Brasil: MPA realiza atividades com Mulheres e Crianças em preparação aos próximos períodos de Lutas em Rondônia

Este fim de semana, 11 e 12 de novembro teve um sentido especial para o MPA em Rondônia, os camponeses e camponesas do Movimento no Estado realizaram, de forma paralela, três atividades com mulheres e crianças. Um Encontro Municipal com entorno 40 mulheres em Alto Paraíso ao Norte do Estado, o outro foi um Encontro Regional reunindo três município, com a presença de mais ou menos 40 mulheres na cidade de Santa Luzia e o terceiro Encontro também foi Regional, com a participação de aproximadamente 45 mulheres realizado em Cabixi ao Sul do Estado.

Entre os temas abordados nos encontros estão a retirada de direitos, reforma da previdência, educação, como as medidas adotadas pelo governo Temer tem afetado as mulheres e as construções das próximas lutas e o 8 de março. Atividades como estás, além do 8 de março, tem sido realizadas todos os anos no Estado pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Encontro em Alto Paraíso. Foto: MPA

Encontro em Alto Paraíso. Foto: MPA

“Esse ano definimos por fazer os Encontros nas Regionais ou Municipais, em outubro realizamos 3 encontros em três municípios que foi em Ouro Preto do Oeste, Nova União e em Tarilândia que é um Distrito do município de Jaru. Esses Encontros Municipais reuniram aproximadamente 20 mulheres cada um, todos organizados pelo MPA”, explica a camponesa e dirigente do MPA, Leila Denise.

Todos os encontros tem sido organizados e conduzidos pelas companheiras da Coordenação Estadual do Movimento nos municípios que tem se desafiado a tocar as atividades e os debates. O material que tem subsidiado os encontros são as elaborações do Momento e do Coletivo Nacional, bem como, as construções no Estado e as análises de conjuntura da MPA e movimentos parceiros de luta. “Os temas foram as retiradas de direitos e as mulheres o que isso tem haver, como afeta as mulheres e também fazer um levantamento de como a retirada de direitos e cortes nos investimento tem afetado os camponeses em especial as mulheres. O que elas tem relatado é quem já tem visto, como tem afetado os municípios e junto a isso, a necessidade de construirmos as lutas para os próximos períodos”, aponta a dirigente do MPA.

As dinamicas fizeram parte da programação de forma pedagógica. Foto: MPA

As dinamicas fizeram parte da programação de forma pedagógica. Foto: MPA

Construídos o mais dinâmicos possíveis os encontros também contaram com a Ciranda Infantil e a avaliação que o Movimento tem feito é positiva, pois a estratégia de realizar os eventos em níveis regionais e locais já contempla mais de 200 mulheres apenas com esses encontros e tem mais para ser realizados, então quem sabe com apenas um encontro estadual não atingiríamos tantas mulheres assim, relata Leila.

 

 

 

 

O que as mulheres tem relatado no Encontros

Encontro em Santa Luzia. Foto: MPA

Encontro em Santa Luzia. Foto: MPA

“Nos debates tem vindo muitos elementos, reclamações nos debates e quando fazemos o estudo, por exemplo, a questão do preço da energia, as mulheres tem relatado que a energia todo mês aumenta um pouco, o preço do gás, a outra coisa é o preço dos produtos para venda que tem baixado muito”, conta Leila. No Estado os laticínios tem baixado o preço pago pelo litro de leite entre 70 e 80 centavos.

Entre as reclamações também estão o acesse a saúde pública pelo SUS que tem se limitado cada vez mais o número de exames, enquanto o Estado e a Estado pela mídia tem estimulado as mulheres a fazer o preventivo do câncer de mama, por exemplo, porém quando as mulheres procuram as Unidades para realizar o preventivo tem um limite de vagas, se tiver que dar continuidade e fazer exames precisa se deslocar do município, sem contar a burocracia.

Alimentação nos Encontros veio da raça das participantes. Foto: MPA

Alimentação nos Encontros veio da raça das participantes. Foto: MPA

A Educação tem sido outro ponto bastante presente, pois além dos problemas cotidianos que o estudantes do campo no Estado enfrentam como a interrupção do transporte escolar no período de chuva, as estradas ruins dificultam o acesso pois não há Escolas no Campo em todos os municípios, também há a dois novos desafios que o Movimento enfrenta no Estado, e tem encampado a luta com bastante dedicação e força que é militarização das escolas. Denuncia a camponesas:

– “Isso significa que tem escolas públicas que estão sendo militarizadas, ou seja, o comando, a gestão e os professores são todos militares, que não é a mesma coisa das escolas militares, é militarizar a escola é colocar os policias e suas hierarquias para dentro das escolas, já temos uns 5 municípios onde temos pelos menos uma escola militarizada. Enfim, estamos fazendo esse debate com a população, dos prejuízos quanto a isso, inclusive da inconstitucionalidade desse programa, já que a Constituição nos garante uma Escola Pública, garante a participação efetiva da Comunidade e das Organizações Sociais nas escolas e com a militarização vamos perder esse direito ferido”.

Entre os relatos, frutos dos encontros estão a reordenação de Escolas Municipais, o Governo do Estado junto com alguns municípios estão passando as turmas de sexto a nono ano para o Estado isso afeta diretamente os filhos e filhas dos camponeses e camponesas no Estado, pois há várias Escolas Polos nos municípios, se passar e essas Escolas Polos municipais para o Estado essas turmas terão que sair do campo para ir estudar numa escola Estadual na cidade.

As crianças também participaram dos Escontros com a Ciranda Infantis que teve uma programação pensada e organizada para elas. Foto: MPA

A Ciranda Infantil teve uma programação pensada e organizada para as crianças. Foto: MPA

“Isso é complicado porque vai contra o direito do estudante do campo de estudar no campo, e ter um conteúdo voltado para o campo, sem contar que irá criar um outro problema que nós já temos, que é superlotação nas escolas afetando a qualidade do ensino prejudicado os estudantes, isso tem vindo em todos os encontros”, denuncia Leila Denise.

A saúde, a educação e essas questões relacionadas aos preços, em especial da energia e gás tem sido as maiores reclamações vindas do Encontros, “mas há um disposição das companheiras em fazer alguma coisa, inclusive ter sido relatado em todos os encontros, nós temos que fazer alguma coisa não podemos ficar assistindo tudo isso de braços cruzados, sabemos que o Brasil é um país rico, Rondônia tem suas riquezas também e precisa ser feito alguma coisa”, aponta Leila Denise

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Mujeres en lucha por la soberanía de los pueblos – Entrevistas radiales

Compartimos en esta ocasión una serie de entrevistas de voces de mujeres que luchan por la defensa de la soberanía alimentaría, las mujeres y el arte tradicional. Escuchar Entrevistas

Nury Martinez de CLOC Vía Campesina de Colombia, expresa la experiencia sobre la lucha de la territorialidad y contra la economía verde. Impulsando los mercados campesinos que ha n sido la mejor herramientas para sostener su cultura y comida. Teniendo como base la Universidad Campesina en Colombia. Y comparte la experiencia de la construcción por la paz.

Isabel Sáenz de Marcha Mundial de las Mujeres, capítulo de Guatemala, expresa el papel de las mujeres en el marco de la soberanía alimentaria, que es un derecho a la autodeterminación de la siembra y producción de los alimentos. La cual defienden su cuerpo y territorio como primera parcela que produce y conserva las semillas, aguas y vida.

Fischel Boro, maya Kakchiquel, del movimiento de tejedoras nacional de Guatemala y Asociación Femenina para el Desarrollo (AFEDES). Una gran lucha por la defensa legal de sus tejidos, trajes, el significado de sus cortes y arte tradicional. Que además de dicha, lucha también son discriminadas. Y sus productos son explotados sin el consentimiento de sus saberes colectivos y ancestrales.

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Brasil: Seminário Alerta Sobre O Veneno Na Alimentação no Santa Catarina

As mais de 120 pessoas vindas de 8 municípios da região, nesta quarta-feira 8 de novembro, debateram sobre a alimentação saudável, sementes, biodiversidade, vida saudável, saúde e a cura pelas plantas, no município de em Anchieta, SC, durante o II Seminário Municipal “Comida de verdade no campo e na cidade” que está sendo organizado pelo Paróquia Santa Lúcia, Prefeitura Municipal de Anchieta, PJR, PJMP, MPA, MMC, SINTRAF, Epagri e pela Cooperativa Oestebio.

Na oportunidade se fazem presentes camponeses e camponesas da região, trabalhadores urbanos, representantes do poder público, líderes religiosos e comunitários, bem como, vereadores dos municípios de Anchieta e Saltinho. O Seminário, que já na abertura, num momento místico, trouxe a diversidade das plantas medicinais, o conhecimento popular e os saberes tradicionais, bem como, a importância de biodiversidade, da água, da terra e das sementes crioulas e a luta dos camponeses.

Foto: Adilvane Spezia

Foto: Adilvane Spezia/MPA

De início, Frei Sergio Görgen, do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) aponta: “Vou começar por algo bem importante, pelo nosso estomago, pelo que comemos. O intestino da gente é chamado de segundo cérebro, porque se nosso intestino não estiver funcionando nosso cérebro também não vai funcionar. Logo, alguém mal alimentado não consegue pensar direito, a má alimentação em alguns lugares tem causado dificuldades no aprendizado”.

No Brasil a base a dieta alimentar da população está vinculada apenas a 4 grãos a soja, trigo, milho e arroz, esse dado pouco se altera quando falamos de nível mundial. Segundo Frei Sergio isso tem uma explicação:

“Porque para as multinacionais esse é um negócio lucrativo, para eles transformar nossa dieta apenas em grão, que são produzidos com apenas 3 componentes NPK, Nitrogênio (N), ‎Fósforo (P) e ‎Potássio (K), somado a produção com veneno, que primeiro vai apara terra, água, ar e nos alimentos”.

Foto: Adilvane Spezia

Foto: Adilvane Spezia/MPA

Na oportunidade também foram registrados o caso de Lucas do Rio Verde no Mato Grosso onde foi encontrado resíduo de veneno no leite materno, essa região é a maior consumidora de veneno do país. Outro relato é do Rio Grande do Sul, onde as grandes plantações de trigo estão sendo dessecadas com 24D para uniformizar colheita. “Esse veneno fica no grão, esse trigo vai para o moinho de onde sai em farinha e vai para nossa mesa. Nosso alimento além de mais pobre, também está envenenado, pois a mesma empresa vende o veneno e as sementes transgênicas, fabrica os remédios. A Monsanto e a Bayer, eles não estão preocupados com a saúde das pessoas, eles estão preocupados com o lucro”, denuncia o dirigente do MPA.

Dessa forma compreendemos que a produção, a alimentação e a saúde estão interligadas, e, não existe nada mais importante do que cuidar da vida. Como diz Frei Wilson Zanatta, “eu não vou começar falando de remédio, pois há 450 anos antes de Cristo o pai da medicina, Hipócrates, já dizia ‘Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio’ ”.

Foto: Adilvane Spezia/MPA

Foto: Adilvane Spezia/MPA

De fato este é uma receita que perpassa o tempo, mas segundo Frei Zanatta como podemos no alimentar de forma saudável, “se encontramos 15% de celulose no queijo industrializado, isso é muito grave, pois legalmente eles podem vender e nós, não podemos vender nosso queijo, salame, ovos, mas eles podem vender”, denuncia ele. Assim como denuncia o papel que a mídia comercial tem exercido na desconstrução da cultura popular e da inferiorizarão da mulher.

Esse conjunto tem causado boa parte das doenças que se tornaram comum em nosso meio, como depressão, câncer, ansiedade, diabetes, osteoporose, colesterol, triglicerídeos, colesterol, hipertensão, renite alérgica. “A grande causa da depressão é o veneno que mexe com sistema central, sistema nervoso da pessoa humana”, denuncia Frei Sergio. No Brasil cada pessoa consome 7,5 litros de veneno por ano, índice que assusta até quem é leigo no assunto.

O veneno é uma das 3 causas da depressão como descreve Frei Zanatta: “ O primeiro é o veneno, que está na água, na terra, no ar, no alimento, não existe mais um lugar que não tenha veneno; O segundo são as relações quebradas, por qualquer coisa somos capaz de brigar, passamos a visitar muito pouco, passamos a nos relacionar com grupos vada vez menores; E, o terceiro é que colocamos outras coisas o dinheiro, bens materiais, poder, lucro, no lugar de Deus, a fé fica em último plano. Não que eu reze e Deus me concede a benção, é que se eu amo Deus, eu amo o próximo”, descreve Frei Zanatta.

Foto: Adilvane Spezia

Foto: Adilvane Spezia/MPA

Num piscar de olhos a manhã tornou-se meio dia e depois de muitos debates sobre a alimentação saudável, a importância dos alimentos e a saúde, o almoço foi servido, uma galinhada, ou galinha com arroz, uma diversidade de verduras, pães e sucos. As mais de 120 refeições foram preparadas de forma coletiva, e com os ingredientes trazidos pelos próprios participantes, ou seja, na roça e da horta dos participante.

A parte da tarde foi dedicada a troca de experiências e como preparar os remédios caseiros. A troca de experiências motivou os presentes a compartilhar seus conhecimento. Frei Wilson Zanatta explicou que não existe nada igual do que compartilhar esse conhecimento. “Quem quer ganhar dinheiro não vai ser verdadeiro, aqui, o que nós queremos é que todos saibam fazer e multipliquem esse conhecimento e com isso cuidar da saúde e da vida de todo mundo”, explica ele.

O momento permitiu que os presentes debatessem sobre o porquê e como a indústria de alimentos e medicamentos tem se dedicado a descontruir o conhecimento camponês, o conhecimento popular. Por essa razão é necessário compartilhar esse conhecimento tradicional, não só das plantas medicinais, explica Frei Zanatta.

Foto: Adilvane Spezia

Foto: Adilvane Spezia/MPA

Por sua vez, Frei Sergio aponta ser um ato heroico a preservação da biodiversidade, “as pessoas perguntam porque tem tanto câncer e eu respondo, porque cortaram os pomares e plantam soja até de baixo das escada, esse modelo não tem sustentação e o oeste catarinense, em especial essa região, é uma das trincheiras mais importantes de resistência camponesa. Eu sonho com uma Agricultura Camponesa diversificada, variada, com camponês bem pago por produzir alimento saudável, com a juventude voltando ao campo fazendo o enfretamento e lutando contra uma Agricultura do Agronegócio, do veneno”.

Na ocasião também foi realizado o lançamento do livro “Trincheiras da resistência camponesa – sob o pacto de poder do agronegócio”. A obra traz um contexto dos últimos 16 anos em que o agronegócio se implantou no país, “tento trazer as consequências disso para a sociedade. O agronegócio trouxe concentração de terra, alimento envenenado, monocultivo. Mas nesse período também teve muita resistência, a própria recuperação das sementes crioulas, os trabalhos de agroecologia e outros”, destaca Frei Sergio, que é o autor do livro.

Foto: Adilvane Spezia/MPA

Foto: Adilvane Spezia/MPA

Sobre a Reforma da Previdência e o Preço da Luz

Se o tema é saúde, alimentação saudável e compreendemos como tudo está interligado de alguma forma, a Reforma da Previdência e o rombo no Preço da Luz irão afetar de forma direta os camponeses e camponesas, por consequência os trabalhadores urbanos.

“Há uma pressão enorme para que se vote e passe a Reforma da Previdência, se passar, irá afetar os camponeses e camponesas, assim como, irá quebrar o orçamento dos municípios. A CPI da Previdência mostra o que nós não já vínhamos falando, nós não somos os carrapatos, os parasitas da previdência”, explica Frei Sergio. Os camponeses e camponesas contribuem com a previdência por meio do Funrural, o CONFINS e a por meio da venda e compra de produtos, “153 bilhões de reais foram arrecadados para a previdência por meio da arrecadação agrícola”, afirma o dirigente camponês.

Foto: Adilvane Spezia/MPA

Foto: Adilvane Spezia/MPA

Outro fator que irá atingir em cheio os camponeses e camponesas é privatização do sistema elétrico brasileiro. “Já venderam seis barragens, logo quem compra essas barragens vende a energia conforme a empresa quer, e não mais o governo controla. As barragens quando são do governo tem leis que impedem elas de superfaturar com a produção de energia, mas quando ela torna-se privada, o preço quem coloca é o dono e nenhum lei o controla”, explica Frei Sergio.

A privatização do sistema elétrico vai derrubar os 50% de subsídio para os consumidos do campo, então se as medidas previstas forem aprovadas, além dos camponeses perderem esse subsídio de 50% no valor pago pela energia, o valor a ser pago pela energia irá aumentar em 80%.

Foto: Adilvane Spezia/MPA

Foto: Adilvane Spezia/MPA

“Parece que o que está em jogo é se vamos ser uma nação livre ou se vamos nos tornar Colônia do Estados Unidos, não mais de Portugal como fomos no passado. O Brasil tem 4 poderes, o executivo, legislativo, judiciários e o povo. Quando os 3 primeiros poderes apodrecem, que é caso do nosso país, cabe aos quarto poder se levantar e assumir o comando”, concluir o dirigente do MPA.

 

Por Adilvane Spezia – Jornalista|MPA

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Comunicado La Via Campesina: La Soberanía Alimentaria es la única solución para defender el derecho de los pueblos a la Justicia Climática – COP23

La Agroecología Campesina puede alimentar a la humanidad y enfriar el plantea. La Soberanía Alimentaria es la única solución para defender el derecho de los pueblos a la Justicia Climática.

El pasado viernes 3 de noviembre a las 6pm en Bonn (Alemania), se inició la Cumbre Climática de los Pueblos de 2017, abriendo  un importante espacio de diálogo  para que los movimientos sociales propongan alternativas y soluciones para la crisis climática global. Esta cumbre se concluirá el 7 de noviembre y reunirá miles de delegados y delegadas y activistas medioambientales de todo el mundo.

Sólo este año, se han registrado varios desastres debidos a la acentuación de los impactos causados por el cambio climático, cuyas magnitud e intensidad no tienen precedentes: huracanes, inundaciones, tormentas tropicales, sequías, olas de calor y otras formas de desastres naturales. Los más afectados fueron los campesinos y campesinas a nivel mundial, los pobres, las trabajadoras y trabajadores rurales, los pescadores y pescadoras, los pueblos indígenas, particularmente las mujeres y los jóvenes.

Trágicamente, muchas personas han sido forzadas de migrar, dejando tras de sí su hogar y sus medios de vida. Hay demasiado en juego en torno a las medidas que debemos tomar:

“La Humanidad se encuentra en una encrucijada. El camino que escogerá determinará su propia supervivencia. Estamos produciendo residuos nucleares que no vamos a poder eliminar por un millón de años! Estamos reorientando el clima del planeta hacia un estado que existía hace millones de años. Nuestra generación está operando un cambio injusto e inhumano. Nuestras acciones tienen consecuencias no sólo para nuestra generación pero también para futuras generaciones que no han contribuido a la crisis climática. Para las campesinas y campesinos en todo el mundo, el cambio climático es una cuestión de supervivencia. ¡Debemos detener el cambio climático!“ dice Ulf Allhoff-Cramer de la  Arbeitsgemeinschaft bäuerliche Landwirtschaft (AbL).

Ante esta crisis creciente, los gobiernos del mundo responden con  “falsas” soluciones destinadas a mantener los negocios como de costumbre, es decir: preservar y extender los mercados de las corporaciones transnacionales. Estas falsas soluciones, como por ejemplo la captura y el almacenamiento del carbono, la creación de mercados del carbono, la llamada agricultura “climáticamente inteligente”, la reducción de las emisiones debidas a la deforestación y la degradación forestal (REDD), y  la geoingeniería, entre otras cosas, degrada aún más la calidad de vida en la Tierra. Además, no respetan los requerimientos exigidos por la ciencia y la justicia. Por ello, debemos asegurarnos de que las voces del Pueblo sean escuchadas a todos los niveles de la COP 23 de la ONU.

“Más que nunca, se necesita escuchar la voz del Pueblo. Necesitamos movilizarnos urgentemente con la sociedad civil para fomentar verdaderas soluciones basadas en la soberanía alimentaria, la cual permite enfriar el planeta e incrementar el control democrático de la producción energética a nivel local. Debemos cambiar el sistema para que el sistema no continúe cambiando el clima“ dice Paula Gioia quién forma parte del comité coordinador de La Vía Campesina Internacional representando a la Coordinadora Europea Vía Campesina (ECVC).

La Vía Campesina — el movimiento campesino más grande del mundo— va a estar representada en la Cumbre ciudadana del Clima por delegados y delegadas  del Timor Oriental, de Zimbabue, Mozambique, Nicaragua, Brasil, Puerto Rico, los Estados Unidos, Canadá, Francia y Bélgica. Estarán colaborando con la Arbeitsgemeinschaft bäuerliche Landwirtschaft (AbL) – una organización miembro de LVC en Alemania – así como con otros aliados de movimientos sociales  y ONG.

El programa incluye sesiones plenarias, un tribunal del pueblo para los derechos de la naturaleza y  movilizaciones en las calles. Muchos temas van a ser discutidos, entre otros: la agroecología campesina, la soberanía alimentaria, la justicia climática, la transición justa para construir economías locales y el esfuerzo colectivo para enfriar el planeta. También serán objeto de debates temas importantes como los derechos de los y las migrantes en el contexto de la crisis climática.

El Sábado 4, LVC participó a una movilización masiva para acabar con la extracción  de carbón. El Domingo 5 de noviembre, participó a la acción “Ende Gelände”. Aquí puede descargar el calendario completo de nuestras actividades (solo en ingles).

La Vía Campesina organizará una rueda de prensa el 8 de noviembre a las 10am en la oficina de IFOAM (Charles-de-Gaulle Strasse 5, 53113 Bonn).

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Contactos

AbL : Ulf Allhoff-Cramer: +49 172 522 6232 (DE)

La Vía Campesina : Paula Gioia: paula.gioia@eurovia.org +49 152 057 64 591 (EN, ES, DE)

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#COP23 #NoToFalseSolutions #FoodSovereigntyRealSolution

Para fotos y videos, visite el sito web https://tv.viacampesina.org/

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Brasil: Campesinato Garante Soberania Alimentar No Alto Sertão Sergipano

O Campesinato no Alto Sertão Sergipano tem garantido a Soberania Alimentar por meio da Unidade de Produção Camponesa (UPC), localizada no Projeto Califórnia em Canindé do São Francisco, Sergipe. Essa é uma área do Governo Estadual que foi destinada em comodato ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), que tem como mensagem política construir soberania alimentar, produzindo alimentos saudáveis com respeito a natureza para alimentar o povo brasileiro, afirmando o Campesinato como sujeito necessário para construção da Soberania Nacional e do Socialismo por meio da construção do Plano Camponês.

A Unidade de Produção Camponesa no Sergipe tem como objetivo central ser uma Casa Mãe de Sementes Crioulas, onde possa juntamente com os camponeses e camponesas estarem multiplicando variedades de sementes, garantindo o resgate da diversidade camponesa que foi se perdendo com o avanço do Capital na Agricultura e do Agronegócio, esse modelo de produção que tem causado grandes transformações de destruições ao Campesinato. É um modelo que utiliza que faz uso de agrotóxicos, sementes transgênicas, monocultura, concentra grandes propriedades de terras, Latifúndios, e expulsa os povo tradicionais de seus territórios.

Foto: MPA

Foto: MPA

A área também conta com uma produção diversificada de alimentos saudáveis, como: couve, alface, coentro, tomate, pimentão, pimenta, beterraba, batata-doce, macaxeira, quiabo, abóbora, acerola, alimentos altamente livres de venenos químicos. Construir a Soberania requer cuidado diário e o uso sustentável dos recursos naturais, principalmente da terra, água e sementes. Fazer Agricultura Camponesa não é só um jeito de produzir no campo, é um modo de ser e de viver.

“A UPC é um espaço de todos os camponeses e camponesas que constroem todos os dias o nosso Plano Camponês, é um espaço que pertence as mulheres, são elas que cuidam da diversidade camponesa, são as guardiãs da vida, da soberania, do campesinato, a participação das mulheres empodera nossa unidade, é um espaço que pertence a juventude, por fim é um espaço que pertence a todos aqueles que acreditam na agroecologia, no sistema camponês de produção, na resistência camponesa e numa vida de qualidade no campo”, explica a jovem camponesa do Movimento, Sheila Oliveira.

Por Comunicação MPA

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Guatemala: 18 familias más sin alimento y vivienda

Producto de una serie de desalojos que se están ejecutando en Alta Verapaz e Izabal más de 130 familias Maya Q’enchi’ se han quedado sin granos básicos, sin vivienda y con efectos psicológicos, que marcarán su vida para siempre.

Ayer fueron desalojadas 18 familias de la comunidad Semuy Chacchila’, Senahú, Alta Verapaz. Se recuerda que el 30 de octubre fue desalojada la comunidad Chaab’il Ch’och,
Y el 1 de noviembre de este año se desalojó a las familias de La Cumbre Tactic.

La Procuraduría de los Derechos Humanos de Alta Verapaz tiene conocimiento que se llevarán a cabo entre 4 y 6 desalojos antes de que finalice el año.

Por su parte el Comité de Unidad Campesina -CUC- tiene ha informado que posiblemente las comunidades ha desalojar sean Santa Rosita, Unión Setal y 30 de Junio en El Estor, Izabal y Miralvalle en Panzos, Alta Verapaz.

Las viviendas, granos básicos, herramientas de trabajo, utensilios de cocina y alimentos de las familias desalojadas han sido destruidos por trabajadores de los supuestos dueños de la tierra custodiados por cientos de elementos de la Policía Nacional Civil, el Ministerio Público y la Comisión Presidencial de Derechos Humanos.

Se teme por la seguridad alimentaria y salud de las familias, principalmente de niños y adultos mayores, ya que se encuentran desoladas, porque el gobierno ha incumplido lo establecido en los protocolos de desalojos, negándoles un albergue temporal y alimentación.

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Brasil: Pilatos 2.0: Empresas Lavam As Mãos Para Os Problemas Dos Agrotóxicos No Campo E Na Cidade

Durante a passagem que narra o julgamento de Jesus Cristo talvez uma das expressões que marcaram esse fato é o momento onde Pôncio Pilatos decide não se envolver com o problema da condenação de Jesus, e lava suas mãos o entregando a Herodes, dois mil anos se passaram e seguimos vendo os verdadeiros responsáveis seguidamente “lavando as mãos” aos problemas que eles mesmo causaram e deveriam ao menos reparar os seus danos.

Nos dias de hoje as grandes empresas do agronegócio se conformam em versões “modernas” de Pilatos, se eximindo de qualquer responsabilidade dos problemas ambientais e na saúde causados pelos seus produtos e seu modo de produção, tanto na agricultura quanto no consumo as empresas produtoras de agrotóxicos vem transferem a responsabilidade de seus produtos para os indivíduos que os utilizam e os consomem, analisamos isso em dois caso que estão nas “pontas” da produção.

Agricultores devem assinar termo de risco e responsabilidade para uso de agrotóxico banido

Em setembro deste ano a Agencia Nacional de Vigilância Sanitária- ANVISA, decidiu pelo banimento do princípio ativo Paraquate, que compõe herbicidas utilizados no Brasil, o processo de banimento não é imediato, mesmo com as comprovações do produto como causa de mutações genéticas e de Parkinson, terão três anos para poder conseguir seguramente acabar com todos os estoques das empresas, e quem sabe ganhar tempo para verter o processo, neste ponto já nos deparamos com um absurdo tremendo, como podemos afirmar que estão preocupados com a saúde da população, quando um produto como esse tem prazo longo para não circular mais? perder algumas milhares de pessoas não faz diferença para o capital. Numa era de economia estagnada movimentar a economia da “saúde” ou melhor da doença, pode ser bem mais vantajoso.

Oque nos chama mais atenção nesse banimento brando e tardio do paraquate, é que ele poderá ser comercializado desde que o agricultor assine um termo de responsabilidade do risco do agrotóxico, e afirma que o mesmo só deve ser utilizado via aplicação de tratores com cabine fechada, esse termo exime de fato o fabricante e o estado de qualquer dano que o produto venha causar ao agricultor, num país onde a precarização do trabalho avança, o serviço  de fiscalização dos órgãos do estado são insuficientes, o paraquate seguirá vitimando nossa população, mas agora “consciente” dos problemas desse veneno. A pergunta é durante esses três anos para alcançar o banimento, quantas pessoas irão morrer? Quantas pessoas serão afetadas pelo Parkinson e outras doenças? A quem importa tudo isso?  Assinando ou não o termo de responsabilidade não importa, a empresa produtora do paraquate, o estado brasileiro lavam as mãos para a população que seguirá na marcha para o Calvário dessa vez não com uma cruz mas com um galão de paraquate.

O Milagre do bicarbonato ou a tapeação da mídia

O portal de notícias G1, publicou recentemente uma matéria onde demonstra que o uso de bicarbonato de sódio dissolvido em água retira até 96% dos agrotóxicos da maçã. Uma notícia um tanto tendenciosa e ilusória, mais uma vez buscando o exemplo de Pilatos, enquanto empresas lavam as mãos pela responsabilidade dos dados de seus produtos químicos, transferem a responsabilidade da contaminação do veneno para quem consome.

Ter um alimento livre de agrotóxico vai muito além da tentativa de sua retirada das superfícies dos alimentos, não se pode responsabilizar os consumidores por isso, os agrotóxicos se converteram em um caso de contaminação ambiental e de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que o uso dessas substâncias é da ordem de 3 milhões de toneladas/ano, expondo, só no meio agrícola, mais de 500 milhões de pessoas.

A pesquisa apresentada pela notícia do G1 trata a eliminação de 2 agrotóxicos da maçã, o tiabendazol e inseticida phosmet. O tiabendazol é um fungicida sistêmico, ou seja sua ação se dá por meio a penetração e circulação na seiva da planta alcançando todas suas partes, inclusive os frutos, jamais uma solução de bicarbonato de sódio conseguiria eliminar isso.

Os casos anuais de intoxicações agudas não intencionais nos países do terceiro mundo são estimados em 1 milhão, com 20 mil mortes. As intoxicações crônicas, embora de mais difícil avaliação, são estimadas em 700 mil casos/ano, com 37 mil casos/ano de câncer em países em desenvolvimento e 25 mil casos/ano de sequelas persistentes.

O uso de substâncias como bicarbonato, álcool, hipoclorito podem até funcionar como uma forma de higienização da superfície dos alimentos mas não eliminar os agrotóxicos contidos neles.

Esse tipo de pesquisa e a sua veiculação avançam ao passo que aparecem nas prateleiras aparecem as soluções de limpeza de alimentos que eliminam até 99% dos agrotóxicos, o que está mais para uma tapeação camuflada de um “sinal de responsabilidade das empresas com os consumidores”.

Ao lavarem as mãos para o problema da contaminação dos alimentos pelo uso de agrotóxicos as empresas colocam sobre nós a responsabilidade dos prejuízos dos venenos a nossa saúde. A única alternativa real e possível para consumirmos alimentos limpos de veneno e a mudança do modelo produtivo, uma transição no modelo, que exclua da agricultura, transgênicos e agrotóxicos, que se torna possível quando quem produz e quem consome se correlacionam de forma estrutural, seja o campo ou na cidade já basta de assumirmos a responsabilidade pelos problemas que não foram criados por nós.

 

Por Josiene da Costa* e Bruno Pilon**

*Médica Popular e militantes do Movimento dos Pequenos Agricultares- MPA

**Técnico Agrícola e militantes do Movimento dos Pequenos Agricultares- MPA

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Venezuela: Gobernar con la gente – Gerónimo Paz

Gobernar con la gente es el mayor desafío de un proceso y un gobierno revolucionario. Si se es capaz o no de construir formas y medios para que el común participe en la toma de decisiones define su calidad revolucionaria. Todo los otros ámbitos del gobierno deben estar transversalizados por la participación democrática de todos y todas.

Gobernar con la gente requiere de una sólida convicción individual y colectiva de quienes dirigen, de quienes gobiernan. Es un cambio de paradigma, es la superación de los viejos cánones de la democracia de élites y castas. Es comprender el poder y el acto de gobernar como mecanismo de emancipación, como instrumento colectivo para alcanzar objetivos del bien común.

La vocación por un gobierno de la gente y con la gente es la mayor expresión de una liderazgo democratico y revoluciónario. Construir poder popular es el acto más radical que un o una revolucionaria puede hacer. No hay nada más peligroso para el capitalismo que una democracia profunda porque precisamente es la otra democracia, la democracia de cúpulas y castas, la forma política que adquiere la dominación sobre las mayorías. En una sociedad donde la democracia esté en manos de el pueblo, en donde todos los resortes del poder estén, o bien bajo control de las mayorías organizadas o bien bajo su interpelación permanente, no puede haber dominación.

La Revolución Bolivariana tiene entre sus aciertos haber diseñado y propuesto a las mayorías nacionales la democracia más avanzada del siglo XXI. La Democracia Revolucionaria la llamó Chávez, fue su gran pasión y apuesta para superar el viejo Estado Oligárquico. Logró convencer al pueblo que la asumió con igual pasión y se dispuso a construirla, pero no así a la burocracia, a las castas ya enquistadas en el poder que hicieron y hacen todo para que ésta no se materialice. Ahora tenemos oportunidad desde las alcaldías de avanzar en este rumbo democratizador. Ojalá una luz de lucidez y una dosis de voluntad política se haga presente en nuestra dirección política para iniciar el proceso de profundización democrática de la revolución transformando el poder público municipal en Poder de la Gente.

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Brasil: Cansado do descaso das autoridades, o povo de Correntina reage em defesa das águas

A mídia está a noticiar que na manhã de quinta-feira, 02/11/2017, feriado de Finados, houve manifestação de populares nas Fazendas Igarashi e Curitiba, no distrito de Rosário, município de Correntina. Segundo imagens e áudios que circulam pela Internet, estas fazendas teriam sido invadidas e parte de suas máquinas, instalações e pivôs quebrados e incendiados, e que os autores destas ações são populares de Correntina. Segundo os relatos participaram da ação entre 500 a 1.000 pessoas.

O Oeste da Bahia tem se destacado como produtor de grãos para exportação, referência para o agronegócio nacional, cada vez mais de interesse internacional. Está inserido no MATOPIBA – projeto governamental de incentivo a esta produção nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – atual fronteira agrícola brasileira, onde estão localizados os últimos remanescentes de Cerrado no Brasil. É nesta região onde se encontram os rios Carinhanha, Corrente e Grande, suas nascentes, subafluentes e afluentes, principais contribuintes com as águas do rio São Francisco na Bahia, responsáveis por até 90% de suas águas no período seco. São estas águas que abastecem milhares de comunidades rurais e centenas de municípios baianos e dos outros estados do Submédio e Baixo São Francisco.

Os conflitos causados pela invasão da agropecuária, desde os anos 1970, no que eram os territórios tradicionais das comunidades que habitam o Cerrado, têm sido pauta de uma intensa discussão, e de dezenas de audiências públicas. A gravidade destes conflitos é de conhecimento regional, estadual, nacional e até internacional. Contudo, ao longo de décadas o agronegócio nunca assumiu a responsabilidade por sua nefasta atuação, alicerçada num tripé que tem como eixos centrais: a invasão de terras públicas por meio da grilagem e da pistolagem; o uso de dinheiro público para implantação de megaestruturas e de monoculturas de grãos e pecuária bovina; o uso irresponsável dos bens naturais, bens comuns, com impactos irreversíveis sobre o ambiente, em especial, sobre a água e a biodiversidade, além de imensuráveis impactos sociais.

A ação do povo de Correntina não é de agora. Assistindo à sequência de morte de suas águas essenciais, diante do silêncio das autoridades, ações do tipo e outras vêm sendo feitas há mais tempo. Em 2000, populares entupiram um canal que pretendia desviar as águas do mesmo rio Arrojado agora ameaçado pelas fazendas no distrito de Rosário. O canto fúnebre das “Alimentadeiras de Alma”, antiga tradição religiosa de rezar pelos mortos, passou a ser realizado para chamar a atenção para a morte das nascentes e rios às centenas na região. Romarias com milhares de pessoas vêm sendo feitas nos últimos anos em cidades da região em protesto contra a destruição dos Cerrados.

As ações do agronegócio possuem a chancela do Estado baiano e brasileiro, que age como incentivador e promotor, é insuficiente ou omisso nas fiscalizações e tem sido conivente com a sua expansão por meio da concessão de outorgas hídricas e licenças ambientais para o desmatamento, algumas sem critérios bem definidos. Estes critérios que vêm passando por intensas flexibilizações com as mudanças radicais na legislação ambiental. O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – INEMA concedeu à Fazenda Igarashi, por meio da Portaria nº 9.159, de 27 de janeiro de 2015, o direito de retirar do rio Arrojado uma vazão de 182.203 m³/dia, durante 14 horas/dia, para a irrigação de 2.539,21 ha.

Este volume de água retirada equivale a mais de 106 milhões de litros diários, suficientes para abastecer por dia mais de 6,6 mil cisternas domésticas de 16.000 litros na região do Semiárido. Agrava-se a situação ao se considerar a crise hídrica do rio São Francisco, quando neste momento a barragem de Sobradinho, considerada o “coração artificial” do Rio, encontra-se com o volume útil de 2,84 %. A água consumida pela população de Correntina aproximadamente 3 milhões de litros por dia, equivale a apenas 2,8% da vazão retirada pela referida fazenda do rio Arrojado.

Alegar que as áreas irrigadas no Oeste da Bahia representam apenas 8% da região, ou seja, 160 mil hectares num universo de 2,2 milhões de hectares, não minimiza seus impactos. Megaempreendimentos e suas obras de infraestrutura em plena construção com vistas à expansão das áreas irrigadas determinam uma rota de cada vez maior devastação. Alguns exemplos: Fazenda Santa Colomba, em Côcos, Fazendas Dileta; Celeiro e Piratini, em Jaborandi; Fazendas Sudotex, Santa Maria e Igarashi, em Correntina. Algumas destas fazendas estão construindo centenas de quilômetros de canais, dezenas de reservatórios (piscinões), perfuração de centenas de poços tubulares e instalação de centenas de pivôs. Quanta água está sendo comprometida com tudo isto? Se a irrigação não fosse uma tendência regional, como explicar tantos investimentos neste modelo de agricultura? Comitês e Planos de Bacia e outras medidas no campo institucional, antes promovem esta rota insana, do que preservam os bens comuns da vida, hoje e de amanhã.

A ganância do agronegócio e as conveniências dos que representam o Estado são os responsáveis pelo desespero do povo. Não há ciência no mundo que possa estimar um valor monetário para o rio Arrojado, e isso o povo de Correntina parece compreender bem. Os próceres do agronegócio agem com hipocrisia e continuam se negando a assumir o passivo socioambiental existente no Oeste Baiano. Não resistem a uma mínima comparação com o modo de produzir dos pequenos e médios agricultores, que fornecem os alimentos diversos que a população consome com impactos infinitamente menores e muito mais cuidados de preservação. Não há como evitar a pergunta: os equívocos dos processos para outorgas hídricas e licenciamentos ambientais e a falta de fiscalização eficiente dos órgãos responsáveis são garantias para a legalidade e legitimidade do agronegócio?

Diálogo com os representantes do agronegócio tem sido um simulacro de democracia e honestidade.  Na audiência pública havida em Jaborandi, no dia 27/10/2017, para discutir a questão das águas, outorgas e legislação ambiental, com interessados dos municípios de Jaborandi, Coribe e Correntina, populares foram impedidos de questionar a tese, na ocasião defendida por conhecido cientista aliado do agronegócio, de que não há relação entre a ação humana e as mudanças climáticas.

Flagrantes contradições do modelo de desenvolvimento regional são inúmeras e precisam ser evidenciadas. Por exemplo, a de que é muito maior a área preservada de Cerrado em relação à explorada. Omite-se que as áreas de Reserva Legal das fazendas do Oeste da Bahia estão sendo regularizadas por meio da “grilagem verde” sobre os territórios das comunidades tradicionais, e que a função ecológica cumprida pelas Áreas de Preservação Permanente – APPs, aos longo dos cursos d’água, nas áreas de descarga, são diferentes das funções ecológicas que cumprem os chapadões responsáveis pelo abastecimento do aquífero Urucuia, áreas de recarga, que já foram dizimadas pelo agronegócio.

A luta em defesa da vida mais uma vez é marcada pelo protagonismo popular de quem faz com as mãos a história e sabe que a água não é mercadoria, como quer convencionar o agronegócio, inclusive utilizando-se da Lei 9.433/1997, a “Lei das Águas”. As águas do rio Arrojado abastecem comunidades centenárias e não podem servir apenas aos interesses dos irrigantes como o grupo Igarashi, que chega à região com a má fama de ter que migrar da Chapada Diamantina, uma das regiões da Bahia que sofrem com a crise hídrica, em especial, na bacia do rio Paraguaçu, justamente por conta dos impactos de sua exploração. Os conflitos ambientais parecem não findar com o caso das fazendas deste grupo, pois esta é apenas uma fazenda num universo de inúmeras do Oeste da Bahia. Tudo indica, portanto, que o cansaço do povo frente ao arrojo do agronegócio e ao descaso das autoridades e a urgência da defesa da vida seja o argumento que impõe esta reação.

Deste modo e diante da notória crise hídrica, somada à irresponsabilidade arrogante do agronegócio e à incompetência do Estado, tal cenário coloca o povo em descrença e desespero, ao ver o rio Arrojado, base para sua convivência e modo de vida, com tamanhos sinais de morte, assim como inúmeros riachos, nascentes, veredas e rios da região. E, então, partem para alguma reação concreta, que chame a atenção dos responsáveis públicos e privados. Não há palavras para descrever o sentimento coletivo que tomou conta do povo de Correntina, que num ímpeto de defesa agiu para defender-se, pois sabe que se não mudar o modelo de “desenvolvimento”, baseado no agronegócio, estarão comprometidas as garantias de vida das populações atuais e futuras.

Novembro de 2017.

 

Articulação Estadual dos Fundos e Fechos de Pasto da Bahia

Associação de Advogados/as de Trabalhadores/as Rurais da Bahia – AATR-BA

Comissão Pastoral da Terra – CPT/BA

Fundação de Desenvolvimento Integrado do São Francisco – FUNDIFRAN

GeograFAR/UFBA

Licenciatura em Educação do Campo: Ciências Agrárias/UFRB

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST

Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA

Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB

Movimento Estadual dos Acampados, Assentados e Quilombolas da Bahia – CETA

Pastoral da Juventude do Meio Popular – PJMP – Diocese de Bom Jesus da Lapa

Pastoral do Meio Ambiente – PMA – Diocese de Bom Jesus da Lapa.

Programa de Pós- Graduação em Educação do Campo/UFRB, Mestrado Profissional em Educação do Campo

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Honduras: Movilización militar mantiene alerta a campesinos que realizaron recuperación de tierra en El Tumbador

Desde el 27 de agosto reciente, unos 800 campesinos y campesinas, afiliados a la Central Nacional de Trabajadores del Camp (CNTC), comenzaron los procesos de recuperaciones de tierra en ocho fincas del Bajo Aguán, en el departamento de Colón, que están en poder de la empresa DINANT, la Oficina Administradora de Bienes Incautados (OABI) e Inversiones Ceibeñas.

En la Finca El Tumbador, ubicada en el sector de la Guadalupe Carney, se registró semanas atrás un fuerte desalojo, que dejo a varios campesinos y campesinas sin sus viviendas y la producción sembrada de Palma Africana.

El día de ayer, domingo 5 del año en curso, alrededor de las cuatro de la tarde, unos 300 jóvenes decidieron recuperar nuevamente sus tierras. Pero este día; ya empezó a reunirse gran parte de miembros de la policía, Militares y seguridad privada de la empresa DINANT propiedad de Miguel Facusé.

El 6 de abril de 2010 el Movimiento Campesinos del Aguan (MCA), decidió entrar por primera vez a la finca de El Tumbador, considerando las condiciones favorables para su recuperación.

Ante esto el llamado es hacer denuncias Nacionales e Internacionales para levantar una ALERTA sobre esta situación y evitar que puedan a ver jóvenes heridos, procesados, encarcelados y muertos.

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