Nós, mulheres camponesas, reunidas na cidade de Luziânia (GO), nos dias 28 e 29 de setembro, realizamos o III Seminário Internacional Feminismo Camponês e Popular, com o intuito de dar continuidade aos estudos desenvolvidos ao longo das duas primeiras edições, e também aos acúmulos vivenciados em nosso cotidiano. Na abertura do encontro, Rosangela Piovesani, do Movimento de Mulheres Camponesas do Distrito Federal e Entorno, destacou que os seminários foram um grande esforço de elaboração por parte das mulheres camponesas com o objetivo de sistematizar a construção do Feminismo Camponês e Popular, a qual é vivenciada em nossa prática camponesa. Rosangela ressaltou, ainda, que esse aprofundamento servirá para fortalecer e reafirmar a nossa luta feminista e camponesa, tanto dentro do próprio MMC, como em conjunto com as demais organizações internacionais que compõem a Coordenação Latino América de Organizações do Campo (CLOC). Um processo que busca garantir a autonomia, a libertação e a emancipação das mulheres camponesas.
Desta forma, a mesa “A construção do Feminismo Camponês e Popular nas diferentes organizações” iniciou o seminário trazendo as experiências e vivências de movimentos populares do Brasil e de outros países, com a presença das companheiras Karin Luna, da ANAMURI (Asociación Nacional de Mujeres Rurales e Indígenas), do Chile; Fátima Aguilar, da CONAMURI (Coordinadora Nacional de Mujeres Trabajadoras Rurales e Indígenas), do Paraguai; Marinei Maria dos Santos, do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores); Maria Amélia da Silva, da PJR (Pastoral da Juventude Rural); e Iridiani Seibert, do MMC (Movimento de Mulheres Camponesas).
Todas as falas trouxeram o tema da violência como um dos grandes entraves à vida das mulheres camponesas, violência essa que se transfigura em nossas vidas de diversas formas e que não se difere entre os países. As companheiras realizaram o resgate histórico de como as mulheres se perceberam enquanto vítimas de desigualdade dentro dos movimentos em que atuam, e por parte dos próprios companheiros, passando a se organizar em grupos, coletivos ou setores de mulheres para combater e lutar por espaços e por direitos coletivos e individuais. Todas essas conquistas, reafirmam as companheiras, só foram possíveis graças à luta de muitas mulheres que nos antecederam, mulheres essas que por muito tempo foram inviabilizadas, e que hoje os movimentos feministas têm a missão de trazer viva suas memórias.

Em sua apresentação, Karin, do Chile, relatou a dificuldade em abordar o tema do feminismo entre as camponesas pelo fato delas acharem que, sendo feministas, terão que abandonar suas casas, seus maridos e seus filhos, o que tem se tornado um dos grandes desafios da ANAMURI. Já Marinei, do MPA, destacou como o debate do Feminismo Camponês e Popular tem ajudado as mulheres do movimento a se reconhecerem e lutarem por espaços, percebendo onde estão e onde precisam estar.
Fátima, do Paraguai, indagou sobre a facilidade das mulheres perceberem a violência por parte de companheiros de fora de seu círculo familiar, mas que, de dentro do mesmo, é difícil delas perceberem as opressões que as cercam. Outro problema ressaltado por Fátima foi a concentração de terras em seu país, e como isso tem trazido conflitos para os movimentos camponeses e indígenas. A grande tarefa dos movimentos feministas de lá, portanto, é fazer com que todas as mulheres percebam as violências contra seus corpos, força de trabalho e territórios como elementos estruturantes do capital.
Maria Amélia, por sua vez, relatou todas as dificuldades vivenciadas pelas mulheres da PJR, por estarem em um movimento misto e religioso, e que esse enfrentamento ao machismo e patriarcado é mais feroz dentro de sua organização. Ela relembra os esforços enfrentados pelas companheiras que iniciaram esse debate no movimento e que hoje, além do coletivo de gênero, também já discutem diversidade.
Iridiani, do MMC, trouxe um resgate histórico das experiências das camponesas no Brasil e relembrou das diversas lutas ocorridas nos movimentos internacionais para garantir a participação das mulheres camponesas nos espaços de fala e decisão, não só em termos de quantidade, mas de representatividade de fato. Reforçou que, para construirmos uma nova sociedade, com novos valores e culturas, é preciso transformar as relações entre homens e mulheres, dando um basta à hierarquia e à dominação. Para isso, Iridiane ressalta a necessidade de reafirmarmos o Feminismo Camponês e Popular como estratégia de luta para seguirmos abrindo brechas, dialogando com as mulheres da cidade, pois, para construirmos essa outra sociedade, precisamos que todas as mulheres estejam organizadas. Iridiane destacou, ainda, a importância de reafirmar o “Popular” como movimento de classe e de base, sendo radical no enfrentamento ao capitalismo.
No período da tarde, continuamos o estudo sobre Feminismo Camponês e Popular com a metodologia dos Círculos de Cultura, do educador Paulo Freire, quando nos dividimos em grupos para dialogar sobre essa construção que é dialética. No retorno dos grupos, socializamos nossos debates por meio de apresentações de música, teatro e desenho. Já durante a noite, realizamos nossa Jornada Socialista, relembrando a história e memória de diversas companheiras de lutas como Dandara, Margarida Alves, Doroty Stang, índia Juliana, entre outras.
Resgate histórico dos seminários
O segundo dia do encontro começou com a companheira Catiane Cinelli, do MMC Rondônia, compartilhando uma síntese das três edições do Seminário. Sua fala trouxe, inicialmente, o resgate histórico e cronológico realizado na primeira edição, realizada em novembro de 2015, com os principais marcos das lutas e conquistas das mulheres camponesas desde os anos 1980 até os dias atuais. Essa primeira edição ressaltou como e onde surgimos, quais as principais bandeiras de luta e os avanços nas elaborações, além das apresentações de trabalhos inseridos em três eixos: Enfrentamento à violência contra a mulher, Projeto de Agricultura Camponesa e Prática Feminista.
Com o objetivo de dar continuidade à elaboração do Feminismo Camponês e Popular, a segunda edição do Seminário, realizada em março de 2017, contou com a presença de companheiras da UNAC, da CONAMURI, ANAMURI e demais movimentos populares brasileiros. Catiane relembrou que, além das experiências, o seminário trouxe um estudo e debate em torno dos nós estruturantes do capitalismo (raça/etnia, gênero e classe), pautando o feminismo como socialista e classista.
Já o III Seminário veio com o objetivo de sistematizar todo esse acúmulo, que, de forma resumida, podemos compreendê-lo em três elementos chaves, embasando e fundamentando o Feminismo Camponês e Popular que as camponesas têm construído ao longo da história. São eles: 1) Agroecologia como demarcação política, estando para além da produção de alimentos saudáveis e de como esse tema dialoga com os demais temas da vida das mulheres; 2) Luta das mulheresenquanto a maneira como as mulheres se organizam e se formam em coletivos; e 3) Nos reconhecermos, ressaltando que os processos de identificação enquanto feministas também são individuais.
Solidariedade à Venezuela
Durante o seminário, dedicamos um momento de Solidariedade à Venezuela, quando Iridiani nos contou um pouco sobre os processos ocorridos no País em busca da Revolução por meio do povo, e de como a população tem recebido constantemente retaliações por parte do imperialismo estadunidense e da mídia hegemônica. Daí a importância, ressalta Iridiane, de conhecermos esse desenrolar histórico e desmistificarmos a realidade daquele país, estando solidárias aos irmãos e às irmãs da Venezuela.
Desafios a frente
A partir da análise dos elementos trazidos para o debate nas três edições do seminário, o desafio foi lançado para as mulheres camponesas no retorno para suas comunidades, regiões, grupos e coletivos: como esse Feminismo Camponês e Popular chegará às bases? Trabalho este que cada mulher que constrói esse movimento dá continuidade em sua prática cotidiana, com a produção de alimentos saudáveis e o resgate e multiplicação de sementes crioulas. Avante na luta! Avante nas formações!
Sem Feminismo, não há Socialismo!
Sem Feminismo, não há Agroecologia!


Rodríguez también explica que el feminismo no es perverso, ni malo, por el contrario, “estamos hablando de un paso importante en el proceso de organización de nuestras mujeres y para eso, necesitamos construir un debate feminista que dialogue con la realidad campesina y que traiga en su base la lucha de clase, la resistencia y organización”.
Al contextualizar ese proceso de lucha, Itelvina Masiolli, del Colectivo de Formación de La Vía Campesina, dice que el debate acerca del protagonismo de las mujeres en La Vía Campesina es histórico. “Hoy, a más de 20 años de la construcción de este movimiento internacional, hay un grano de madurez que unifica el papel de los pueblos del campo en la medida que estamos debatiendo el papel de la agroecología como una salida frente a la explotación del capital”.

Los Pãi Tavytera del Pueblo Guaraní fueron los primeros en usar la stevia como edulcorante y como medicina para diversas afecciones. También se usaba por vía oral en infusiones para tratar la diabetes, dolores estomacales y como contraceptivo. Es considerada una planta sagrada y hasta hoy día se usa en rituales.
Contrario a la cultura Pãi, que cuidan la planta de stevia nativa sin fines comerciales, en las comunidades campesinas se empieza a mirar esta hierba como rubro de venta desde hace unos años, atendiendo la importante demanda de consumo a nivel mundial.
El Ing. Agr. Miguel Lovera, integrante del Centro de Estudios e Investigaciones de Derecho Rural y Reforma Agraria (Ceidra) explicó en el foro que la popularidad de esta planta empezó hace 20 años en el mundo, como una alternativa al azúcar, teniendo en cuenta todas las consecuencias adversas que ésta tiene para la salud humana. “Se crea un clima político, económico y social para que se ponga de moda la stevia porque es más dulce que el azúcar”, dijo.
La intervención de los expositores internacionales concluyó con el conocimiento de que los productos que venden las grandes corporaciones alimenticias es una “stevia sin stevia”, o sea, un edulcorante que se dice a base de esta planta pero que está elaborado artificialmente mediante la biología sintética, una forma de ingeniería genética que utiliza organismos que no se podrían producir de forma natural.


Con la participación de 21 países y 100 militantes de movimientos y organizaciones populares que construyen La Vía Campesina en las américas, inició la mañana de este miércoles (27), en la Escuela Nacional Florestan Fernandes (ENFF), en Guararema (SP), el Seminario Continental de los Procesos de Formación en Agroecología.
Para Marina dos Santos, del Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST), las actividades pretenden proyectar e inspirar a las trabajadoras y trabajadores a que sigan en la lucha, enfrentando y resistiendo la ofensiva del capital. “Queremos que este espacio inspire nuestras acciones para enfrentar a los enemigos y que podamos construir una sociedad justa e igualitaria para todas y todos en el mundo”.
Montón mencionó también que la crisis financiera del 2008 se ha ampliado para otras diversas crisis, como la energética, climática, del sistema político y alimentario. En este último, señaló que 3 millones hoy sufren con problemas alimentarios de manera directa en el conteniente, con la desnutrición.
Tanto Kelli como Diego, en su lectura sobre el modelo de producción del capitalismo en el campo, señalaron diversos desafíos. Entre ellos, podemos destacar el fortalecimiento de las luchas feministas, el debate de la democratización de la comunicación, el enfrentamiento a las transnacionales y la unidad en el campo de la lucha. Además de eso, fue indicado la disputa electoral como un espacio importante de articulación y proyección de las pautas populares, así como, la profundización de los procesos de formación política y el trabajo realizado en las bases de las organizaciones.
Assim como a Noruega, o Brasil deveria adotar a estratégia de industrialização nacional e utilizar o lucro do petróleo para em pouco tempo resolver os grandes problemas sociais do país. Imaginemos o que poderia ser feito para a educação e saúde, sabendo que nosso país possui reservas de 200 bilhões de barris de petróleo, dez vezes maior que a Noruega possuía a 20 anos, quando decidiu usar o petróleo a serviço de sua nação.