ejes de lucha:

– Declarar el 16 de octubre como el Día Mundial por la Soberanía Alimentaría, hasta hoy llamado Día Mundial de la Alimentación.

– Exigir que se lleve a cabo la Cumbre Mundial de la Alimentación 5 años después programada del 5 al 10 de noviembre del presente año y que la FAO asuma su plenamente su mandato y responsabilidad. Las organizaciones sociales (OSC) deben organizar eventos en los niveles nacional y continental para impulsar sus propuestas y presionar a las delegaciones oficiales.

– Exigir al gobierno italiano el respeto total a la libertad de manifestación y se abstenga de reprimir a los movimientos sociales contra la globalización neoliberal.

– Participar y movilizarse en torno a la Reunión Ministerial de la OMC a celebrarse en Qatar del 9 al 13 de noviembre del 2001, el Encuentro Hemisférico contra el ALCA del 13 al 16 de noviembre del 2001 en La Habana, y al II Foro Social Mundial a llevarse a cabo en Porto Alegre del 31 de enero al 6 de febrero del 2002.

Dado en el Palacio de Convenciones de La Habana, Cuba, el 7 de septiembre de 2001.

Fuera la OMC de la alimentación Otro mundo es posible