Em toda a bacia do Rio Corrente são cerca de 100 empresas estrangeiras do agronegócio que têm utilizado indiscriminadamente às águas dos rios.
«A crise hídrica que vivemos é também pela insuficiência total das instâncias de gestão, os instrumentos não estão sendo aplicados», afirma Luciana Khoury, promotora do Ministério Público Estadual da Bahia.
Há anos o Governo do estado concede outorgas para essas empresas sem a devida fiscalização. Para a promotora, é preciso acertar a equação entre os critérios técnicos do Inema e as informações trazidas pela população. «Se o povo diz que as empresas estão prejudicando o rio, ninguém melhor que quem vive a região pra saber», reforça Luciana.
Suspensão da outorgas
O Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB faz o alerta às autoridades há mais de 10 anos e reafirma que as águas da Bacia correm riscos, as como as mais de 100 mil famílias que vivem dele.
«Não vamos passear sede na beira dos rios do Oeste. Nossa luta é legítima e só vamos para quando salvamos nossas águas», afirma Andréia Neiva, do MAB.
O MAB exige a SUSPENSÃO imediata da todas as liberações de outorga e supressão de vegetação; a investigação das outorgas já concedidas; e a elaboração de um Plano de Bacia construído de forma participativa e coletiva.