No dia 07 de abril de 2011 será realizado o lançamento nacional da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela Vida. Para tanto, estão previstos em muitos estados atividades durante esta semana. Debates, atos, audiências públicas, seminários, e agitação e propaganda com sociedade serão realizados com o objetivo de conscientizar a população sobre os danos causados pelo uso de venenos.
No estado do Rio de Janeiro, será realizado um debate sobre o tema no dia 06/04, às 19 h, na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, no salão Azul – Auditório do 3º andar do P1 (prédio principal da universidade). A Campanha estará também no Ato do Fórum Estadual de Saúde, dia 07/04 às 11h, em frente à ABI. No dia 14/04, será realizado um grande ato pela Reforma Agrária e Contra os Agrotóxicos, em frente à ALERJ, às 12 h.
Será muito importante a presença de cada militante e entidades nestas atividades. Estamos convocados neste momento a lutar por um outro modelo de produção e pelo direito a alimentação saudável.
Pelo segundo ano consecutivo, o Brasil foi considerado campeão mundial em consumo de agrotóxicos. Além de gerar sérios impactos ambientais, como a poluição da água e do solo, o uso de agrotóxicos tem levado a um número cada vez maior de intoxicações, tanto por exposição ao material químico quanto por ingestão de alimentos contaminados.
Estudos recentes feitos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 26 estados do país identificaram cerca de 20 culturas com alto índice de resíduos de agrotóxicos, como o pimentão, uva, morango, pepino, couve, alface, abacaxi e mamão. Contudo, os plantios ligados ao agronegócio continuam sendo os principais responsáveis pelo alto consumo de agrotóxicos no país. Somente a cultura da soja, por exemplo, é responsável por 51% do volume de agrotóxicos comercializados no Brasil.
Além de denunciar os problemas causados pelo uso dos agrotóxicos, a campanha tem o objetivo de fortalecer a agricultura camponesa como modelo de produção no campo brasileiro, garantindo a produção de alimentos saudáveis e a soberania alimentar da população.
Segundo dados do IBGE, cerca de 40% da população brasileira (72 milhões de pessoas, aproximadamente) encontra-se em situação de insegurança alimentar. Para Sérgio Conti, do MPA, é preciso colocar a vida no centro do debate sobre a produção de alimentos e desenvolvimento no campo. “Atualmente, o padrão de produção e de consumo de alimentos é ditado pelas grandes empresas do agronegócio, que detêm o controle sobre a terra e sobre a produção. Para manter o ritmo de produção industrial e gerar cada vez mais lucro, o agronegócio incentiva o uso extremo de agrovenenos e a destruição ambiental. Nosso papel é colocar o a vida como elemento central da produção no campo, não o lucro. Para isso, precisamos superar o modelo do agronegócio, que prioriza o plantio de grandes monocultivos destinados a exportação, como a soja, a cana e o eucalipto. Esse é o nosso desafio”.
A luta contra os agrotóxicos depende da articulação de vários setores da sociedade, por isso, a campanha pretende “fazer uma grande corrente, a fim de gerar uma mudança real de comportamento na sociedade brasileira. Uma mudança tanto na hora de produzir alimentos, quanto na hora de consumir”, afirma Conti.