Reafirmamos nosso compromisso em honrar as mulheres e homens caídos na luta pela defesa da vida.
Há exatamente um ano, a líder indígena e dirigente do Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas de Honduras (COPINH), Berta Cáceres, foi brutalmente assassinada dentro de sua própria casa, na capital hondurenha Tegucigalpa.
Lutadora na resistência contra o golpe de estado que derrubou o ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, em 2009, Berta ganhou reconhecimento mundial por sua defesa incansável dos direitos humanos e do ambiente.
Antes de ser assassinada, na véspera do seu aniversário de 43 anos, a vencedora do Prêmio Ambiental Goldman, travava uma verdadeira batalha contra a construção de uma barragem em um local sagrado para o povo Lenca.
As autoridades hondurenhas já reconheceram a relação direta da luta de Berta Cáceres contra a instalação da barragem. Oito pessoas foram presas, mas até agora nenhuma delas foi condenada.
Nesse 3 de março, dia que completa um ano da morte dessa grande companheira, o MST denuncia uma vez mais a violência e a impunidade contra as trabalhadoras e trabalhadores do campo, em especial contra as mulheres que ousam lutar contra a opressão capitalista.
Nos somamos à exigência da família Cáceres para que seja realizada uma investigação independente com o objetivo de esclarecer as circunstâncias e punir os responsáveis por esse crime. Também exigimos que o Estado hondurenho garanta a proteção aos familiares de Berta e aos seus companheiros de luta.
Reafirmamos nosso compromisso em honrar as mulheres e homens caídos na luta pela defesa da vida. E Berta Cáceres, sem dúvida, será para sempre uma referência da determinação necessária para seguir adiante nessa causa.
Seguiremos exigindo justiça! Basta de violência e impunidade!
Viva a Luta de Berta Cáceres.
Viva a Luta da COPINH e do povo hondurenho.
Viva a luta dos povos indígenas e dos camponeses da América Latina.