22 de agosto de 2016
Durante Encontro de Direitos Humanos da Via Campesina, que ocorreu entre os dias 18 a 20 de agosto, na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), município de Guararema, São Paulo, Advogados populares, Movimentos do campo e organizações discutiram a criminalização das lutas dos movimentos sociais no mundo e tiraram inúmeras propostas de ações que visam fortalecer e ampliar a atuação do Coletivo de Direitos Humanos da Via.
Em entrevista para a Página do MST, Leandro Scalabrin, advogado popular do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), compartilha algumas dessas propostas e ressalta a importância de realizar uma atividade como esta na atual conjuntura.
«O Encontro foi positivo, saímos muito motivados e o Coletivo fortalecido e ampliado. Conseguimos aprofundar o tema de nossas Campanhas Internacionais para efetivá-las em cada país
e identificamos o desafio comum da criminalização das lutas sociais no mundo. Este trabalho será multiplicado por todos continentes e vamos construir uma rede de proteção para nossos defensores de direitos humanos. Não descansaremos enquanto não libertarmos todos os nossos presos políticos» afirma.
A atividade contou com cerca de 60 militantes de 18 países da África, Ásia, Europa e América e também abordou os Tratados Internacionais que envolvem os direitos camponeses e o que vincula Empresas e Direitos Humanos.
Nesse sentido Scalabrin salienta que a Via denuncia «a arquitetura da impunidade, que faz com que empresas do capital privado controle o Estado e aprove leis, crie instituições para atender seus interesses em detrimento dos bens comuns e dos direitos humanos.» Ou seja, é preciso que os Estados estabeleçam uma «responsabilidade legal das empresas por suas ações ou omissões quando violam os direitos humanos nos países».
Acompanhe abaixo entrevista na íntegra.
Página MST: Um dos focos do debate foi a criminalização dos movimentos, quais ações foram planejadas para garantir a articulação internacional a partir da Via?
Leandro Scalabrin: As informações que os participantes do Encontro trouxeram indicaram a existência de inúmeros camponeses e camponesas presos, bem como muitos casos de desaparecimento, exílio involuntário, violência e processos criminais em todos os continentes. Trata-se de uma onda de criminalização das pessoas e dos movimentos que fazem parte da Via Campesina. Prisões políticas de pessoas que se organizam para reivindicar direitos e que são tratadas como criminosos.
Diante disso, discutimos a necessidade de fortalecer o coletivo de Direitos Humanos da Via Campesina e construir uma Rede de Direitos Humanos Internacional que possa articular as denúncias de violação dos direitos dos povos do campo e garantir que ações efetivas tenham amplo apoio e divulgação. Além de articular com as redes e organizações já existentes que atuam na área.
Poderia citar alguns exemplos dessa onda de criminalização?
No Brasil, existem 44 presos políticos, 10 camponeses e 34 indígenas. Já utilizaram a lei de segurança nacional contra os movimentos sociais e agora estão utilizando a Lei 12.850, que se refere a organizações criminosas. É o caso do MST em Goiás. Valdir Misnerovicz e Luís Batista Borges, estão presos desde abril e maio, com fundamento na lei da organização criminosa, por defenderem e reivindicarem a reforma agrária no Brasil.
Existem pessoas criminalizadas na França, na Espanha. Há uma situação muito difícil no Paraguai, Argentina e Honduras. As situações são muito parecidas, violência em manifestações, violência policial, prisões, processos. Em Honduras, Berta Cáceres foi assassinada. No Brasil, Eltom Brum dos Santos foi morto pela polícia com um tiro pelas costas.
Quais mecanismos foram discutidos e acordados para garantir que ocorram ações ágeis de denúncias em casos de violações?
Para fazer frente a essa difícil realidade, além de propor articular uma rede internacional de Direitos Humanos da Via e entidades aliadas para estabelecermos mecanismos de autoproteção, defesa jurídica e denúncia pública nos sistemas internacionais de Direitos Humanos. Estamos denominando esse conjunto de ações como «Sistema de Alerta». Um dos principais objetivos é garantir a autoproteção dos defensores dos direitos humanos.
A Via atua com Campanhas de articulação para mobilização e denúncias de diversas questões, no caso dos presos políticos, quais são as propostas a serem construídas nesse sentido?
Tanto a proposta em construção da Rede dentro do coletivo de Direitos Humanos da Via, quanto o Sistema de Alerta, são ações que visam essa mobilização em torno das prisões políticas. Porém, baseados nessas outras Campanhas, vamos fazer uma campanha pela liberdade desses presos políticos. A ideia é que, a partir desta iniciativa, possamos dar visibilidade para este quadro de ofensiva e criminalização dos Movimentos da Via.
Outro ponto fundamental do encontro foi o dos Tratados Internacionais. Quais as iniciativas para ampliar a difusão desses processos?
Vamos realizar seminários para difundir as propostas e nos reunir com os governos nacionais em cada país para apresentar projetos de lei, com nas propostas contidas na Declaração dos Direitos das Camponesas e dos Camponeses e no Tratado Vinculante para Empresas e Direitos Humanos.
Em cada país reivindicaremos que o Governo vote a favor tanto da Declaração dos Direitos dos Camponeses quanto pela criação do Tratado Vinculante para Empresas.
A Via esteve presente na mobilização internacional ocorrida em Genebra em 2014, durante a 26ª reunião do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, quando conseguimos aprovar uma resolução para responsabilizar as transnacionais pelas violações de direitos humanos cometidas no contexto de suas atividades. Foi uma votação apertada, com 20 países votando a favor, 14 contra e 13 abstenções, incluindo a do Brasil. Agora, a ONU criou um grupo de trabalho intergovernamental para a construção das normas vinculantes.
A Via está presente nos dois processos. Quais são os principais pontos defendidos pelos movimentos camponeses nesses Tratados?
Denunciamos a arquitetura da impunidade, que faz com que empresas do capital privado controlem o Estado e aprovem leis, criem instituições para atender seus interesses em detrimento dos bens comuns e direitos humanos. Assim ocorre na construção de barragens, no financiamento de campanhas eleitorais, na contaminação de nossa comida com veneno, na apropriação privada do território e do trabalho.
Os Estados precisam estabelecer a responsabilidade legal das empresas por suas ações ou omissões quando violam os direitos humanos nos países. Um exemplo, é o da Samarco-Vale/BHP no Brasil, com mais de 200 mil pessoas vítimas de violação de Direitos Humanos.
Como a Via avalia o Encontro e quais as expectativas para a atuação do Coletivo de Direitos Humanos no próximo período?
O Encontro foi positivo, saímos muito motivados e o Coletivo fortalecido e ampliado. Conseguimos aprofundar o tema de nossas Campanhas Internacionais para efetivá-las em cada país e identificamos o desafio comum da criminalização das lutas sociais no mundo. Este trabalho será multiplicado por todos continentes e vamos construir uma rede de proteção para nossos defensores de direitos humanos. Não descansaremos enquanto não libertarmos todos os nossos presos políticos.
Ante la firma de un acuerdo inconsulto, a espaldas de los pueblos originarios Ngabe Bugle, firmado por dirigentes indígenas cuestionados por sus pueblos, con el gobierno nacional de Juan Carlos Varela, que imponen empresarios y gobierno en el caso de la Hidroeléctrica de Barro Blanco, esta tarde se dieron enfrentamientos entre la Policia Nacional y pobladores de estos pueblos, donde estuvo involucrado el presidente Juan Carlos Varela.
Diego Montón, da CLOC Via campesina, explica importância da Declaração dos Direitos Camponeses para toda sociedade
Ante la convocatoria del Frente de Defensa de los Intereses del Pueblo de Moquegua y las organizaciones de la sociedad civil, el día miércoles 16 de agosto, cientos de personas se movilizaron contra la empresa minera SPCC, actividad que culminó en un gran mitin en la plaza central de la ciudad. La Federación Agraria y Campesina de la Región Moquegua – FACAREMOQ, ha sido impulsor y miembro activo de estas acciones.
Participam do Encontro cerca de 60 participantes de 18 países da África, Ásia, Europa e América
Los días 16 y 17 de agosto, organizaciones indígenas nacionales discutieron en Lima cómo defender la titulación colectiva de sus territorios ante los programas que el Estado está próximo a ejecutar, como el Proyecto Catastro, Titulación y Registro de Tierras Rurales en el Perú, Tercera Etapa – PTRT3.
En respuesta a la inoperancia del gobierno estatal y federal para resolver los problemas económicos y sociales de la agricultura campesina y familiar, que están viviendo la peor sequía de los ultimos 80 años, los campesinos que se encontraban desde el martes en Vitória, la capital del estado, en la Jornada Unitaria de campo y la ciudad, ocuparon esta tarde (18) el ferrocarril de la empresa Vale que conecta los estados de Minas Gerais y Espírito Santo en el departamiento de Fundão, cerca de la capital.
En el marco del Foro por la Unidad Popular: Lucha por la Tierra, el Territorio y contra la Criminalización Social, realizado en la Plaza COLPROSUMAH, en la ciudad de Tegucigalpa, Honduras, los días 16 y 17 de Agosto del presente año, con el espíritu revolucionario de nuestras ancestras Berta Cáceres, Margarita Murillo y Magdalena Morales, con la participación del movimiento campesino, obrero, magisterial e indígena hondureño, centroamericano y de América Latina representado por La CLOC – Vía Campesina y representaciones del CInPH, MILPA, CUTH, Organizaciones magisteriales COLPEDAGOGOSH, COPEMH Y COPRUMH, BLOCOPAH, ARCO MAS y Frente Nacional de Resistencia Popular (FNRP), se realizó esta mañana masiva movilización hasta el ministerio público.
Un compañero de La CLOC La Vía Campesina y de la CNTC del departamento de La Paz fue herido de bala hace unos instantes en inmediaciones de la sede del Stibys, lugar donde se disponían a descansar luego del primer día del «Foro por la Unidad Popular» que se está realizando en Tegucigalpa.
Bellas montañas de los andes tachirenses sirven de marco para la VIII Escuela de la Región Andina de la Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo – Vía Campesina (CLOC-VC). Más de 40 compañeros y compañeras de 12 países, junto al equipo del Sistema Nacional de Formación de la CRBZ realizaron en horas de la mañana de este 16 de agosto la inauguración de esta actividad tan importante para la integración de los pueblos de la región.