4 de julho de 2015
O Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil vem a público manifestar sua indignação e repudiar a produção e comercialização de adesivos, que expõe de forma criminosa a imagem da Presidenta Dilma Roussef. Tais materiais incitam deliberadamente a violência contra as mulheres na forma de estupro.
Os adesivos foram divulgados pelo canal de comunicação G1, vinculado à Rede Globo, dizendo ser uma «forma de protesto». Para nós mulheres protestar usando a violência contra as mulheres é ferir profundamente a vida e a dignidade das mulheres e todas as pessoas. nota web MMC
Vivemos num país democrático, sendo que protestar é um direito. Liberdade de expressão supõe responsabilidade política, ética, social. Direito exercido fundamentado em valores humanos que promovam o debate consistente visando superar os limites das ações governamentais para avançar no desenvolvimento do país.
Utilizar simbologia de violência, como neste caso é próprio de quem não tem argumento político, por isso ataca atingindo não meramente uma moral baseada em ideias machistas, patriarcais, conservadoras, preconceituosas, neonazistas que historicamente tem provocado guerras, divisões, conflitos dificultando o convívio dos povos, mas, sobretudo desestimula e afeta perspectivas na construção de valores humanitários tão deficientes em nossa sociedade.
Não podemos calar nem permitir que atitudes irresponsáveis e patriarcais que expressam a violência sexual contra as mulheres sejam enaltecidas e divulgadas pelos Meios de Comunicação Social. Essas atitudes demonstram o quanto ainda é grande a luta das mulheres por direitos, por dignidade, por autonomia e principalmente pelo direito de ocupar os espaços de poder.
Nossa luta tem sido de denúncia e enfrentamento a todas as formas de violência contra as mulheres. Exigimos medidas que punam severamente essas atitudes. Exigimos a identificação e punição dos responsáveis pela produção, reprodução e divulgação dos adesivos, bem como, a imediata proibição da exibição dos mesmos em quaisquer meio.
Entendemos que esses ataques se dão pelo fato de termos uma Presidenta mulher, de origem trabalhadora que enfrentou a ditadura militar e se manteve firme em defesa aos direitos e dignidade humana, essa também é uma forma de tentar coibir e amedrontar para que as mulheres não ocupem os espaços de decisão e poder.
É preciso continuar organizando a sociedade e principalmente as mulheres para avançar com os direitos e enfrentar as ideias conservadoras que destroem as possibilidades de avançar nas relações de igualdade e o respeito às diversidades sociais.
Manifestamos nosso apoio e solidariedade a Presidenta Dilma e exigimos o fim de todas as formas de violência contra as mulheres!
Na sociedade que a gente quer, basta de violência contra a mulher!
Movimento de Mulheres Camponesas