No último dia 30 de março aconteceu no IFCS/UFRJ a 2a edição da Feira de Todas as Lutas. Organizada pelos Centros Acadêmicos de História (CAMMA) e de Ciências Sociais (CACS), da UFRJ, em conjunto com a Rádio Pulga, a feira tornou-se um ponto de encontro entre a universidade e os movimentos sociais.
Nesta edição, além de trazer produtos de assentamentos rurais do MST, a feira também ofereceu ao público produtos de cooperativas urbanas (Faísca, Roça/Maré, e da ocupação Flor do Asfalto) e materais de formação política do Movimento dos Trabalhadores Desempregados pela Base. Participaram ainda da feira a Rádio Pulga, o sebo do CACS e o coletivo URRAH.
Segundo Isabel Lessa, uma das organizadoras da feira, o objetivo principal é trazer movimentos sociais e cooperativas para dentro do campus: “A primeira edição teve um foco mais rural. Desta vez, agregamos iniciativas urbanas também.” A ideia a partir de agora é fazer uma edição por semestre.
Um dos feirantes mais animados era Seu Chumbo, do Assentamento Terra Prometida (MST). Mesmo com idade já avançada, se orgulhava da produção exposta, toda ela livre de venenos. Batata doce, aipim, frutas, queijo, doces, tudo sem agrotóxico. Veja o depoimento de Seu Chumbo.
Ainda representando o MST, Ivi Tavares, do Setor de Saúde, expôs a produção de fitoterápicos, fabricados durante os cursos do movimento. Segundo ela, os fitoterápicos servem como forma de questionar o modelo capitalista de medicina. Veja entrevista com Ivi Tavares.
A ocupação Flor do Asfalto trouxe para a feira um pouco do que os integrantes vivenciam em sua comunidade. Além de livros e cartilhas, estavam à venda deliciosos hamburgeres de ervilha e trufas de chocolate. Tudo vegano. “A gente busca emancipação humana e emancipação animal também”, disse Glenda, moradora da ocupação. Veja entrevista com Glenda.
O MTD Pela Base esteve presente com suas cartilhas de formação “Capitalismo, Anticapitalismo e Organização Popular”. O material, além de fazer parte da iniciativa de apoiar a formação política de diferentes movimentos sociais, gera renda para o movimento e ajuda na realização de atividades. Segundo o movimento, “os resultados da feira foram excelentes. Além da aproximação dos estudantes com os movimentos sociais, a Feira consegue difundir no espaço da universidade, as demandas, lutas e perspectivas dos movimentos sociais que dela participam. O MTD Pela Base ajudou a construir as duas edições da Feira pois entende que é possível estabelecer uma relação de solidariedadeentre esses diferentes movimentos, que tem no trabalho de base, sua principal metodologia para a mudança radical da sociedade.
E assim encerrou-se a segunda edição da feira, que, pelo sucesso obtido entre público e expostores, certamente terá sua próxima edição em breve.