Argentina: Na Feira do Congresso, camponeses compartilham a diversidade cultural latino americana

16 de abril de 2015

Colectivo de Comunicación de la CLOC – Vía Campesina

feira1.jpgVegetais em conserva, doces, vinhos, sucos, salames de llama e os mais variados tipos de artesanatos. Esses são alguns dos produtos que compõem a Feira do 6° Congresso Continental da Cloc, que acontece em Buenos Aires, na Argentina, entre os dias 14 a 17 de abril.

Trazidos dos mais distintos países da América Latina, camponeses de todo o continente também aproveitam o encontro para compartilhar experiências e demonstrar a diversidade cultural latino americana.

A peruana Luci Salas Grandes, da organização de mulheres de San Martí, trouxe inúmeros artesanatos confeccionados por cerca de 300 mulheres de sua província.

Muitos dos produtos são feitos a partir de fibra vegetal da palmeira, como chapéus, bolsas, capa de celular e tiaras.

Além dos artesanatos, as camponesas de sua região também plantam café, cacau, arroz, milho e menestras. Atualmente, também investem na produção de estébia, para que o açúcar processado seja substituído por algo mais saudável.

“Na nossa produção não utilizamos inseticidas, porque nos preocupamos com a saúde. Trabalhamos muito com a perspectiva da soberania alimentar, que nossa alimentação seja boa, nutritiva e complementar”.

Nesta perspectiva, o argentino Tomas Del Compare, do Movimento Nacional Campesino Indígena (MNCI), mostra os diversos produtos dos agricultores da cidade de Buenos Aires e em torno, como geléia, doce de leite e verduras.

Del Compare ajuda a organizar uma rede de comercialização dos produtos vindos de diversos estados da Argentina na cidade de Buenos Aires.

A agricultora Rosa, da União dos Trabalhadores Sem Terra de Mendonça, fala sobre a produção agroecológica de tomate desenvolvida pelos agricultores de sua província.

“Das nossas plantações saem tudo, é como uma cadeia, saem os alimentos, as sementes, tem pessoas que cuidam dos viveiros, da plantação, da colheita e depois mandamos para uma agroindústria dos próprios agricultores onde processamos os tomates”, destaca.

O gorro tecido à mão produzido com 100% de lã de alpaca é mostrado com orgulho pela peruana Rosa Catisacari, da cidade de Puno. Onde vive, cerca de 60 mulheres se somam à produção de luvas, casacos, cachecóis e bordados de um modo geral. Na agricultura, batata, cevada, quinoa, palisa, caniua oca são apenas alguns dos alimentos produzidos pelos camponeses e camponesas de sua região.

Entre uma atividade e outra, Rosa aproveita parte do tempo que lhe resta para ser locutora da Rádio Pachamama, uma rádio regional e via internet. Para ela, é importante que o debate da soberania alimentar se amplifique e que seja apropriado pelo povo, um dos principais assuntos trabalhado por ela em Aimara e Quechua.

“Devemos nos manter com maneiras campesinas, manter nossos costumes ancestrais que deixaram nossos avôs. Não podemos, por exemplo, usar agrotóxicos na terra, e sempre devemos cuidar nossas sementes nativas”, acredita.

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