Os camponeses e camponesas do MPA neste início do mês de dezembro laçam a 3ª Edição da “Campanha Natal Sem Veneno”. Uma proposta que visa levar alimentos saudáveis a mesa dos trabalhadores do campo e da cidade, nesta data em que as famílias reúnem-se a mesa para celebrar a vida. No Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Sergipe já iniciaram a comercialização das cestas natalinas de alimentos sem venenos produzidos pelo Campesinato. Com o objetivo de levar alimentos saudáveis para a mesa do trabalhador, a campanha Natal Sem Veneno está sendo realizada ao longo do mês de dezembro em todos Estados.
A Campanha é organizada pelos camponeses e camponesas do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e nestes três anos de construção, já inspira outras experiências. “A terceira edição do Natal Sem Veneno além de tudo é um ato de solidariedade, esperança e amor, afinal, ninguém quer presentear ou comer com alimentos envenenados”, reflete Bruno Pilon, da direção nacional do Movimento.
Está 3ª Edição busca ainda fazer uma reflexão sobre como estamos nos alimentando e de onde vem este alimento, debates que o MPA vem realizando há anos. “O Natal Sem Veneno é parte de um conjunto de ações que compõe o Plano Camponês, até chegarmos a Soberania Alimentar, livre de agrotóxicos” complementa Bruno. Num contexto em que o povo brasileiro é quem mais consome veneno no mundo, em média de 7,2 litros por pessoas, outro fator torna-se um alerta, o Brasil apresenta o maior incentivo legal e fiscal para seu uso. Dos 50 agrotóxicos mais usados no Brasil, 29 são proibidos no exterior, ou seja, o Brasil é o destino predileto dos agrotóxicos banidos em outros países, conforme a Campanha Nacional Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida.
Ciente do tamanho que é este desafio, o Movimento tem construído, questionando e denunciado, desde seu surgimento, este modelo de agricultura que destrói o meio ambiente e os seres vivos, assim como, tem lutado e construído políticas públicas de crédito, assistência técnica e comercialização que incentivam e possibilitam a produção de alimentos sem veneno. No ano em que completamos 22 anos de lutas e resistências, o MPA quer compartilhar os frutos de suas lutas, mas também da produção sem veneno.