Paraguay: Horticultores de la FNC se movilizan para exigir un alto al contrabando de hortalizas

Horticultores del departamento Central agremiados en la Federación Nacional Campesina (FNC) se movilizan hoy, martes 27 de febrero de 2018, para denunciar que el Gobierno incumplió su promesa de realizar acciones para frenar el contrabando de lechuga, que está desplazando a la producción nacional, dejándola sin mercado.

El punto de encuentro de la movilización en Asuncion es la plaza de la Democracia, desde donde marcharán hasta la sede del Ministerio de Agricultura y Ganadería (MAG).

Por otra parte, productores de tomate y locote se movilizarán también esta mañana en el cruce San Pedro, distrito de Blas Garay (Caaguazú).

Los horticultores de la FNC vienen denunciando que el contrabando de lechugas desplazó la producción nacional ante la inacción estatal. Lo mismo pasa con los rubros de tomate y locote. Este abandono a la pequeña producción es una política permanente de este Gobierno, perjudicando gravemente al campesinado, y la FNC exigirá una política de Estado que proteja la producción nacional.

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Brasil: Atualidade Da Reforma Agrária – Por Frei Sérgio Görgen

A Reforma Agrária é uma necessidade nacional para os que pensam o desenvolvimento brasileiro com justiça social, equilíbrio ambiental e distribuição racional da população no espaço geográfico do país.

As razões são muitas. É impossível quitar a dívida social da Nação e propiciar condições dignas de vida à maioria de nossa população sem extirpar o câncer do latifúndio. A concentração da terra e a exclusão camponesa – com uma de suas mais perversas consequências que é o êxodo rural desordenado – estão na raiz, na causa estrutural da situação de miséria que desgraça milhões de lares brasileiros.

Entre outras razões, ligadas ao futuro da humanidade, estão a agenda ambiental e a substituição dos combustíveis fósseis. Os sistemas camponeses de produção são mais aptos e mais flexíveis para incorporar tecnologias ambientalmente sustentáveis, através das múltiplas possibilidades de rotação de culturas, sistemas integrados de policultivos, combinação de produção vegetal com produção animal, sistemas agroflorestais, redução da dependência de insumos externos, utilização de mecanização leve e multifuncional, com as devidas multiplicações de benefícios advindos do aumento da biodiversidade que este modelo de produção agrícola e pecuário propicia.

Na contramão, o agronegócio latifundiário, vive um círculo vicioso combinado de esgotamento tecnológico, multiplicação de pragas fruto das monoculturas, destruição ambiental, desequilíbrio hídrico, aumento de custos, controle monopolístico dos insumos e das tecnologias, insumos externos dependentes do petróleo e sistemas tecnológicos rígidos ou de baixa flexibilidade.

A consciência ambiental da sociedade crescerá na perspectiva de exigir a substituição do agronegócio latifundiário por sistemas de produção camponesa agroecológicos. E para isso, uma premissa básica é a realização de uma ampla Reforma Agrária.

Além disso tudo, quando falam em “porta de saída” de programas assistenciais como o bolsa família, num país com tanta terra disponível, não se encontrará meio melhor de geração de postos de trabalho, inclusive urbanos, com a dinamização do consumo, do que através de uma massiva reforma agrária.

Uma verdadeira, massiva, organizada e planejada reforma agrária servirá também para a reorganização urbana de que o país precisa, eliminando a pressão do êxodo rural sobre os grandes centros urbanos e criando novas cidades onde hoje existem vazios demográficos por imposição da concentração da propriedade da terra.

Há os que pensam e afirmam que Reforma Agrária é coisa do passado. Enganam-se ou querem enganar. Os primeiros, quando assim sinceramente pensam. Querem enganar, os movidos por interesses de classe. Não querem perder o poder e o dinheiro que o latifúndio lhes confere.

Reforma Agrária acompanhada de desenvolvimento cooperativo e das mais variadas formas de produção camponesa familiar são alicerces para um futuro de que todos – da cidade e do campo – precisamos; com justiça social, cuidado com o meio ambiente e alimentos saudáveis.

Mais que manter-se atual, a Reforma Agrária é mais necessária que nunca.

 

Por Frei Sérgio Antônio Görgen –  Frade da Ordem Franciscana,  militante do MPA e autor do livro “Trincheiras da Resistência Camponesa.”

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Paraguay: Juicio popular a la justicia patriarcal se realiza en Asunción

El Juicio a la Justicia Patriarcal se realizará en la “Plaza de las Mujeres”-ex Italia (Ygatimi y 15 de Agosto) el sábado 3 de marzo de 8:30 a 13:00, en el marco del Paro Internacional de Mujeres Paraguay. En la ocasión nos convocamos para juzgar al sistema de justicia patriarcal que violenta nuestras vidas, nuestro territorio-cuerpo y territorio-tierra.

Este espacio forma parte de un proceso colectivo organizado desde el año 2017 por la Feministas del Abya Yala en el 32º Encuentro Nacional de Mujeres de Argentina que tuvo lugar en Resistencia (provincia chaqueña), en el que participaron mujeres de distintos países de nuestra Abya Yala (Latinoamérica), incluyendo a la delegación paraguaya.

El objetivo es contribuir a develar las consecuencias de las múltiples violencias que sufrimos las mujeres, lesbianas e identidades femeninas trans y travestis, entrelazadas con las violencias racistas, capitalistas, coloniales, imperialistas.

La propuesta busca, a partir de las denuncias concretas de algunos casos, ejemplificar y analizar en términos más amplios las violaciones de los derechos humanos hacia las mujeres, lesbianas, trans, travestis, demostrando el lugar específico del sistema de justicia en su realización y legitimación. Se trabajará con algunos casos emblemáticos de violaciones a la dignidad y/o a los derechos humanos y territoriales.

Entre las violencias se contemplan: la violencia física, psicológica, sexual, patrimonial y económica, simbólica, y distintas modalidades de violencia institucional, violencia laboral, violencia contra la libertad reproductiva. Se considerará la vulneración de sus derechos civiles, económicos, sociales, culturales, ambientales y territoriales. Buscamos lograr sistematizar la operatoria de la justicia patriarcal, y los efectos negativos que se desprenden de la misma, como así también organizar la información que surja de las denuncias, encontrar sentidos profundos en las mismas, relacionarlas, y al mismo tiempo propiciar instancias participativas de exigibilidad de derechos.

Por el momento están inscriptos alrededor de 20 casos a ser presentados ante el Tribunal Ético Feminista, pero están llamadas todas las mujeres que quieran sumarse a presentar su caso concreto de violencia, a acercarse de 8 a 9 horas del sábado 3 de marzo en el lugar del encuentro, para llenar el formulario correspondiente.

Organiza: Feministas Populares del Abya Yala

Convocan: Organización de Mujeres Campesinas e Indígenas Conamuri – Organización de Lucha por la Tierra (OLT) – Plataforma Universitaria Feminista (PUF) – Colectivo de Mujeres Cientistas Sociales (Mucso) – Consultorio Jurídico Feminista – Aireana.

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Brasil: Samarco abandona família atingida em casa alagada e com ratos

Atingidos pela lama em 2015, família vive em casa alugada na cidade de Mariana (MG) sem espaço para cultivar animais e horta

Wilson Emiliano dos Santos, 78 anos, mais conhecido como seu Nonô, e Graciete Martins, 66 anos, foram atingidos pela lama de rejeitos da barragem da Samarco. A família morava na comunidade de Pedras, no município de Mariana (MG). Na propriedade deles havia duas casas, uma do casal e outra do filho, Vanderlei. A casa de Vanderlei foi completamente destruída pela lama. A casa dos pais teve a estrutura abalada pela passagem da lama, mas continua de pé.

Atualmente, os três moram em uma casa alugada pela Samarco, dentro do distrito de Águas Claras, também em Mariana. Morando em uma casa com pouco espaço para horta e quintal, Nonô e Graciete estão sentindo falta dos animais que possuíam e cuidavam. No terreno atingido criavam galinhas, bois, vacas e havia duas grandes lagoas, onde muitos parentes e amigos pescavam.

Com isso, as filhas do casal já tinham reivindicado da Samarco que alugasse outra casa para os pais, com uma área maior para criação de animais e plantio de horta, mas essa reivindicação ainda não foi aceita pela empresa. “No início, meu pai ia direto no terreno dele, por onde a lama passou. Cuidava dos animais e das plantas. Agora, quando ele vai, volta muito triste porque vê que tudo lá está acabando aos poucos”, diz a filha Sônia, que frequentava a casa dos pais sempre que estava de folga do trabalho em Mariana.

Além disso, na casa alugada pela Samarco, os problemas não param de aparecer. Ratos estão comendo a comida que a família deixa armazenada na dispensa; há mofo em vários locais da casa, inclusive no quarto do casal, provocando reações alérgicas na família. A casa apresenta muitas rachaduras na casa, com algumas que permitem ver o cômodo seguinte; o esgoto retorna no banheiro no momento do banho.

Na noite de 21 para 22 de fevereiro, com a chuva forte, a água invadiu a casa e fez a família relembrar os momentos de medo que viveram na passagem da lama da Samarco na sua comunidade de origem. O alagamento na casa começou por volta das duas horas da manhã na madrugada do dia 22 de fevereiro e família não dormiu à noite, pois ficaram atentos ao nível da água e aos estragos feitos por ela. Seu Nonô ficou boa parte da noite e da manhã retirando água da casa.

A empresa visitou a família na tarde desta quinta-feira (22) e se comprometeu a reunir-se com novamente nesta sexta-feira (23). Eles têm participado de reuniões de reivindicação ao direito à reassentamento rural, para que possam retomar seu modo de vida, junto com outras 50 famílias organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Depois de 8 meses de muita luta, a Samarco começa a reconhecer que esse deve ser dos atingidos, mas ainda não finalizou nenhum processo de reassentamento reivindicado.

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Llamado de lucha al 08 de marzo de las mujeres del campo

Las mujeres campesinas, indígenas y negras organizadas en la Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo – CLOC/LVC, llamamos a todas las mujeres y hombres a la movilización, acción y lucha en este 08 de marzo de 2018, momento que viene a fortalecer la lucha feminista con nuestras formas de resistencia, denuncia y enfrentamiento al capital y al patriarcado, a lo largo de la historia de nuestro continente y donde las mujeres del campo seguimos presentes para fortalecer la lucha de clase, que nos permitan cambiar las desigualdades en el mundo.

América Latina vive hoy la  arremetida de la derecha en sus diferentes expresiones con  los gobiernos que representan los intereses de la clase dominante en cada uno de nuestros países, las cuales son subordinadas y alineadas a las políticas neoliberales impuestas por el imperialismo estadounidense; los espacios conquistado por los pueblos de nuestra América con rebeldía y lucha de las organizaciones populares, con intensa participación y protagonismo de las mujeres, ahora son amenazadas y destrozadas por nuevas formas de Golpes suaves. Las mujeres campesinas nos alzamos en defensa de la democracia real y representativa con participación popular y en contra de los golpes jurídicos parlamentarios y mediáticos.

Alzamos nuestras banderas en defensa de la tierra, el agua, de los territorios, de las semillas y de los bienes naturales, denunciando a las transnacionales del agro-hidro-mineras que usurpan, envenenan nuestras tierras, matan nuestros ríos, nuestras semillas criollas, destrozando toda la vida por donde pasan. Hacemos un llamado especial a la defensa del agua, bien natural imprescindible para la vida de los seres humanos, para la producción de alimentos y para la vida del planeta. Agua que, en los últimos años, viene poniéndose en el centro de los conflictos con los pueblos indígenas, campesinos, afro descendientes y pescadores por la apropiación por parte de las empresas multinacionales que pretenden privatizar y cercar nuestros ríos, lagos y nacientes, empresas que asesinan a las luchadoras y defensoras del derecho de los pueblos al agua, como es el caso de la lideresa hondureña Berta Cáceres. Así, nosotras mujeres del campo decimos no a la Privatización del agua, el agua es un derecho humano.

El avance del Neoliberalismo en el continente trae en sus entrañas el conservadurismo y el Patriarcado, que aumentan la opresión, explotación y discriminación hacia las mujeres, intensificando la trata de personas, así como la migración hacia otros países para trabajos forzosos, precarios y vulnerables a las violaciones sexuales y todas formas de violencia. Hay un aumento a la violencia física, doméstica, abusos sexuales practicado contra las mujeres del campo y la ciudad. Por eso las campesinas y campesinos reafirmamos nuestro compromiso permanente con la Campaña de Basta de Violencia contra las mujeres y nos comprometemos en enfrentar en el cotidiano esta violencia que aún persiste en las comunidades, en las organizaciones y en el campo. Denunciamos la violencia que sufrimos las mujeres en los conflictos sociales en el campo por la tierra, en las guerras, por la militarización de nuestros territorios, por la minería y por el agro negocio que viola y niega el derecho de las mujeres a vivir en el campo y de organizarse y luchar por este derecho.

Llamamos a las mujeres del campo a mostrar la importancia del trabajo de las mujeres campesinas, indígenas, pescadoras para la garantía de la Soberanía Alimentaria, la promoción de la agroecología, la preservación de las semillas y la biodiversidad y el significado de este trabajo para la vida en los territorios, la economía local y del país, no podemos permitir que nos pongan en programas focales asistenciales de atención a la pobreza y a la victimización de las mujeres del campo.

Somos mujeres campesinas, indígenas, y afro descendientes que hemos construido caminos de esperanza y de liberación para las mujeres, luchando por el reconocimiento de nuestro trabajo en el campo, fundamental para la sobrevivencia de la humanidad, derechos a preservar y ser  reconocidos nuestros modos de vida, nuestros saberes, derecho a vivir en el campo, en nuestras tierras y territorio, derecho a vivir sin violencia, derechos a construir Soberanía alimentaria y nuestro feminismo campesino y popular.

Por eso, afirmamos y defendemos los derechos que hemos conquistado y alcanzado con nuestra lucha y abogamos por el reconocimiento y garantía de los derechos que forjamos en la resistencia y prácticas cotidianas social e históricamente.

Contra el Neoliberalismo y el Patriarcado

Mujeres campesinas se alzan en la lucha!!

Sin feminismo

No hay socialismo!!

Declaracion de Derechos Campesinos en la ONU: Seminario en linea

Defendamos los derechos campesinos – Defendamos nuestra madre tierra y nuestro derecho a la alimentación!!!

Mientras en las ciudades tenemos cada vez más problemas de obesidad y diabetes por la imposición de una dieta no saludable que da ganancias a los sectores económicos mas poderosos y que destruye nuestra salud y nuestro planeta, los campesinos y campesinas que producen los buenos alimentos sufren cada vez más por la discriminación, destrucción de sus recursos, el acaparamiento de tierras, el olvido estatal, el impacto de los tratados comerciales, los daños causados por el extractivismo o el monocultivo y la criminalización, entre otros muchos más. A pesar de alimentar a70 % del planetalas campesinas y campesinos están en peligro!

Desde el 2011, siguiendo una iniciativa de La Via Campesina, se viene negociando en la ONU para la adopción de una Declaración sobre los derechos de loscampesinos y las campesinas y otras personas trabajando en áreas rurales, que proteja sus derechos y asegure su reconocimiento como sujetos políticos y jurídicos. Sin este reconocimiento no solo los campesinos y campesinas sufren, sino también nuestra madre tierra y quienes nos alimentamos con lo que producen.

La próxima sesión de negociaciones tendrá lugar en abril, del 9 al14, donde los estados podrían cooperar para lograr una pronta adopción de la Declaración, en 2018. No obstante, la Unión Europea, Estados Unidos y otros países, o bien se oponen a la adopción de esta Declaración, o quieren debilitar el texto que se ha negociado hasta ahora. No podemos permitir que se bloquee el proceso. Tomar acción está en nuestras manos.

Para informarl@s sobre este proceso y las acciones que pueden llevar a cabo en sus países, y para evitar que la inminente adopción de la Declaración sea impedida, queremos invitarlos a un seminario en línea el próximo 27 de Febrero a las 3:00 PM en la hora central europea, facilitado por FIAN Internacional y con la participación de Diego Montón de Cloc – Via Campesina y Natalia Pacheco de la Misión Diplomática de Bolivia en Ginebra, así como otras personas conocedoras del proceso.

Para registrarse, hagan clic aquí (no olviden mirar su zona horaria arriba)

 

Para leer sobre el proceso pueden consultar los siguientes links:

http://www.fian.org/es/nuestro-trabajo/temas/derechos-de-campesinos/

http://www.ohchr.org/EN/HRBodies/HRC/RuralAreas/Pages/WGRuralAreasIndex.aspx

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Brasil: Comprovado o vazamento de rejeitos de mineradora estrangeira em Pará

No ultimo dia 17, após fortes chuvas, moradores de várias comunidades de Barcarena (PA) relataram que houve vazamento de rejeitos de bauxita da mineradora norueguesa Norsk Hydro.

Apesar da negativa da empresa e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) – órgão licenciador – o Instituto Evandro Chagas (IEC) confirmou as denúncias dos moradores de que houve o vazamento.

A princípio, as famílias relataram que o vazamento foi através de uma tubulação clandestina, no entanto, o IEC confirmou que houve também o transbordamento do reservatório. Segundo o estudo apresentando nessa quinta-feira (22) na Universidade Federal do Pará (UFPA), na comunidade Itupanema o índice de alumínio encontrado na água está 25 vezes maior do que o permitido para consumo. Para o IEC, se a mineradora norueguesa não paralisar a exploração de bauxita, o reservatório poderá romper.

As famílias atingidas já vêm denunciando essa situação há vários anos, mas não são escutadas pelas autoridades, sobretudo pelo órgão que licencia o empreendimento. “Tudo indica que estamos diante de um crime semelhante ao cometido pela Samarco (Vale-BHP Billiton) em Mariana (MG), em que a empresa já tinha consciência de que poderia acontecer o pior, mas não tomou as providências necessárias”, afirma Edizângela Barros, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Pará. “Além disso, o poder público é conivente com essa situação”.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Pará foi ao local hoje (23) realizar uma diligência. A Câmara dos Deputados também criou uma comissão para investigar o caso.

Arte: MAB

Pará deixa de receber R$7,5 bilhões da conta de energia da Norsk Hydro

No Pará, a mineradora transnacional Norsk Hydro é dona de quatro empresas: Mineração Paragominas S.A, que explora bauxita no município de Paragominas; a refinaria de alumina da Alunorte; a fábrica de Alumínio da Albras e a Companhia de Alumina do Pará, as três no município de Barcarena.

Em 2017, a receita bruta da mineradora foi de R$ 45 Bilhões. Mesmo ganhando muito dinheiro com a extração da bauxita e beneficiamento do alumínio, o governo do estado do Pará isentou a Norsk Hydro de pagar o ICMS da conta de energia. No total, a empresa deixará de pagar aos cofres do estado cerca de R$ 500 milhões anuais até 2030. Com essa medida, os paraenses perderão R$7,5 bilhões.

Por outro lado, a população paraense é obrigada a pagar 25% de ICMS nas contas de energia elétrica, e no estado do Pará há cerca de 300 mil famílias que poderiam entrar no programa da tarifa social, para pagar menos nas tarifas de energia, no entanto, o governo do estado não prioriza a identificação dessas famílias como priorizou o a isenção da mineradora transnacional.

FOTO: Divulgação

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Reunion colectivos de trabajo internacionales de la Via Campesina: “Nuestra estrategia es globalizar la lucha por la defensa de la vida”

Durante la reunión de colectivos de trabajo las y los delegados coreaban con sus puños en alto “Alerta, alerta, alerta que camina la lucha por la vida de La Vía Campesina”.

Organizaciones miembros de La Vía Campesina que participan de los Colectivos de Trabajo de Tierra, Aguas y Territorios, Justicia Climática, Comercio y Luchas contra las Transnacionales se reunieron del 16 al 20 de Febrero en Andalucía, España, para concretar estrategias y tácticas comunes del campesinado frente a desafíos globales, luego de haber realizado su VII Conferencia en el País Vasco en Julio del año pasado.

Este espacio de evaluación y planificación se realizó en la provincia de Andalucía por ser bastión histórico de luchas campesinas, y sede del Sindicato de Obreros del Campo (SOC – SAT/Sindicato Andaluz de Trabajadores) quienes llevan la vanguardia en defensa de jornaleras y jornaleros y la distribución de la tierra a nivel de la región.

“En Andalucía defendemos una reforma agraria integral, para que no se le siga negando a nuestra gente campesina su derecho a labrar la tierra, para que la tierra fértil de Andalucía pueda dar sus frutos. Por esto, y ante el apetito voraz del capitalismo, son necesarias nuestras luchas, las luchas de La Vía Campesina. Somos hermanos y hermanas unidos en la lucha por un mundo mejor, con la aspiración de una sociedad sana, con justicia, donde se respete la dignidad de mujeres y hombres” expuso ante la delegación internacional el portavoz nacional del SOC- Sat, Oscar Reina.

Durante 4 días el Seminario de Colectivos de Trabajo buscó profundizar el análisis frente a la coyuntura y los desafíos que tiene La Vía Campesina, referente internacionalista, a favor de la Soberanía Alimentaria como derecho de los pueblos del mundo.

“Estamos aquí porque La Vía campesina nace y su columna vertebral es la lucha por la tierra, y no como la manejan los gobiernos o instituciones, nosotras y nosotros defendemos la reforma agraria popular e integral porque aquí descansa la Soberanía Alimentaria y la Agroecología Campesina, y en este sentido, el trabajo de los Colectivos es fundamental para conquistar este  y otros derechos. La reforma agraria es una tarea inconclusa del modo de producción capitalista, en la acumulación original del capital se pensó que el capitalismo iba a solucionar los problemas del campo, en especial de la tenencia de la tierra, sin embargo, a lo largo de estos años esto va de mal en peor, hoy problemáticas como el acaparamiento de tierras, el extractivismo, los grandes megas proyectos y el agronegocio son nuestros principales enemigos del campesinado” afirmó Zainal Arifin del SPI (Organización Campesina) de Indonesia.

Por su lado, Nury Martínez de Fensuagro de Colombia, enfatizó  que este encuentro tuvo como objetivo “tener una mirada más integral de las luchas de La Vía Campesina frente a cómo plateamos estrategias conjuntas por la defensa de la tierra, agua, semillas, vinculados con los graves efectos del cambio climático, degradación de suelos, sequias, inundaciones, etc.  Y el papel que juega la ofensiva del capital a través de las transnacionales, el agronegocio, que promueven  el acaparamiento de tierras y los Tratados de Libre Comercio que se expanden a nivel global. Es por eso que  consideramos que nuestra tarea como movimiento social es globalizar la lucha por la defensa de la vida,” enfatizó.

En esta jornada también se hizo un análisis de contexto del momento socio – político del mundo expresado en las privatizaciones, golpes de estado y luchas que se realizan en los territorios. Además, se debatió sobre el modelo de agricultura y la ofensiva del capital, los distintos continentes expusieron sobre sus formas de resistencia contra este modelo de muerte y despojo.

Así mismo,  se abordaron los principales riesgos que enfrentan los bienes naturales como la tierra, agua, semillas, y que atenta  la  Soberanía Alimentaria. El feminismo y la lucha contra el patriarcado también fueron pautados como prioridad política en el horizonte de construir nuevas relaciones de género y un nuevo proyecto de sociedad.

La lucha por la Soberanía y la agroecología campesina, tema transversal de los diferentes colectivos de trabajo, fueron aludidas con particular énfasis durante el Seminario por Guy Kastler, de la Confederation Paysanne (Francia): “Estamos en un momento en el cual el sistema se desploma, tanto el sistema capitalista como el sistema de gobernanza mundial. Ya no gobiernan los gobiernos sino directamente las empresas transnacionales. País por país se están destruyendo. También hay las personas que viven en países en guerra, países en peligro de huracanes que pierden cosechas, todas estas personas están excluidas y ya están viviendo el derrumbamiento. Cuando un sistema se desploma lo que hay que hacer es no ponerse debajo. Uno de los puntos fuertes de La Vía es promover una alternativa llamada Soberanía Alimentaria con un modelo de producción agroecológica, hoy lo llamamos Agroecología Campesina, porque incluso el sector corporativo también usa el término agroecología.

A lo largo del Seminario también se discutió sobre la organicidad de los Colectivos de Trabajo, desarrollando metodologías de coordinación y división de tareas para garantizar acciones de masas y luchas desde los territorios, tanto a nivel nacional como internacional. Otro punto a destacar  fueron las  alianzas con la clase trabajadora  tanto del campo como de la ciudad, se resaltó la importancia de la unidad y la solidaridad.

La Lucha concreta

El  Seminario de Colectivos de Trabajo de La Vía Campesina  concluyó con visitas de campo donde las y los participantes conocieron experiencias de trabajo cooperativo y ocupaciones de tierras en Andalucía, como Somonte en Palma del Río (Córdoba),  Marinaleda (Sevilla) y Cerro Libertad (Jaén).

La finca de Somonte, perteneciente a la Junta de Andalucía,  fue ocupada por militantes del Sindicato Andaluz de Trabajadores en 2012, ante el riesgo de subasta y consiguiente privatización, desde entonces se están recuperando en ella variedades tradicionales de trigo. Por otro lado, el Cerro Libertad es una finca de 75 hectáreas de olivar perteneciente al banco BBVA, ocupada desde abril de 2017, la misma que este próximo 19 de Marzo enfrentará una tentativa de desalojo.

Miren registro fotográfico, aquí.

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Brasil: Nota del Movimiento Sin Tierra sobre la intervención militar en Río de Janeiro

Solamente un país socialmente justo, igualitario y democrático – valores estos inconcebibles por la elite brasileña y su gobierno golpista – podrá asegurar una paz permanente.

El Movimiento Sin Tierra de Brasil  recibió con mucha preocupación y denuncia la intervención militar en la provincia de Rio de Janeiro, instituida por el presidente golpista Michel Temer.

La ilegitimidad de Temer y su debilidad política nos hacen presuponer que se trata de una ópera bufa. Se refiere, sin embargo, a una medida extremadamente grave, autoritaria y que atenta contra el Estado democrático de derecho. Otra vez, como en la dictadura militar, las élites utilizan las Fuerzas Armadas en contra del pueblo brasileño. Reactivan el concepto de enemigo interno a la vez que son totalmente subordinados de los grupos económicos internacionales, que están espoliando nuestras riquezas naturales y amenazan la soberanía nacional.

Esta es una respuesta de los sectores golpistas contra el pueblo en un momento de intensa crítica popular hacia las políticas del Gobierno Temer. Políticas éstas que fueron abordadas en los temas de grupos de carnavales de calle y escuelas de samba por todo el país durante los carnavales.

El Gobierno Federal está arrinconado ante la reacción popular al golpismo, sobre todo ante a la reforma de la Seguridad Social.  Con el objetivo de quitar el foco de esas derrotas, intenta transformar el tema de la seguridad pública y de la represión en publicidad para la clase media que vive con miedo.

La población de Rio de Janeiro, sobre todo la que vive en las favelas, renegada al creciente proceso de desempleo y/o subempleo, es desde hace años vilipendiada por gobiernos corruptos, por los medios de comunicación empresariales (liderados por la Rede Globo) y por el capital rentista que usurpa las riquezas de las cajas públicas.

Los servicios públicos de asistencia a la población pobre son, primeramente, estigmatizados por los medios de comunicación. En seguida, son precarizados y extintos por los gobiernos neoliberales. Mientras tanto, los bancos multiplican, año tras año, sus lucros astronómicos e inmorales.

De esta manera, crearon e impulsaron, mediante el gobierno golpista y los sectores partidarizados del Poder Judiciario, un alargamiento institucional, moral y político de la sociedad brasileña. Rio de Janeiro es tan solo la expresión más visible del caos creado por esta élite antisocial y antidemocrática que se enriquece en nuestro país.

Para nosotros y nosotras del MST esta intervención no ayudará en nada, al revés, aumentará la represión al pueblo. Lo que nos lleva a concluir que no se trata de una anomia, se trata más bien de una política orquestada para la eliminación de la pobreza.

La solución para la crisis de Rio de Janeiro no se resuelve con cárceles o intervención militar, pero sí con Reforma Agraria y Urbana, con salud y educación públicas… Lo que Rio de Janeiro y todo el país necesitan es de una radicalización democrática: reverter todas las medidas que ya fueron realizadas por el gobierno neoliberal, retomando un proyecto de nación a partir de la participación popular y del restablecimiento de los derechos del pueblo brasileño.

Es necesario que la sociedad reaccione frente a tal medida que representa un balón de ensayo para la disputa presidencial y para intentos de aprobación de más medidas impopulares en un contexto de fuerte coerción.

Solamente un país socialmente justo y democrático podrá asegurar una paz permanente. Valores estos inconcebibles por la élite brasileña y su gobierno golpista.

-Dirección Nacional-

Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra

 

*Editado por Rafael Soriano

**Traducido por Amanda Verrone

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Brasil: Liberação De Agrotóxicos E Anvisa: O Que Pede A Bancada Ruralista Para Votar A Reforma Da Previdência

Pesquisadora da Fiocruz relata os impactos à saúde nas negociações entre o Planalto e a maior bancada do Congresso; venenos proibidos já estão voltando à mesa dos brasileiros.

Nas próximas semanas, o governo Temer promete intensificar as articulações no Congresso para aprovar a reforma da Previdência. As próximas sessões da Câmara serão o termômetro para saber se há condições para votar ou não a reforma no dia 28. O governo precisa de 308 votos para aprovar a reforma. Mas encontra dificuldades com a impopularidade da proposta. Para reverter esse quadro, tenta seduzir a bancada ruralista, responsável direta por impedir o avanço das duas denúncias de corrupção contra Michel Temer, em 2017, e por oferecer os votos necessário para o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.

Em troca, a bancada promete atender uma pauta que agrada a maioria dos parlamentares ruralistas: a liberação de agrotóxicos. Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apresentados recentemente no Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir a isenção fiscal do setor agroquímico, o número mortes e intoxicações envolvendo agrotóxicos no Brasil dobrou na última década. Em 2007 foram registrados 4.003 casos de intoxicação, diante de 2.093 apresentados em 2017. Além disso, 164 pessoas morreram devido ao contato com o veneno e outras 157 ficaram incapacitadas para o trabalho.

Para saber mais sobre os perigos e riscos dessa negociação, o repórter Cauê Seignemartin Ameni conversou com Karen Friedrich, pesquisadora da Fiocruz.

Karen Friedrich, da Fiocruz. Foto: Flaviano Quaresma

Karen Friedrich, da Fiocruz. Foto: Flaviano Quaresma

De Olho nos Ruralistas – Segundo notícias veiculadas nos últimos dias, a bancada ruralista promete dar os votos necessário para a reforma da Previdência caso o Planalto se comprometa a liberar alguns agrotóxicos. Quais agrotóxicos seriam?

Karen Friedrich – Existem alguns projetos de lei, como o 6299 de 2002, que estão sendo apresentados e defendidos pela bancada ruralista. Esses projetos propõem fragilizar a legislação de agrotóxicos. Hoje a gente tem a lei 7.802 de 1989, com pontos muito importantes que são os principais alvos desses novos projetos legislativos. Um deles tenta abrir a possibilidade de registrar produtos que tenham potencial de causar câncer, malformação fetal, alterações endócrinas, alterações no sistema reprodutivo e mutação no material genético. Hoje em dia, segundo a lei vigente de 1989, agrotóxicos que causem esses efeitos nos testes apresentados pelas indústrias no momento de registro são indeferidos pela Anvisa e os agrotóxicos não são registrados.

Esses testes são semelhantes aos testes para registro de medicamentos, cosméticos e outros produtos. São importantes, mas tem algumas limitações problemáticas: são feitos em animais de laboratório em condições controladas, ou seja, diferentes da condição real da exposição dos trabalhadores aos produtos e das pessoas que consomem os alimentos com agrotóxico. Os animais de laboratório só recebem aquele agrotóxico que está sendo registrado e não a mistura que está sendo autorizada para um alimento. Ou a mistura que a área de lavoura acaba recebendo quando esse agrotóxico é aplicado por aviões, tratores etc. Hoje, há uma preocupação que os agrotóxicos registrados nessa situação de mistura possam causar doenças por causa da limitação dos testes e das misturas.

Além disso, muitos dos produtos foram registrados há muitos anos. Antes mesmo da criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), quando toda a metodologia já era limitada. O que limitava os resultados para se avaliar um efeito, a patologia de órgão e a própria mutação do material genético e alterações moleculares. No Brasil, utilizam-se produtos problemáticos deste ponto de vista e alguns até proibidos em outros países. Por isso nossa situação já é preocupante. Se essa proposta legislativa que a bancada ruralista está usando como moeda de troca para outras questões for aprovada pode-se acabar com o critério de proibição. Ou seja, o agrotóxico que – naquele teste, já limitado – apresentar o potencial de desenvolver um câncer poderá ser utilizado com outros agrotóxicos que também causam outros problemas de saúde. Quando eles interagirem podem causar outras doenças mais graves. Essa é a preocupação.

A negociação não é de um ou outro agrotóxico especifico, mas da liberação da aprovação de um projeto de lei que propõe acabar com os critérios de proibição de registro. Há outros projetos de lei, como o que tira da Anvisa o poder de avaliação sobre os critérios de saúde, ficando a cargo do Ministério da Agricultura ou de uma comissão técnica como a Comissão Técnica Nacional e Biossegurança (CTNBio). Uma comissão que raramente reprova transgênicos. Ela é feita para avaliar plantas transgênicas, mosquitos transgênicos ou qualquer organismo animal geneticamente modificado. Mas a atuação da CTNBio tem deixado preocupados os pesquisadores da saúde e do meio ambiente. Muitos dos membros que aprovam os transgênicos trabalham ou trabalhavam com empresas desenvolvedoras ou comercializadoras de produtos transgênicos e agrotóxicos. Em outras palavras, o CTFito, que poderia ser criado a partir desses projetos de lei no tema dos agrotóxicos, seria muito semelhante à CTNBio.

Algodão foi pretexto para liberação do benzoato. Foto: Flávio Tôrres de Moura

Algodão foi pretexto para liberação do benzoato. Foto: Flávio Tôrres de Moura

O benzoato, que segundo estudos neurotóxicos causa malformação, estaria sendo negociado? Qual mais?

Recentemente a Anvisa aprovou o registro do Benzoato de emamectina. Entretanto, alguns anos atrás, o Benzoato tinha sido reprovado pelo mesmo órgão, pois, nos testes encomendados pela indústria, já apresentava efeitos neurotóxicos muito graves. O que foi publicado pela própria agência na época é que todas as doses e espécies estudadas desenvolveram efeitos neurotóxicos graves. Por isso naquele momento não era possível registrar o Benzoato. Em 2013, com a epidemia da lagarta helicoverpa armigera, que atacou várias lavouras, principalmente algodão, a agroindústria química e fazendeiros apresentaram o Benzoato como solução única. Como em 2013 esse agrotóxico continuava sem registro no Brasil, foi aprovada uma lei de emergência fitossanitária, que permitia no Brasil o uso, em condições restritas, de agrotóxicos aqui não permitidos, somente onde houvesse epidemia de algumas espécies que tinham impacto econômico. Essa lei é um absurdo, porque os interesses econômicos não podem se sobrepor à saúde e ao meio ambiente.

No fim de 2017 foi aprovado o Benzoato de forma definitiva. Para isso, a empresa apresentou à Anvisa novos estudos que inocentaram o Benzoato. Infelizmente a gente não tem acesso a esses estudos e não sabe o que aconteceu com os novos testes apresentados e como os antigos efeitos não foram mais observados. É importante a gente ter acesso a esses estudos, nem que seja um resumo ou uma síntese de como foi conduzido e que tipo de efeitos foram observados ou não. Porque é um direito à informação que todos temos. Além disso, existem pesquisadores no Brasil que também poderiam contribuir com a Anvisa, no sentido de ter uma outra visão sobre esses estudos.

Então é difícil de saber se o Benzoato ou qualquer outro agrotóxico está em algum pacote de negociação porque a gente não tem acesso aos processos de registro, que são muito pouco transparentes. Não sabemos os estudos que são apresentados ou como são avaliados. A população não tem acesso ao que ocorre nos relatórios apresentados pela indústria no momento do registro.

Houve diferença em relação à liberação de agrotóxico no atual governo Temer e nos governos anteriores, de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff?

O que marca muito a diferença entre o governo Temer e os governos Lula e Dilma é a participação social. Hoje a gente sabe que isso está muito mais restrito. Existe um clima no país de criminalização dos movimentos sociais. Existem muitos movimentos sociais do campo que vem desenvolvendo prática de produção orgânica e agroecologia e eles estão sendo criminalizados. O apoio da grande mídia está fomentando esse processo. E isso se acirrou muito no governo Temer.

Além disso, há um estrangulamento das políticas de agricultura familiar que é o tipo de agricultura onde é possível produzir sem venenos. Esse clima, se não está de forma declarada, está de forma velada. Diferente dos governos anteriores que foram eleitos democraticamente.

Produção na Aldeia Pinuya. Foto: Sérgio Vale/Secom-Governo do Acre

Produção na Aldeia Pinuya. Foto: Sérgio Vale/Secom-Governo do Acre

O governo atual não foi eleito e foi alçado ao poder para defender certos interesses. Quais interesses são esses? No mesmo pacote da legislação de agrotóxicos, temos outras leis, decretos e emendas que estão sendo negociados, como a demarcação das terras indígenas e quilombolas. Elas também são comunidades que vem praticando agricultura saudável com sua tradição e cultura e têm muito a ensinar para a gente como fazer isso preservando a natureza e a biodiversidade. Se todas essas propostas de legislação forem aprovadas a gente não sabe o que vai acontecer com elas.

O licenciamento ambiental também é outra pauta que está tramitando e quer liberar vários empreendimentos. Isso também terá um impacto nas áreas preservadas. Além do orçamento que está sendo restringido nas áreas da saúde, educação e agricultura familiar. Isso tudo faz parte do mesmo pacote onde a liberação de agrotóxicos é um dos componentes.

A bancada ruralista quer modificar a lei 7.802/89, sobre regulamentação de agrotóxicos, para garantir segurança jurídica. Como essa flexibilização impactaria no uso de agrotóxicos?

Esse processo visa acabar com a Anvisa, passando para o Ministério da Agricultura a regulamentação de agrotóxicos. Outra questão é acabar com os critérios proibitivos de registro. Ou seja, agrotóxicos que causem, nos testes mais simples, apresentados pela indústria, câncer, alteração reprodutiva endócrina, malformação fetal e mutação do material genético. Esses agrotóxicos já podem ser registrados no Brasil.

A gente teme também que os agrotóxicos proibidos voltem ao mercado, como o Paraquat, que é um herbicida altamente tóxico, proibido em vários países. O Paraquat foi indicado para proibição do registro pela Anvisa. No entanto, a Anvisa o liberou por mais três anos e alegou que se a indústria apresentar testes que o inocentem, assim como deve ter ocorrido pelo Benzoato, ele pode retornar a ser utilizado.

Temos uma situação no país muito crítica, num cenário geral de crise social, ética e ambiental, onde não só a segurança das pessoas que trabalham e consomem alimentos com agrotóxicos está ameaçada, assim como outras questões que estão sendo negociadas. Trocar veneno por aposentadoria precoce ilustra bem o que o cenário está apontando. Liberação de agrotóxicos, reforma da Previdência, reforma trabalhista, acabar com as terras indígenas, acabar com a reforma agrária, agricultura familiar etc. São perdas muito importantes para o Brasil.

E isso não atingirá somente as pessoas do campo e da floresta. Vai atingir toda a população brasileira. Temos que lutar para que essas propostas não sejam aprovadas e nossos direitos sejam negociados num balcão.

 

Por Cauê Seignemartin Ameni – De Olho no Ruralistas

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