Solidaridade com os povos e suas lutas!

A partir do 11 de setembro de 2001, com a queda das torres gêmeas, os EUA deram um golpe planetário e o poder norte-americano se transformou no Estado mundial para a submissão. Se impõe assim no planeta uma estratégia de repressão violenta que ocupa diversos mecanismos como a guerra aberta, a luta contra o tráfico de drogas, o terrorismo e a delinqüência, o paramilitarismo e a ajuda humanitária em casos de desastre. Desta maneira, se criminalizam os movimentos e as lutas sociais.

Com este fim se expandiram as bases militares de Estados Unidos e se reforçam as operações conjuntas entre os Estados Unidos, a OTAN, as polícias  e forças armadas de nossos países. Ao mesmo tempo, vemos em nosso continente o ressurgimento dos tumultos golpistas, que tiveram sucesso em Honduras por causa do forte apoio de Estados Unidos, mas que as mobilizações populares derrotaram na Bolívia, na Venezuela e no Equador. As organizações da CLOC se manterão mobilizadas e em alerta para impedir novos tumultos.

A migração em massa é sempre forçada e é utilizada pelos grandes capitais para contar com exércitos industriais de reserva. A migração campo cidade se deve à escassez e concentração de terras, as ações militares e paramilitares, a perda de bens produtivos, as más condições de vida e a crise climática. O resultado da migração é a formação de cordões de pobreza nas cidades, que leva  a muitas pessoas a viver na miséria e a mendigar para alimentar a seus filhos e filhas. As e os migrantes transnacionais não têm os mesmos direitos que os trabalhadores locais, não têm direito à proteção da saúde nem a educação, e seus filhos e filhas ficam sem nacionalidade.

Em geral no continente latino-americano, os Direitos Humanos dos camponeses e camponesas, povos originários e afrodescendentes foram violados de maneira sistemática e permanente pelo poder dominante ligado ao capital nacional e trasnacional, como uma herança histórica desde o descobrimento. Atualmente é uma estratégia do capitalismo para desarticular e destruir as lutas populares e apropriar-se dos bens naturais, para garantir o saque através da mineração ao ar livre, as represas, a exploração em massa dos mares, os deslocamentos forçados dos povos originários, as monoculturas transgênicos e o controle da alimentação. As violações aos Direitos Humanos se transformaram em uma política de Estado de muitos países, inclusive com  disposições constitucionais. Os feminicidios são a forma mais profunda e grave da violação aos Direitos Humanos na América Latina, com sistemáticos seqüestros, violações e assassinatos de mulheres.

Na Colômbia, no Peru, em Honduras, no Chile, na República Dominicana, no Haiti, no México, no Panamá são permanentemente e sistematicamente violados os Direitos Humanos dos camponeses e camponesas, dos povos originários e afrodescedentes. É recorrente o assassinato e o desaparecimento de sindicalistas e líderes sociais e o deslocamento forçado de centenas de milhares de camponeses e camponesas.

Vivemos e sofremos a capacidade de destruição e devastação do capitalismo. No entanto, a força de nossas lutas, as formas de unidade que vamos construindo, a valorização de nossas contribuições, de nossas visões e culturas, o ressurgimento da vida que vemos em nossas vitórias, nos levam a assegurar que nossas lutas e afazeres nos permitirão ir desmontando o capitalismo e construir um campo e um mundo que garantam a dignidade e o bom viver para todos e todas.

Desta forma,

Nos solidarizamos com o valente povo do Haiti, que se mobilizou massivamente contra a ocupação militar, o saqueio e a imposição de sementes transgênicas, apesar das tremendas dificuldades após o terremoto.

Nos solidarizamos com o povo colombiano, que sofre e resiste sem render-se as agressões sistemáticas e criminais do Estado e o paramilitarismo, demandamos e exigimos uma solução política e negociada do conflito social e armado.

Reiteramos nossa permanente solidariedade com a Revolução Cubana e o povo cubano que resistiu meio século de bloqueio dos Estados Unidos e exigimos a liberação dos cinco revolucionários cubanos mantidos como prisioneiros do império.

Nos solidarizamos com a luta do povo Mapuche do Chile, que  depois que quase três meses de greve de fome alcançaram sentar e negociar com o Estado chileno e ampliar os setores sociais decididos a lutar até alcançar a revogação de uma lei antiterrorista ilegítima. Nos solidarizamos com a resistência popular em Honduras que apesar da continuidade do golpismo alcançou um apoio majoritário para alcançar uma Assembléia Constituinte. Nos solidarizamos e respaldamos as lutas dos povos afetados pelas barragens, as hidroelétricas que estiveram presentes no seu III Encontro Internacional no México de 1 a 7 de outubro deste ano. Afirmamos nosso compromisso com a luta contra as represas, mineradoras e contra a privatização da energia e da água, como o coloca a declaração do Encontro. Afirmamos que a água e a energia não são uma mercadoria. Água e energia devem estar ao serviço da soberania e sob o controle dos povos.

Nos solidarizamos com os povos e nações amazônicos afetados pelos projetos  de hidrocarburos no  Parque Nacional Yasuní.

Realizamos o triunfo das lutas sociais na Bolívia, na Venezuela e no Equador, que começaram profundos processos de transformação nacional e tem possibilitado Constituições Nacionais revolucionárias. Cumprimentamos às organizações do Equador que se mobilizaram decididamente e derrotaram uma tentativa de golpe neste país.

Globalizemos a luta, globalizemos a esperança!

Contra o saqueio do capital e do império,  América luta!

Pela terra e a soberania de nossos povos,  América luta!

 

 

Nos solidarizamos con los pueblos y naciones amazónicos afectados por los proyectos hidrocarburíferos en el Parque Nacional Yasuní.

 

Celebramos el triunfo de las luchas sociales en Bolivia, Venezuela y Ecuador, que han comenzado profundos procesos de transformación nacional y posibilitado Constituciones Nacionales revolucionarias. Saludamos a las organizaciones del Ecuador que se movilizaron decididamente y derrotaron un intento de golpe en este país.

 

¡Globalicemos la lucha, globalicemos la esperanza!

Contra el saqueo del capital y del imperio, ¡América lucha!

Por la tierra y la soberanía de nuestros pueblos, ¡América lucha!

 

 

 

 

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