24 de março de 2011. Fazem 35 anos desde que a Argentina sofreu o seu sexto golpe militar no século XX, o segundo com caráter permanente, ou seja, sem intenções de convocar eleições democráticas. Foi também o regime mais violento entre os seis, com estimativas de 30.000 mortos e desaparecidos em 7 anos.
Declarado feriado nacional na gestão de Nestor Kirchner, em 2003, este é o dia em que milhares de argentinos saem as ruas para resgatar as memórias dos que lutaram com suas vidas pela democracia do país e para cobrar o julgamento dos algozes da ditadura e seus cúmplices. Dia Nacional da Memória pela Verdade e Justiça.
Ontem, na Praça de Maio, ponto de encontro das diversas colunas da fragmentada esquerda argentina, que se formam na Avenida 9 de julho, pude sentir a emocionante marcha dos que perderam amigos e familiares e desde o fim do golpe lutam para que nunca esqueçamos os nomes e os rostos dos ditadores. Segundo o jornal Página 12, centenas de milhares de pessoas marcharam por todo o país, entre os quais partidos políticos, movimentos camponeses, indígenas e as mães e avós da Praça de Maio.
Acho que temos muito a aprender com nossos hermanos: que as lutas precisam ser relembradas, pois elas se acumulam; que os rostos, nomes e gestos dos nossos inimigos não podem ser esquecidos e devemos insistir para que sejam julgados – A luta não acabou em 83; e que precisamos ter um espaço de confluência entre os distintos movimentos sociais e partidos de esquerda.