Após cinco dias de caminhada e mais de 150 km percorridos em três colunas, a “Marcha Nacional Lula Livre” chegou à Brasília para reunir trabalhadores de diversas regiões do país em um ato unitário de registro da candidatura do presidente Lula.
Os mais de 5 mil camponeses da Via Campesina se juntaram aos mais de 50 mil trabalhadores presentes na capital federal neste dia que certamente entrará para a história como um dos grandes momentos de levante da classe trabalhadora brasileira.
Atingidos e atingidas por barragens também se somaram nesta grande mobilização. A estimativa é de que mais de 800 atingidos dos estados do Ceará, Pará, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Goiás e Santa Catarina tenham participado da marcha e do ato político deste dia 15 de agosto.
Segundo Fernanda Oliveira, da coordenação nacional do MAB (Movimento dos Atingidos Por Barragens) este dia marca uma confirmação do que para o povo já é uma certeza.
“Esse ato de hoje representa um marco para a classe trabalhadora. É um dia de registro da candidatura de Lula, não só oficial, mas com a participação do povo, porque para o povo, Lula já é candidato. E nossa luta não terminará no dia de hoje, ela vai continuar, porque esperamos que o povo brasileiro tenha sua condição de vida melhorada”, afirma.
Segundo ela, eleger Lula neste momento é de vital importância para a recuperação econômica da classe trabalhadora que vem sofrendo cada vez mais com a retirada de direitos e a exploração após o golpe.
“Nós temos sonhos, temos utopia e é na luta desse povo que trabalha, que nós vamos vencer, Eleger Lula é exercer a democracia, que vem sendo golpeada pela mídia, pelo jurídico. É mais do que necessário para recuperarmos a dignidade e a esperança do nosso povo. Por isso gritaremos para o mundo: Lula é canditado!”, completa.
Foto: Matheus Alves
Já em frente ao TSE, um grande Ato Político reafirmou a candidatura de Lula. Gleisi Hoffmann, presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), disse que essa caminhada é pelos direitos do povo. “Lula é um preso político, a maior liderança política do país. O registro dessa candidatura é uma vitória para nós. Nós vamos entrar no TSE e vamos registrar Lula e quando saímos vamos festejar a vitória de ter Lula presidente do Brasil”, comemora.
Greve de Fome
Além do ato, movimentos populares organizaram a Greve de Fome por Justiça no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a condenação e prisão de Lula, entendendo que as decisões são juridicamente infundadas e tem caráter político, servindo apenas para tentar tirá-lo da disputa eleitoral. Há mais de 16 dias sem ingerir nenhum alimento, os sete grevistas, Zonália Santos, Leonardo Soares, Vilmar Pacífico, Luiz Gonzaga (Gegê), Jaime Amorim, Frei Sérgio Görgen e Rafaela Alves seguem firmes na luta.
Hoje pela manhã, os grevistas receberam a visita de Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann, Paulo Teixeira e Lindbergh Farias.
Em outros pontos do país, trabalhadores atingidos tem realizado “jejuns cívicos”, em apoio aos grevistas. Na foto, trabalhadores participam da ação em Salvador/BA