Vereador de Salto do Jacuí (RS) se colocou à disposição para “fazer a cabeça” do religioso com “carga de baletão”
Matéria publicada no Brasil de Fato RS, em 11/11/22.
O religioso Frei Sérgio Antônio Görgen ofm, que atua como dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e Via Campesina Brasil foi ameaçado de morte pelo vereador José Sérgio De Carvalho (Progressistas) durante Sessão da Câmara no município de Salto do Jacuí (RS), nesta segunda-feira (7).
As falas podem ser conferidas através da transmissão realizada pelo Facebook da Câmara dos Vereadores da cidade. Depois de acusar Frei Sérgio de pregar “a violência no campo”, em pelo menos três momentos o vereador ameaça a vida do religioso.
Primeiro, José Sérgio sugere que “se alguém meter uma carga de baletão na cabeça desse frei, não se surpreendam”. Após, na mesma fala, volta ao tema, se colocando ele próprio à disposição: “se precisar de um cara para fazer a cabeça desse padre, eu estou disponível”.
O fato gerador da ameaça foi a contrariedade do vereador com um vídeo gravado por Frei Sérgio, em frente à unidade produtiva de grande porte chamada Fazenda Santa Elmira, localizada no interior de Salto do Jacuí, ainda durante o primeiro turno das eleições de 2022, quando Görgen foi candidato a Deputado Estadual.
No vídeo, Frei Sérgio recorda o fato histórico conhecido como “Massacre da Fazenda Santa Elmira”, acontecido em 1989. Naquele ano, Frei Sérgio, junto de aproximadamente 1200 de agricultores sem-terra, foram reprimidos com violência por forças policiais após ocuparem parte do território da referida propriedade, requerendo ações efetivas do governador à época (Pedro Simon) para assentar aquelas pessoas.
No vídeo gravado na frente da entrada da sede atual da fazenda, depois de relembrar os fatos de 1989, Görgen afirma acreditar que, no futuro, aquelas terras serão utilizadas para a reforma agrária. Confira o o vídeo neste link: https://www.youtube.com/watch?v=NfJDIutHLkc
Embora o vídeo tenha tido poucas visualizações no período em que foi publicado, o vereador que ameaçou o Frei afirmou que o vídeo estaria sendo amplamente divulgado na comunidade local e despertando indignação entre os representante do agronegócio.
Frei Sérgio vai responder
Contatado pela redação do Brasil de Fato RS, Görgen afirmou que vai manifestar resposta ao vereador através das redes sociais. Além disso, está consultando amigos juristas acerca da pertinência de ação na justiça.
Afirmou ainda que está sereno, que não vai se intimidar e não deixará de frequentar a cidade de Salto do Jacuí, onde, segundo ele, tem amigos, tanto no campo, quanto na zona urbana.
Sobre a afirmação do vereador de que ele estaria pregando a invasão de terras e a violência no campo, Görgen afirmou que não compactua com nenhuma forma de violência e reafirmou o seu posicionamento pessoal em acreditar que, em algum momento futuro, o território onde se deu o fato histórico conhecido como “Massacre da Fazenda Santa Elmira” ainda vai ser destinado à reforma agrária.
Frei Sérgio com o livro onde relata os fatos ocorridos no Massacre da Santa Elmira, em 1989 / Arquivo MPA
Entre 03 e 06/11, a Via Campesina Brasil realiza o II Seminário Diversidade Sexual e Identidade de Gênero, com o tema “LGBTI+ La Via Campesina: Colorindo territórios e semeando orgulho e resistência!”. Cerca de 70 participantes se reúnem na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), que acolhe militantes de movimentos do Brasil, mas também de mais 6 países da América Latina (México, Nicarágua, Colômbia, Peru, Paraguai e Argentina).
O objetivo principal é trazer o debate de qual a perspectiva de existência das LGBTI+ desde as lutas dos povos do campo, das florestas e das águas e seguir elaborando sobre diversidade sexual e identidade de gênero no campo, tendo como base a plataforma de luta da Via Campesina de defesa dos território, da terra, da água, da cultura, do feminismo camponês popular e da diversidade sexual. Pensando essas conexões, o intuito é fortalecer a existência das LGBTI+ desde seus territórios, conectadas à luta geral do campo.
É também uma oportunidade de troca de experiências e possibilidade de traçar ações enquanto continente, visto a participação ampla dos países latinoamericanos. É um processo de organização coletiva da Via Campesina, numa perspectiva de que a organização aponte a pauta LGBTI+ como uma das dimensões da luta camponesa. O Seminário deve aprovar um documento direcionado para a Via Campesina Internacional e à Coordenadoria Latino Americana de Organizações Camponesas (CLOC-Via).
“Afirmamos a pauta da diversidade sexual e de gênero no âmbito dessas organizações, que congregam centenas de movimentos populares de um amplo conjunto de países”, projeta Alessandro Mariano, da Direção Nacional do MST e do Coletivo LGBTI+ do Movimento. “As pessoas que vivem no campo também são diversas em etnias, raças, orientações sexuais, identidades de gênero, ou seja, há uma diversidade que a Via Campesina hoje acolhe, conectada com a diversidade de produção de alimentos saudáveis”, explica.
Nas palavras de Mariano, “estamos saindo de um ciclo, desde a eleição de Bolsonaro, em que a violência aumentou no campo mirando a população LGBTI+. Entre as dezenas de vítimas, pelo menos 6 militantes LGBTI+ camponesas foram assassinadas. Mas no campo há resistência: resistência contra o agro-hidro-mineral-negócio, mas também resistência contra a LGBTIfobia, o machismo, o patriarcado, contra todas as opressões e violências”, conclui.
A programação conta com palestras, rodas de conversa e saraus culturais e tem nomes de peso da luta LGBTI+, como a drag queen influencer Rita von Honty, a presidenta da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais e Transgêneros (ABGLT), Symmy Larrat, o membro da AIDS Healthcare Foundation Brasil Beto de Jesus, bem como Cony Gonzalez, da Conamuri/LVC e Gahela Tseneg, da Cari do Peru, além de várias lideranças dos movimentos populares participantes.
Participam do Seminário militantes LGBTI+ de movimentos populares como Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ), MST, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Atingidos pela Mineração (MAM), entre outros.
Outras informações: 11 94196 7747 Rafael Soriano Assessoria MST
Entre el 3 y el 6 de noviembre, Vía Campesina Brasil celebra el II Seminario de Diversidad Sexual e Identidad de Género, bajo el tema «LGBTI+ La Vía Campesina: Colorear los territorios y sembrar el orgullo y la resistencia». Aproximadamente 70 participantes se reúnen en la Escuela Nacional Florestan Fernandes (ENFF), que acoge a activistas de movimientos no solo de Brasil, sino también de otros seis países latinoamericanos (México, Nicaragua, Colombia, Perú, Paraguay y Argentina).
El objetivo principal es debatir sobre cuál es la perspectiva de la existencia del colectivo LGBTI+ desde las luchas de los pueblos del campo, de los bosques y del agua, así como seguir construyendo en torno a la diversidad sexual y a la identidad de género en el campo. Todo ello a partir de la plataforma de lucha de La Vía Campesina en defensa del territorio, la tierra, el agua, la cultura, el feminismo popular campesino y la diversidad sexual. Pensando en estas conexiones, el encuentro pretende fortalecer la existencia de los colectivos LGBTI+ desde sus territorios, conectados a la lucha general del campo.
También es una oportunidad para intercambiar experiencias, donde se aprovecha la posibilidad de delinear acciones a nivel continental, dada la amplia participación de los países latinoamericanos. Se trata de un proceso de organización colectiva de La Vía Campesina, bajo una perspectiva en la que la organización señala la agenda LGBTI+ como una de las dimensiones de la lucha campesina. El seminario debe aprobar un documento dirigido a La Vía Campesina Internacional y a la Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo (CLOC).
«Afirmamos la agenda de la diversidad sexual y de género dentro de estas organizaciones, que aglutinan a cientos de movimientos populares de los más diversos países», sostuvo Alessandro Mariano, miembro de la Dirección Nacional del MST (Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra) y del Colectivo LGBTI+ de dicho movimiento. «La gente que vive en el campo también es diversa en cuanto a etnia, raza, orientación sexual, identidad de género… Es decir, existe toda una diversidad, que La Vía Campesina hoy en día acoge, relacionada con la diversidad de la producción de alimentos saludables», explica.
En palabras de Mariano, «estamos saliendo de un ciclo, desde la elección de Bolsonaro, en el que ha aumentado la violencia en el campo dirigida a la población LGBTI+. Entre las decenas de víctimas, al menos seis personas activistas campesinas LGBTI+ fueron asesinadas. Sin embargo, el campo muestra resistencia: resistencia contra el negocio de producción agrícola, hidríca y mineral, pero también resistencia contra la LGBTIfobia, el machismo, el patriarcado. En definitiva, contra todas las opresiones y violencias», concluye.
El programa incluye conferencias, rondas de conversación y saraos culturales, y cuenta con nombres de peso de la lucha LGBTI+, como la influencer drag queen, Rita von Hunty, la presidenta de la Asociación Brasileña de Lesbianas, Gays, Travestis, Transexuales y Transgéneros (ABGLT), Symmy Larrat, el miembro de la AIDS Healthcare Foundation Brasil, Beto de Jesus, así como Cony Gonzalez, de Conamuri/LVC y Gahela Tseneg Cari (Peru), además de varios liderazgos de los movimientos populares participantes.
Contribuyeron al seminario activistas LGBTI+ de movimientos populares como la Articulación de Pueblos Indígenas de Brasil (APIB), la Coordinadora Nacional de Articulación de Quilombos (CONAQ), el MST, el Movimiento de Personas Afectadas por las Represas (MAB), el Movimiento de Pequeños Agricultores (MPA), la Comisión Pastoral de la Tierra (CPT), la Pastoral Juvenil Rural (PJR), el Movimiento de Mujeres Campesinas (MMC) y el Movimiento de Personas Afectadas por la Minería (MAM), entre otros.
Créditos: Emilly Firmino @caaajuina
Más información: 11 94196 7747 Rafael Soriano Asistencia MST
Reunidos entre los días 25 y 28 de octubre de 2022, en Tegucigalpa – Honduras, nosotrxs campesinxs de diversas partes del mundo y de pueblos del campo desplazadxs de sus tierras, trabajadorxs rurales de la agroindustria, personas migradas, comunidades campesinas fronterizas, madres y padres de lxs hijxs que se nos fueron a buscar más oportunidades e ingresos; nos hemos reunido en el Encuentro Global de La Vía Campesina sobre los derechos de lxs migrantes y lxs trabajadorxs rurales para escucharnos, reconocernos y construir propuestas comunes que nos permitan enfrentar el éxodo rural de nuestros territorios y la vulneración de nuestras vidas y derechos en las fronteras y dentro de los países del norte global.
Expresamos que éxodo global que estamos experimentando es consecuencia de un sistema nefasto que no cuida la vida en todas sus expresiones. Esta crisis se agudiza en medio de las lluvias, sequías, inundaciones que estamos experimentando lxs pueblos del campo, y se suma al acaparamiento de nuestras tierras, territorios y bienes comunes. En consecuencia nos vemos obligadxs a migrar dejando nuestras familias, dejando nuestros derechos a ser personas con dignidad y vulneradas como mano de obra barata.
Durante estos días, hemos hilado nuestras propuestas estudiando las implicancias de la Declaración de las Naciones Unidas sobre los Derechos de lxs Campesinxs y Otras Personas que Trabajan en las Zonas Rurales (UNDROP por sus siglas en inglés) en la defensa de los derechos de lxs trabajadorxs asalariadxs y migrantes; la normativa internacional laboral y social en el campo; y la situación del trabajo asalariado en Centroamérica y el Mundo. Establecimos también planes de acción con las herramientas políticas que ha construido nuestro propio movimiento como el Pacto Global de Solidaridad por los derechos de lxs Migrantes y Refugiadxs, como una apuesta popular y alternativa ante el Pacto Mundial para una Migración Segura, Ordenada y Regular promovida por los países ricos para criminalizar la migración y vulnerar los derechos y explotar la mano de obra de las personas que han tenido que dejar sus pueblos y territorios de origen.
Elegimos a Honduras como sede de nuestra reunión por su posición geográfica en medio de las rutas migratorias hacia Norteamérica, desde donde parten las caravanas de denuncia y resistencia contra el colonialismo, el racismo y la represión fronteriza. También este es un territorio donde históricamente se explota la mano de obra rural en las plantaciones agrícolas mayoritariamente en manos del capital transnacional. Impulsando condiciones para una estrategia de lucha global contra la explotación laboral y social de trabajadorxs asalariadxs que actualmente imponen las transnacionales.
Desde nuestro movimiento, venimos a defender las políticas públicas impulsadas por los pueblos a favor de la Soberanía Alimentaria, Derechos Campesinos y Reforma Agraria. La agroecología campesina es nuestra herramienta política y la apuesta común que lxs campesinxs estamos construyendo para resistirnos a dejar nuestros hogares, territorios y países. Necesitamos destacar los procesos de transición locales que ya estamos haciendo desde nuestros procesos de formación y acción.
Necesitamos promover la sindicalización de lxs trabajadores agrícolas y el apoyo solidario a lxs trabajadorxs agrícolas que actualmente luchan en muchas partes del mundo. Hacer campañas con el concurso de la sociedad y los movimientos sociales de sensibilización sobre los derechos de las personas migrantes y trabajadorxs agrícolas; pero también en el marco de una gran campaña de acciones en las mismas fronteras y en los medios de comunicación.
Por el respeto a los derechos plenos de los trabajadorxs rurales y migrantes ¡Derechos Campesinos YA!
¡Viva el Encuentro Global de La Vía Campesina por los derechos de lxs migrantes y lxs trabajadorxs rurales!
Colectivo Internacional de Migraciones y Trabajo Asalariado Rural
Desde la Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del campo CLOC-LVC Suramérica celebramos uno de los primeros pasos de la Reforma Agraria en Colombia con la entrega por parte del Gobierno Nacional en cabeza de Gustavo Petro de la finca Támesis en Montería a más de 50 familias Campesinas por medio de FENSUAGRO miembro de la CLOC y La Vía Campesina.
Ahora son propiedad de comunidades campesinas más de 590 hectáreas antes propiedad del paramilitar Carlos Castaño responsable miles de crímenes y masacres entre ellos despojos, desplazamiento y asesinato especialmente dirigidas a las familias campesinas, organizaciones sociales, además de líderes y lideresas políticas en pro de la paz en Colombia.
FENSUAGRO desde 1976, lidera procesos vinculados a la soberanía alimentaria se pueden identificar el cultivo y conservación de las semillas propias de los territorios, la producción agrícola variada y en contraposición a los monocultivos, promoción del consumo de los alimentos locales, apertura de mercados campesinos y divulgación de prácticas agrícolas y agropecuarias amigables con la naturaleza.
La agroecología es una vía para la construcción de la vida digna en los territorios y este es un paso importante en ese camino, es necesario continuar en la construcción una política pública que reconozca al campesinado como sujeto de derechos y su principal rol en la garantía del derecho humano a la alimentación y la soberanía alimentaria del país, en donde es urgente se continúe reconociendo el derecho a la tierra y al territorio de miles de comunidades que continúan trabajando resistiendo.
¡Globalicemos la Lucha, Globalicemos la Esperanza! ¡Derechos Campesino, YA!
Del 25 al 28 de octubre de 2022, la ciudad de Tegucigalpa – Honduras es sede del encuentro global de La Vía Campesina sobre los Derechos de lxs Migrantes y Trabajadores Rurales. Medio centenar de delegadxs campesinxs de distintas partes del mundo están participando de este evento semipresencial. La Vía Campesina Honduras es anfitriona del encuentro en coordinación con el Colectivo sobre Migración y Trabajadorxs Rurales Asalariadxs de La Vía Campesina.
El evento es un esfuerzo del movimiento por unificar las voces campesinas en relación a las luchas de lxs trabajadores asalariadxs rurales y la realidad latente que atraviesan con la migración, pues la mayor parte de mano de obra rural del mundo proviene de las personas migrantes. Así lo han expresado lxs delegadxs de la región Arna, Asia, Centroamérica, Sudamérica, Norteamérica, Caribe y Europa; quienes, además de sus preocupaciones, han compartido un informe regional del trabajo que están haciendo como parte de su agenda de lucha de cada organización parte de La Vía Campesina. La actividad tiene una enorme importancia pues a la vez que la delegación ha reconocido la crisis mundial migratoria, lo urgente es encontrar soluciones reales a esta crisis poniendo como prioridad la defensa de los derechos humanos.
Es importante señalar que hay una delegación principalmente de África y Asia que están participando de manera virtual debido a las limitaciones de movilidad migratoria que no les ha permitido estar de forma presencial, el plenario señaló esta limitación como prueba de las políticas racistas y coloniales que constantemente se encuentran en las fronteras.
La agenda de la actividad ha previsto discusiones temáticas como son: la implementación de la Declaración de las Naciones Unidas sobre los Derechos lxs Campesinxs y Otras Personas que Trabajan en las Zonas Rurales (UNDROP por sus siglas en inglés) y su importancia en la defensa de los derechos de trabajadores asalariados y migrantes; la normativa internacional laboral y social en el campo y la situación del trabajo asalariado en Centroamérica y el Mundo; y el trabajo de articulación de LVC con el Pacto Global de Solidaridad.
En los siguientes días, lxs delegadxs tendrán intercambio con los movimientos sociales hondureños como con autoridades locales. Todos estos momentos están orientados a alimentar la construcción de un plan de acción del colectivo de trabajo de La Vía Campesina en su lucha por construir procesos que defiendan los derechos de las personas migrantes y de lxs trabajadores rurales. Se espera consolidar acciones para el siguiente año, hacia la VIII Conferencia Internacional de La Vía Campesina, así como eventos cruciales de lucha de lxs migrantes en diferentes regiones.
¿Por qué Honduras es sede de este encuentro global?
Elegimos a Honduras como sede de nuestra reunión por su posición geográfica en medio de las rutas migratorias hacia Norteamérica, desde donde parten las caravanas de denuncia y resistencia contra el colonialismo, el racismo y la represión fronteriza. También este es un territorio donde históricamente se explota la mano de obra rural en las plantaciones agrícolas mayoritariamente en manos del capital transnacional. Venimos a defender las políticas públicas impulsadas por de los pueblos a favor de la Soberanía Alimentaria, Derechos Campesinos y Reforma Agraria, en el marco del nuevo proceso político del pueblo hondureño.
Por el respeto a los derechos plenos de los trabajadorxs rurales y migrantes
Desde la Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo – CLOC-Vía Campesina te compartimos la edición Octubre 2022 de nuestra revista digital Boletín Tierra.
En Managua, Nicaragua, la Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo (CLOC) y La Vía Campesina celebraron durante las fechas 22-28 de abril de 2022, una serie de reuniones y actividades en marco de los 30 años desde el nacimiento de La Vía Campesina.
Durante este encuentro, nos sentamos con la compañera Yrma Dominguez de la Confederación de Afiliados al Seguro Social Campesino del Ecuador y la Federación de Mujeres del Ecuador, responsable de la Comisión de Mujeres Rurales (CONFEUNASSCE)
Sobre nuestra organización en Ecuador
Nuestra organización tiene como objetivo principal la lucha por la seguridad social, pero en especial por el Seguro Social Campesino, un seguro que está amparado bajo nuestra Constitución ecuatoriana del 2008, donde nosotros los que hacemos la agricultura, los que cuidamos la tierra y la pesca artesanal, somos parte de este seguro.
Nuestra lucha es porque todos los gobiernos han querido ponerle la mano a nuestra Seguridad Social. Para ellos significa una caja chica, toda la aportación que hacen tanto los trabajadores, como los aportes que hacemos en menor escala. Nosotros los campesinos y las campesinas y los pescadores artesanales, nuestra población ecuatoriana, en su mayoría somos agricultores campesinos y campesinas. Nosotros somos más del 80% que damos los alimentos de los que se sirven en la mesa de los ecuatorianos y también de lo que sale para lo externo. Sin embargo, dentro del Seguro Social Campesino apenas habemos un millón doscientos mil.
La tesis del gobierno es que solo el 30% son los campesinos y campesinas, pero nosotros sabemos que somos muchos más. Vamos a tener 53 años de existencia como seguro y pensamos que para estos tiempos ya deberíamos estar afiliados alrededor de cinco millones pero, a ningún gobierno le ha preocupado esta parte de que esto sea como un medio de compensación ante todo de los esfuerzos que nosotros hacemos, bajo todas las condiciones.
Las leyes cada vez nos privan de la permanencia dentro del seguro y sobre todo nosotras las mujeres. Por eso ahí está nuestra lucha conjunta. Nosotras las mujeres hace poquito asistimos en delegación a la Asamblea Nacional para poner ante la reforma de la Ley de Seguridad Social que afortunadamente hay un asambleísta del pueblo que lo ha propuesto y ahora va para el segundo debate. Fuimos a poner nuestras propuestas. ¿Cuál es nuestra propuesta? Hay muchas leyes que afectan qué son como la trampa que no que no nos permiten ser parte del seguro, por ejemplo de Ley de Finanzas. Tanto del sector público y privado hace que para nosotros tener una iniciativa productiva así sea que no vayan a dar $500. Nos piden que tengamos que tener el RUC o el Régimen Simplificado para Emprendedores y Negocios Populares (RIMPE) para poder tributar.
La Ley Tributaria también nos obliga a que la actividad por la que se genera una economía debe ser tributada, pero si el jefe de familia tiene RIMPE por la actividad económica agrícola que hace, la esposa o el hijo piensa sacar algo parecido automáticamente pierde el derecho a esta filiación del seguro.
Nuestra propuesta también es en cuanto a la jubilación hasta los actuales momentos si el jefe, por ejemplo, fallece y ya tiene una edad de que está cobrando la jubilación y la esposa se queda desamparada – nuestra propuesta es que tanto el jefe como la cónyuge qué son los dos pilares fundamentales en la en la agricultura y sobre todo en el sustento de las familias, tengan el mismo derecho a la vez y que está jubilación sea un procedimiento de transición inmediata. No es esperar que sí fallece el jefe el o la cónyuge queda desamparada y luego ya empiezo hacer un proceso de inicio de nuevo de inscripción y de aportación y que está aportación dura hasta 10 años. Para nosotros es muy inalcanzable porque la gente en Ecuador se jubilan a los 65 años y si tiene que hacer una aportación de 10 años más ya no va a alcanzar entonces eso para nosotros no es justo y estamos también solicitando.
Además solicitamos el derecho de la decisión libre de quién sea el jefe o la jefa de familia en el Seguro Social Campesino porque si nosotras aparecemos con el título de casada legalmente entonces automáticamente quién pasa a ser el jefe es el hombre sin tener la posibilidad de nosotros de decidir que nosotras queremos ser la jefa. Entonces esa es nuestra lucha.
Participación de las mujeres
En cuanto al Feminismo Campesino y Popular que nosotros estamos integrando tenemos un proceso de formación política y de Soberanía Alimentaria. Ahí estamos haciéndole frente a la crisis, produciendo nuestros alimentos, haciendo agroecología, formando a las compañeras sobre sus derechos, sobre economía popular y solidaridad. Tenemos emprendimientos productivos, valor agregado y cada vez estamos vinculandonos con otras organizaciones. Esperamos que muy pronto llevar otras experiencias, de otras compañeras en otros países que se han organizado y queremos implementar también forma de que las mujeres tengan y generen su propia economía porque una de las principales causas de la violencia hacia las mujeres sobre todo la mujer rural es precisamente la dependencia económica que tenemos nosotras las mujeres en el campo.
Nosotras estamos organizadas como mujeres a nivel local con 127 mujeres. Toda nuestra estructura está liderada por mujeres. Estos emprendimientos se han convertido en un referente importante para el cantón, la provincia y el país. A nivel nacional, estamos conformadas en varias provincias. Todavía no alcanzamos a llegar a todo el país, pero aspiramos que muy pronto podamos ir juntando estos esfuerzos y también esos desafíos y sueños que tenemos con mujeres de alcanzar una vida más digna una vida libre de violencia, una vida en el que los hombres y las mujeres podamos caminar juntos desarrollando nuestra propia iniciativa sin tener que esperar tal vez el amparo del mismo gobierno que muchas veces no cumple con nuestros sueños y con nuestras aspiraciones.
Nosotras poco a poco, como somos parte de la Confederación de Afiliados en el Seguro Social Campesino, la mayoría de nuestras mujeres que hacen parte de la Federación y las que hacen parte de la Asociación de Mujeres de Comunidades, somos afiliadas al Seguro Social Campesino. Y yo estoy representando, llevo todo el mensaje y las compañeras también han tenido la oportunidad, ellas también comparten todo lo que van aprendiendo. Y pues nosotros lo que hacemos es cómo transformar las ideas y ahí vamos sacando, partiendo desde abajo. Entonces actualmente estamos formándonos políticamente porque creemos necesario que nuestras mujeres también vayan a ocupar esos espacios de toma de decisión. Para nosotros es muy importante.
Somos afines a todos los principios de La Vía Campesina
Nos vinculamos a La Vía Campesina a través de la CLOC porque somos parte de la CONFEUNASE. Hay otras organizaciones en el país que también nos juntamos, muchas de las otras mujeres son parte de la CONFEUNASE de otras provincias y también son parte de la FEI, CNC Eloy Alfaro, de la FENAC, de la FENOCIN. Toda ella también tiene sus propios procesos y saben cuál es el trabajo que tenemos que hacer. Entonces estamos con esa idea de ir juntando y para nosotros la experiencia y todo el trabajo de lucha que ha venido haciendo La Vía Campesina en estos 30 años es como el espejo, es como el reflejo que nosotros tenemos, es como la inspiración aparte de también de la historia que han hecho nuestras propias mujeres en los regionales en lo nacional.
Nosotros tenemos en nuestro país mujeres referentes que nos dejaron un legado de lucha, que lucharon por el pueblo indígena, que lucharon por todos los pueblos que lucharon sobre todo por el sector rural, por el campesinado. Nosotros nos inspiramos en el viejo luchador Eloy Alfaro que para nosotros es un pionero en América Latina porque entregó su vida para volver nuestra vida un poco más justa que le dio derecho a las mujeres sobre todo que fue su gobierno que nosotros empezamos a tener el derecho de votación, que tenemos el derecho de graduarnos, el de estudiar, de tener una educación académica.
En fin creo que desde ahí todas esas luchas y todas las experiencias y los testimonios que nosotros vemos y que nos hacen afines a todos estos principios que tiene La Vía Campesina. Por eso nosotros celebramos. Cuando mis compañeras saben que tengo una responsabilidad acá internacional y saben que yo voy robustecida de muchos conocimientos eso sirve para fortalecer la organización y también bajo estas ideas que son experiencias generar otras estrategias para nosotros consolidarnos y sobre todo nunca bajar el puño y seguir avanzando juntas y juntos.
Es inaceptable que 2300 millones de personas, el 30% de la población mundial, pase hambre, cuando hay alimentos suficientes para todos y todas. La mayor parte de los alimentos producidos por la industria, en lugar de alimentar a las personas, se utilizan como agrocombustible y alimentos para el ganado.
En medio de una crisis alimentaria global ocasionada por un sistema que amenaza nuestra existencia, la agroecología campesina basada en la Soberanía Alimentaria, los derechos campesinos y de otras personas que trabajan en las áreas rurales y los sistemas alimentarios localizados son soluciones para enfriar la tierra y alimentar al mundo.
Como cada 16 de octubre La Vía Campesina y organizaciones aliadas conmemoran el Día Internacional de Acción por la Soberanía Alimentaria de los Pueblos contra las transnacionales, por eso en este Voz Campesina conversamos sobre la construcción de nuevas y más fuertes alianzas para fortalecer el movimiento. Además, del 29 de noviembre al 1 de diciembre se realizará la III Asamblea Continental Intermedia de la Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo (CLOC) en La Habana, Cuba. Todo esto en el marco de los 30 años de La Vía Campesina.
Les invitamos a escuchar la edición nº 83 de Voz Campesina con la participación de Edgardo García, uno de los fundadores históricos de La Vía Campesina en Managua, Secretario General de la Asociación de Trabajadores del Campo (ATC) Nicaragua, Irma Domínguez, de la Confederación de Afiliados al Seguro Social Campesino del Ecuador y la Federación de Mujeres del Ecuador, responsable de la Comisión de Mujeres Rurales y Adilen Roque, de la Asociación Nacional de Agricultores Pequeños de Cuba (ANAP), iniciadora del movimiento agroecológico en Cuba.
Informe elaborado por el Colectivo Tierra Agua y Territorio-TAC RegiónCentroamérica
Centroamérica es una región con una población diversa con identidad de pueblos originarios, de campesinos y campesinas, afrodescendientes, pescadores/as artesanales que tienen en común la agricultura familiar campesina e indígena como la principal proveedora de los alimentos básicos, por tanto la cuestión agraria nos convoca a seguir organizados y pensar colectivamente estrategias para la construcción de nuestra soberanía y seguridad alimentaria.
Centroamérica al igual que el resto de las américas ha sufrido una continua violencia y despojo de tierra y territorios luego de la invasión española e inglesa; sin embargo, hemos resistido todo ese tiempo defendiendo y luchando contra toda la violencia estructural que por cientos de años ha generado ese hecho histórico.
Las organizaciones campesinas hemos sido clave para luchar contra esta violencia y desde nuestro accionar hemos logrado defender y posicionar nuestros intereses como clase campesina y de pueblos originarios, así como rescatar nuestros bienes comunes. Como organizaciones de la región, enfatizamos en este accionar colectivo y resaltamos la importancia de continuar fortaleciendo nuestra capacidad organizativa, de movilización y de incidencia para lograr los cambios estructurales que necesitamos para nuestros pueblos.
En el histórico de la lucha por la tierra en Centroamérica, pocos de nuestros países han logrado una verdadera Reforma Agraria, recordamos la experiencia de hace 70 años en Guatemala, cuando en 1952 el entonces presidente Jacobo Arbenz promulgó la Ley de Reforma Agraria como un instrumento para beneficiar a los campesinos, generar prosperidad, justicia social y fortalecer la democracia en el país. Sin embargo, la reacción de las elites guatemaltecas, los militares, la multinacional bananera United Fruit Co., con apoyo del gobierno estadounidense demostraron una resistencia violenta y generaron un conflicto que resultó en un golpe de estado al presidente Árbenz. La tomada del gobierno por las fuerzas opositoras derogaría esta Ley de Reforma Agraria dos años más tarde. Sin embargo, en este país las organizaciones indígenas y campesinas han jugado un rol importante en la conquista de este bien tan disputado, el CUC es una organización que a lo largo de décadas ha estado inmersa en la lucha por la tierra y desde la movilización y la fuerte presencia de sus bases organizadas han realizado importantes tomas de tierra baldías y fincas. Recientemente se hizo un estudio que contiene esta memoria histórica de lucha por la tierra y las que han adquirido para beneficiar a sus miembros.
En El Salvador, el 6 de marzo de 1980 se dictó una Reforma Agraria como una estrategia/excusa para ocupar militarmente todo el país y controlar más de cerca a la población campesina y desmovilizar sus luchas. Para lograr esto, hubo presión del Gobierno de Estados Unidos hacia el Gobierno de extrema derecha y las Fuerzas Armadas. Los funcionarios de las instituciones encargadas de llevar tal acción admitían que la reforma agraria estaba siendo utilizada para ocupar el país y controlar zonas a las que el Ejército apenas tenía acceso.
En Nicaragua, en 1981 el Gobierno Sandinista, promulgó la Ley de Reforma Agraria como uno de los cambios estructurales que buscaban para beneficiar al campesinado y por los cuales luchaba contra la Dictadura Somocista. Hoy en día más del 50 % de la tierra nicaraguense está en manos de familias rurales y pequeños productores; mientras que el 47% del territorio nacional que comprende la región Caribe del País pertenece a los pueblos indígenas mediante una ley de autonomía. Este hecho histórico de la Reforma Agraria, ha permitido que Nicaragua hoy en día haya alcanzado más del 80% de su soberanía alimentaria y sus bases estén sentadas en una fuerte economía agropecuaria que proviene principalmente del campesinado. Todavía hay desafíos, pero se implementan acciones concretas como la promoción del cooperativismo y la titularidad de propiedades como una forma de superar problemas no resueltos durante los años 80.
En Honduras la lucha por la tierra y una reforma agraria ha sido principalmente una demanda de las organizaciones campesinas. En medio del acoso gubernamental y las empresas corporativas, mínimamente han alcanzado una distribución de la tierra a las bases organizadas. La Central Nacional de Trabajadores de Campo-CNTC que tiene 400 bases campesinas organizadas, durante décadas se ha alcanzado apenas el 20% de entrega de tierra.
Panamá y Costa Rica no ha habido experiencias concretas de Reforma Agraria; sin embargo, es importante estar atentos a los nuevos conceptos que vienen fomentando los organismos internacionales como el Banco Mundial, por ejemplo Reforma Agraria Asistida por el Mercado que en el caso de Panamá hay un gran avance con la titulación de propiedades a organizaciones comunitarias que históricamente han luchado por la tierra; y a las poblaciones indígenas que se caracterizan por tener propiedades colectivas. Hay toda una maquinaria institucional impulsando este concepto de desarrollo territorial, realizando estudios y elaborando mapeos, pero al final las analizamos como estrategias claves del modelo neoliberal para la lograr el despojo de las tierras y los territorios.
Desde la región Centroamérica informamos sobre esta realidad de:
Políticas publicas escazas, nulas en casi todos los países para garantizar una reforma agraria popular e integral como la demandamos desde la CLOC/La Vía Campesina.
Estructuras estatales desmanteladas, sin recursos económicos, corruptas, sin interés de atender las demandas de la población del campo.
Concesiones de tierras y territorios a empresas mineras que impiden la penetración de las poblaciones originarias y provocan la marginación y el desplazamiento forzoso, considerando aquí los frecuentes desalojos.
Contratos de los gobiernos con empresas mineras para la explotación de cobre, como sucede en Panamá.
El acaparamiento de tierras para el crecimiento de monocultivos como la palma aceitera, caña de azúcar y para el desarrollo de megaproyectos como el de las empresas hidroeléctricas, construcción de aeropuertos y hasta de cárceles como en el caso de El Salvador.
La tierra sigue estando en las manos de pocos, de terratenientes, narcos y en algunos casos de fuerzas militares que contribuyen a la militarización de los territorios, el desalojo y la criminalización a líderes y lideresas sociales, con la persecución, judialización y encarcelamiento a mujeres como en el caso de Guatemala.
Gobiernos títeres que responden a los intereses de las empresas transnacionales implementando políticas, leyes, programas en favor de este sector y desprotegiendo a las familias campesinas e indígenas.
Gobiernos promotores de estrategias para la migración, el desalojo, el individualismo, la descooperativización.
Los gobiernos de la región en su mayoría no tienen una agenda que incluya en sus temas de prioridad a los y las campesinas y al contrario hay una negatividad a la organización de empresas.
Ante ello, nuestra región propone:
Seguir fortaleciendo nuestras organizaciones campesinas como instrumentos/herramientas de respaldo para defender los derechos del campesinado promoviendo leyes, demandando decretos para que priorice las necesidades de la producción de alimentos.
Fortalecer el Colectivo de Tierra Agua y Territorio con los temas vinculantes.
Construir una estrategia colectiva de Reforma Agraria y Popular.
Fortalecer las capacidades políticas y técnicas de los lideres, lideresas y la juventud consolidando los procesos formativos en cada país y las escuelas de formación en nuestra región.
Estar vigilantes, atentos, a las nuevas formas y conceptos de despojo de la tierra y los territorios que nos presentan los organismos internacionales y generan una desintegración de nuestras organizaciones y desvirtúan nuestras banderas de lucha.
Apropiarnos de la Declaración de los Derechos Campesinos como instrumento para exigir la Reforma Agraria Integral y Popular ante los estados y los gobiernos de turno.
Incorporar las políticas públicas en el acceso a la tierra
Seguir trabajando el estudio de la Reforma Agraria en las regiones.
Refundar las Directrices Voluntarias de la Tierra vinculada a la Declaración de los Derechos Campesinos, el Decenio de la Agricultura Familiar y los Objetivos de Desarrollo Sostenible. en el marco de la agenda 2030 para la producción de la tierra y luchar contra el hambre y la pobreza.